Além De Garantir Qualidade, A Andritz Realiza Upgrades Tecnológicos Em Máquinas Convencionais
Por Stephanie Manchado
Edição Nº 51 - outubro/novembro de 2019 - Ano 9
Com o objetivo de otimizar os equipamentos e torná-los mais eficientes, a ANDRITZ vem focando a sua atuação no setor de peças e serviços de atendimento ao cliente
Com o objetivo de otimizar os equipamentos e torná-los mais eficientes, a ANDRITZ vem focando a sua atuação no setor de peças e serviços de atendimento ao cliente.
A empresa, de origem austríaca, está trabalhando fortemente na parte de manutenção preventiva e na criação de contratos de performance para garantir o atendimento sem perdas de produção.
"Hoje, o nosso foco principal é manter todos os equipamentos da nossa base instalada e dos nossos clientes em operação contínua, sem qualquer tipo de parada corretiva", explica Marieli Silveira, engenheira de vendas da ANDRITZ. Além de oferecer os serviços, a empresa também capacita, através de um treinamento, os funcionários que são responsáveis pela operação do equipamento, para que seja possível manter o funcionamento de forma limpa e constante.
Sempre que uma máquina é vendida para um cliente, um contrato é desenvolvido para adequar a assistência e manutenção de acordo com a demanda. "Trabalhamos com o fornecimento de kits com manutenção in loco e manutenção na nossa fábrica, com o objetivo de criar a melhor forma de atender o cliente e suprir as suas necessidades" – completa Marieli.
De forma a tornar as peças mais eficientes e adequar as plantas dos clientes para a Indústria 4.0, a ANDRITZ aposta no upgrade das máquinas já utilizadas. Através de sistemas e tecnologias criadas pela empresa, com a utilização de sensores e de planejamento, a ANDRITZ transforma máquinas antigas, convencionais, em equipamentos 100% automatizados para implementar, de modo integrado, a automação à planta do cliente.
Série DU: novos modelos de máquinas para aumentar a performance
Devido à necessidade de otimizar e automatizar as plantas, a ANDRITZ criou os modelos da Série DU para melhorar a performance dos equipamentos. Estas novas máquinas foram desenvolvidas para substituir modelos já existentes ou, então, fazer um upgrade na máquina convencional.
"Às vezes, a máquina que está no cliente já chegou em seu limite, mesmo depois de uma reforma, de otimização, de automatização e controle. Então, a ANDRITZ desenvolveu esta nova linha de máquinas como equipamentos de melhoria de performance em um mesmo processo" – afirma Luiz Ramos, gerente de mercado. Outra possibilidade é a utilização como solução para uma planta nova em que existe uma maior exigência na questão de resultados, tanto de clarificação de líquidos como de desaguamento de sólidos.
Esses modelos, portanto, são indicados para plantas que precisam melhorar a performance e para substituição de máquinas existentes que já não alcançam os resultados necessários. Outra vantagem é que as máquinas que sofrerão o upgrade podem ser ou não da ANDRITZ.
"Sem alteração de processo, estas máquinas buscam resultados mais interessantes e/ou mais economicamente viáveis para o cliente, pois reduzem o consumo de polímeros, de energia, aumenta o teor de sólidos secos na torta e reduz os sólidos suspensos no líquido. Com tudo isso, nós conseguimos otimizar a planta do cliente, automatizando com a substituição ou melhoria da máquina já existente" – complementa Luiz Ramos.
Mesmo com a substituição do equipamento pelo novo modelo da ANDRITZ, a capacidade da máquina não muda, continuando a possibilitar a vazão de 1m3/hora a 100m3/hora.
A diferença na implementação da nova máquina é que agora o cliente atingirá uma alta performance em uma mesma vazão. O gerente de mercado explica que se a máquina de 1m3 existente conseguia uma torta de 20% dos sólidos, a nova máquina de maior performance, da Série DU, atinge de 2% a 5% de sólidos a mais no resultado para a mesma vazão. Ou seja, o rendimento desta tecnologia desenvolvida pela ANDRITZ é maior.
Apesar de ter muitas diferenças em relação às máquinas convencionais, a estrutura externa dos novos modelos é igual aos outros. O que gera as vantagens citadas anteriormente é a parte interna. Pensada para melhorar a performance, os ângulos internos, os pontos de alimentação e a descarga de líquido foram feitos de modo diferente. "Por fora, não há diferença. Então, se o cliente tiver que tirar uma convencional e colocar outra, não há problema de tamanho, pois ela ocupa o mesmo espaço" – acrescenta Ramos.
