Sistemas Para Controle De Algas

As algas são organismos fotossintetizante e nos sistemas aquáticos marinhos, existe uma comunidade formadora de uma verdadeira floresta. Existem algumas espécies de algas mais complexas, com tecidos diferenciados, porém não possuem raízes, caules ou folha


Sistemas Para Controle De Algas

 

As algas são organismos fotossintetizante e nos sistemas aquáticos marinhos, existe uma comunidade formadora de uma verdadeira floresta. Existem algumas espécies de algas mais complexas, com tecidos diferenciados, porém não possuem raízes, caules ou folhas como as plantas "superiores". Por realizarem fotossíntese, as algas foram classificadas, por muito tempo, como sendo plantas. Porém, somente as algas verdes possuem uma relação com a evolução das plantas.
De acordo com Fabio Foganholi, gerente de contas da Produquimica, elas vivem na água ou ambientes com presença de muita umidade. Embora sejam encontradas no meio terrestre úmido, é nas águas doces e no mar que as algas são mais abundantes. Podem ser encontradas nos mais diversos ambientes, existindo formas terrestres, aquáticas e algumas espécies se associam com fungos, formando os liquens. No meio aquático, dependendo do local onde vivem, podem constituir comunidades conhecidas como fitoplâncton e fitobentos.
"Algas verdes são plantas unicelulares do grupo das cianofíceas que aparecem em tanques, lagos, rios, viveiros de peixes e piscinas devido ao acumulo de nutrientes (fósforo e nitrogênio em níveis acima de 3 – 5 mg/l). As fontes desta "adubação" são várias: fertilização agrícola, pó levantado nas estradas, poluição industrial e doméstica (uso de detergentes) e matéria orgânica (folhas, galhos, restos de ração, excrementos dos peixes, insetos mortos, etc.)", ressalta José Ferreira, representante da Natural Ambiente.
São responsáveis por uma grande produção de oxigênio. Estima-se que 55% do oxigênio presente na atmosfera terrestre seja gerado pela fotossíntese das algas planctônicas. "O excesso de gás liberado na água passa para a atmosfera e fica disponível para os outros seres vivos", destaca Fábio. Por outro lado, quando em excesso, as algas, podem prejudicar um sistema de abastecimento público, e deve ser controlada.
O representante da Produquimica explica que ainda que exista uma combinação básica de elementos que favorecem o aparecimento excessivo destas algas: luz + excesso de nutrientes + oxigênio = algas, o excesso de nutrientes (nitrogênio e fosforo) é provocado, principalmente, pelo lançamento de esgoto in natura. "Com relação ao oxigênio e luz não há muito a fazer até porque é essencial à vida aquática, entretanto, com relação ao excesso de nutrientes, onde podem ocasionar um grande número de algas", completa.

Controle das algas
Atualmente existem duas formas mais utilizadas para o controle de proliferação de algas, através dos Remediadores ou os Agrotóxicos. Ambas aplicações devem ter autorizações prévias para aplicação do Órgão Ambiental – IBAMA / CETESB. Fábio explica como funcionam:
- Remediadores: produto constituído ou não por microrganismos, destinado à recuperação de ambientes e ecossistemas contaminados, tratamento de efluentes e resíduos, desobstrução e limpeza de dutos e equipamentos, atuando como agente de processo físico, químico, biológico ou combinados entre si, podendo caracterizar-se, dentre outros, como:
- Biorremediador: remediador que apresenta como ingrediente ativo microrganismos capazes de se reproduzir e de degradar bioquimicamente compostos e substâncias contaminantes.
- Remediador químico ou físico-químico: remediador que apresenta como ingrediente ativo substância ou composto químico oxidante, surfactante ou dispersante, ou, ainda, polímeros, enzimas, entre outros, capaz de degradar, adsorver ou absorver compostos e substâncias contaminantes.
- Bioestimulador: remediador que contém nutrientes em sua composição que favorecem o crescimento de microrganismos naturalmente presentes no ambiente em que vier a ser aplicado o produto, acelerando o processo de biorremediação.
- Agrotóxicos: são os produtos e os agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento e beneficiamento dos produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas, nativas ou implantadas, nos corpos hídricos e de outros.
Fábio explica que o controle de fósforo e nitrogênio é a maneira mais adequada e correta para evitar uma proliferação de algas, isso é possível com a aplicação de Bioremediares, ou com saneamento básico e sequentemente com tratamento adequado evitando o despejo de rejeitos domésticos ricos em nutrientes para o crescimento da alga.
Quando não é possível evitar os despejos do esgoto doméstico é necessário usar compostos algicidas que tem função de matar as algas, normalmente esses compostos são a base de cobre. Outra aplicação, para esta finalidade, com menor intensidade tem sido utilizada os equipamentos UVs. Os Esterilizadores Ultravioleta ou "Filtros UV" atuam através da radiação UV-C, matando células vivas pela destruição do DNA.