Investimento em tecnologia e manutenção
Todas as máquinas da ANDRITZ, mesmo as mais simples, podem ser automatizadas totalmente. A empresa já trabalha com cogeração de energia entre os motores, com o objetivo de usar motores menores e de menor consumo energético, tanto nas máquinas convencionais como nos novos modelos. A ideia das novas máquinas é melhorar o ganho que a convencional já apresentava como resultado.
Esses novos modelos da Série DU podem ser utilizados na área industrial, municipal e no setor privado. Apesar de ser um pouco mais cara, esta tecnologia é mais econômica em termos de investimento à longo prazo. Segundo Ramos, gerente de mercado da ANDRITZ, em comparação com a máquina convencional, o consumo de energia cai em torno de 20% a 25% e o consumo de polímeros em torno de 10% a 15%. Isso significa dizer que, com todos os custos agregados, os novos modelos são mais econômicos. Em cerca de um ou dois anos, a diferença de valor de aquisição entre a convencional e a da Série DU já está paga.
Em relação à manutenção, é pré-determinado um tempo normal de utilização e um desgaste próprio da rotação da máquina. Portanto, a ANDRITZ trabalha a manutenção conforme as horas de operação. "Nós trabalhamos com kits, começando com três mil horas, que é o kit de partida. Este período, se a máquina for operada continuamente, é equivalente a cerca de quatro meses de operação. Para esta demanda, a necessidade é apenas lubrificar.
A empresa pode ter uma equipe local bem treinada para fazer esta lubrificação simples e, pelo menos uma vez por ano, nós entramos para verificar a parte rotativa e a parte de redução, da caixa redutora" – afirma Marieli.
Como a máquina é automatizada, se houver uma variação muito grande na entrada, ela "sente" e avisa. Para compreender os sinais dados pelo equipamento, é necessário que a equipe de operação local seja bem treinada.
Quando a máquina atinge um ciclo de vida, que são trinta mil horas de operação, a ANDRITZ recomenda que o equipamento seja enviado para a fábrica para fazerem uma avaliação mais completa antes de retornar ao cliente. Durante a operação, antes de completar um ciclo de vida, também podem ser necessários outros tipos de manutenção. Para isso, eles oferecem kits de manutenção. No kit in loco, como citado anteriormente, os funcionários responsáveis pela operação na empresa acompanham a manutenção para aprenderem os passos. Porém, quando é necessária uma manutenção mais intensa, para analisar o conjunto rotativo e fazer a medição das pastilhas, o equipamento deve ser enviado para a fábrica para que os técnicos avaliem por completo.
"Em alguns contratos, nós temos uma máquina de locação associada para que, caso seja preciso paralisar um equipamento para fazer manutenção, possamos alocar uma máquina substituta. Desta forma, o cliente não terá prejuízos com a paralisação. E, mesmo que o cliente não tenha este contrato pré-definido, podemos locar uma máquina para ele também" – argumenta Marieli Silveira.
A manutenção das máquinas sempre foi uma questão-chave para a empresa e, para inovar e mostrar a qualidade de seus serviços, a ANDRITZ também está fazendo a manutenção de equipamentos de outros fabricantes. Principalmente na parte de filtro prensa e de decanter, eles conseguem associar as máquinas dos concorrentes e trabalhar em conjunto com as suas. Quando o contrato de manutenção vai ser selado, a empresa inclui os equipamentos deles e os de outros fabricantes já existentes no cliente. "Isso é interessante, pois ele passa a ser atendido em um contrato só. Muitos clientes, hoje em dia, têm máquinas de outros fabricantes que não estão atendendo no pós-venda e eles acabam buscando alternativas. Inclusive, às vezes os clientes compram uma máquina nossa justamente porque não tinham o atendimento necessário" – exemplifica Ramos.
Para conseguir consertar equipamentos de outros fabricantes, a ANDRITZ conta com as tecnologias e o know-how da ANDRITZ Global.
Às vezes, se a empresa brasileira nunca tiver feito determinado elemento, eles trabalham em conjunto com as outras unidades ao redor do mundo. Por exemplo, pode ser que, em certo caso, a ANDRITZ França já tenha o know-how para algo que ainda não foi feito no Brasil. Esta troca de informações entre as unidades é fundamental para este novo serviço de manutenção.
"Nós damos duas opções para o cliente: voltar a máquina para o original de fábrica ou fazer com que ela funcione numa qualidade igual a um equipamento da ANDRITZ. E ainda damos garantia" – afirma a engenheira de vendas.
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