 

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Os processos
Os remediares físico-químicos, geralmente, a base de sais metálicos, são utilizados em corpos d’água (rios, lagos e reservatórios, estuários e mar) e efluentes domésticos ou industriais ricos em sais metálicos ou fosfatos, com finalidade de remover o excesso de fósforo reativo dissolvido.
Os agrotóxicos, principalmente os produtos à base de cobre é capaz de remover vários tipos de espécies de algas como as planctônicas, filamentosas e bentônicas. Fábio explica que o mecanismo de envenenamento da alga ocorre através da troca iônica do magnésio pertencente ao complexo de porfirina pelo íon cobre, formando um complexo estável, deste modo afetando diretamente no metabolismo da alga levando-a a morte.
Normalmente as aplicações são feitas diretamente em corpos d’água através de dosagens químicas que variam de acordo com cada produto. A aplicação de um complexo metálico vária de 15 a 25 mg/L já a aplicação com um complexo de cobre varia de 0,5 a 1,5 ppm de cobre ativo.
"Para qualquer aplicação é necessário uma licença do IBAMA definitiva ou temporária (RET). A concessão do registro está sujeita à aprovação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), segundo suas competências", enfatiza Fábio.

Tratamento de águas e efluentes
Fábio destaca que um tipo de alga muito comum na Região Metropolitano de São Paulo é as Cianobactérias. Geralmente a proliferação deste tipo de algas se dá com o aumento da temperatura combinado com o excesso de nutrientes, impacto esse, provocado pelo homem.
Para ele, o controle de algas é importante principalmente em sistemas de captação de água que fornecem água potável para população, pois existem algas que liberam toxinas extremamente danosas para o ser humano podendo levar o mesmo até a morte. Um dos grandes problemas na RMSP são as cianobactérias, que podem causar gosto e odor na água tratada. Portanto, para que estes tipos de ocorrências não ocorram, tem-se que ter um controle de formação das algas em represas, mananciais, rios e lagos.
De acordo com José, para lagos maiores (>100m3) sugere-se o controle de algas verdes com filtro biológico mais plantas aquáticas em ilhas de filtração biológica. No processo a água deve circular por dentro da ilha-biofiltro a cada 3 horas deixando dentro da ilha todos os resíduos orgânicos que serão filtrados e depois digeridos lentamente. A água que entra, saí a seguir, já filtrada e clarificada. "O processo por ser contínuo, ao fim de um dia toda a água terá passado pela ilha de filtração. Para acelerar a decomposição da matéria orgânica dentro do filtro se utiliza um agente biológico colocado a cada 15 dias até à estabilização do processo", ressalta.

 

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Ter um lago com alguns peixes pode representar, em algum momento, o aparecimento das algas verdes na água transformando o prazer de ter um lago cristalino numa total decepção para seu proprietário. Lagos com água cristalina no início da implantação, logo se transformam, com a presença das algas verdes / cianofíceas (Clorela spp.), o terrível aspecto da água de uma sopa de ervilhas.
José explica que a aeração é um processo fundamental para controle de algas verdes, pois movimenta a água, o que permite o desenvolvimento de microrganismos benéficos que absorvem os nutrientes competindo com as algas; para lagos e tanques, equipamentos flutuantes de aeração reúnem eficiência, robustez, economia de energia e facilidade de manuseio.

 

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Plantas aquáticas e peixes
Lagos com plantas aquáticas não apresentam algas verdes porque os nutrientes disponíveis são absorvidos. Plantas como os Papiros (Cyperus papyrus), o Chapéu de Couro (Echinodorus grandiflorus), Sagitarias (Sagittaria montevidensis) e Ninféias, as Rainhas dos Lagos e outras são utilizadas para esta finalidade.
Plantas aquáticas instaladas em tanques e lagos, em forma de ilhas artificiais (Ilhas de filtração), clarificam a água dos lagos retirando detritos e nutrientes deixando-a cristalina. Uma das plantas aquáticas de bons resultados em velocidade de reprodução, colonização da área e controle da qualidade da água é a Lentilha d’água (Lemna spp.) que com apenas 10 gr de peso úmido coloniza um tanque de 120 m2 em 3 semanas.

 

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"A Lentilha é uma espécie de planta bastante promissora, adapta-se a vários climas e tem uma capacidade de produção de biomassa (60 kg/m2/ano) com grande capacidade de remoção de nutrientes. Com teor de proteína elevado (13-41%) na matéria seca, pode duplicar seu peso a cada 2 a 3 dias. Sua boa palatabilidade faz dela um complemento alimentar (ração) para peixes ou bovinos", destaca José.

 

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A piscicultura de Tilápias é usada na base de 5 a 30% do total da ração. Em alguns casos tem que se proteger as plantas dos peixes com telas. A manutenção do processo se faz com a remoção periódica do excesso de plantas que vão se desenvolvendo. Depois da coleta manual ou mecânica do excesso de plantas são misturadas com outros materiais após secagem ou compostagem e/ou introduzida diretamente no campo agrícola.
A aeração é também um fator importante nesta metodologia de tratamento porque incrementa o processo, altera a população de microrganismos e retira cheiro eventual. A aeração suplementar com ar difuso não levanta aerosóis nem fere os peixes. O aerador com ar difuso assegura a circulação da água e o contato com as raízes. Mantém aerada e em movimento toda a água de um tanque ou lagoa de até 2 hectares por equipamento. Os odores são reduzidos e melhoram as condições para os organismos aquáticos.

 

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José explica que esse processo aumenta a transparência e aumenta à taxa de redução da DBO da água. Este sistema de aeração em lagoas aeróbias ou facultativas segue a tendência de utilizar o ar difuso em substituição aos sistemas mecânicos de superfície de baixo rendimento. A aeração é usada para evitar áreas de baixa circulação em lagos ornamental e aquicultura, alinhando eficiência com arraste de água, utiliza motores comuns de baixa manutenção e pode operar por anos.
"O equipamento produz rastros de água oxigenada com mais de 20 m e elimina as zonas mortas do tanque proporcionando maior oferta de oxigênio por todo o tanque. Quando bem posicionado rapidamente inicia um movimento de circulação da água do tanque podendo mover ate 17 000 m3/dia/CV. O soprador estáconectado a um sistema de distribuição de ar com bolhas de 1 a 3 mm, formado por difusores planos formando uma grade de aeração produzindo de 800 a 1000 litros de ar/minuto/HP a alta velocidade, permitindo um tempo maior de contato com a água e facilitando a solubilidade do ar na água", completa José.

Cuidados
José destaca alguns cuidados para evitar o aparecimento de algas verdes: levantar paredes ou elevações naturais em torno do lago para impedir a entrada de detritos por ocasião de chuvas; Peixes ornamentais devem ter ração apropriada que não se dissolva na água; Melhorar a circulação da água com aeração para que não ocorram áreas mortas; a construção de lagos circulares favorecendo o efeito "redemoinho" que auxilia na eliminação destas zonas motas
Além disso, em lagos com formatos retangulares, crie profundidades diferentes para decantação preferencial nas partes mais fundas e onde se localizaram os ralos de circulação; Cascatas devem-se localizar na parte rasa do lago de forma a conduzir os detritos na direção das bombas de captação para fins de filtragem e localizadas no lado oposto; Evitar o excesso de luz e reflexão do fundo dos lagos, construindo eles com cores escuras de fundo e com profundidades de 50-80 cm para facilidade de manutenção e menos sol direto e a utilização de plantas aquáticas no lago/tanque porque elas retiram nutrientes da água que favorecem o desenvolvimento de algas verdes.

 

Contato das empresas:
Natural Ambiente:
www.snatural.com.br
Produquimica: www.produquimica.com.br

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