A discussão sobre qual tecnologia adotar no processo biológico das estações de tratamento de esgoto é grande, e entender sua importância é garantir maior eficiência e menor custo para as estações. Para isto, a busca por empresas especializadas e que disponham de várias tecnologias e acompanhamento qualificado, é essencial.
Uma destas empresas, é a Brasworld Engenharia, que oferece suporte técnico as empresas de engenharia e/ou aos clientes finais orientando quanto ao requisito de aeração necessária e a forma de instalação dos aeradores, como afirma o diretor da empresa, Marcelo Pohlmann. "Normalmente o cliente chega com um problema a ser resolvido, por exemplo: aumentar a capacidade de tratamento, melhorar a eficiência do tratamento, eliminar maus odores, redução no consumo de energia quando já existe aeração mecânica instalada ou controle de algas no efluente final. Em cima disto ajustamos os critérios de dimensionamento e elaboramos a proposta técnica para ser discutida com o cliente, aprovada a solução é feito o orçamento da instalação".
Talita Carvalho, coordenadora de projetos e suprimentos da Ecosan, também fala sobre o atendimento aos clientes. "Atendemos desde o tratamento primário até o terciário". Fornecemos o projeto básico, o projeto executivo, fornecimento e integração do sistema, instalação e finalmente, a operação", conta.
Outra empresa que busca atender seus clientes de maneira integral é a Sulzer. Segundo Leandro Damico, gerente de negócios para a América Latina, é feita uma análise completa da planta, para verificar aplicabilidade dos produtos em todos os processos, um estudo completo de eficiência energética, payback em relação à operação e manutenção, além do acompanhamento de pessoas especializadas para startup.
Com a crise econômica brasileira, pesquisar e garantir eficiência ganha ainda mais importância. Marcelo Pohlmann, diretor da Brasworld Engenharia, vê no entanto, mesmo com as dificuldades, um aumento de vendas em relação ao ano anterior, em dois segmentos específicos. O primeiro são projetos de eficiência energética, por meio da aeração do rotor tipo escova. "Pode resultar em economia de energia até 50% em relação aos aeradores convencionais de alta rotação, reduzindo os custos operacionais de ETE´s por lagoas’.
O outro segmento é o aumento de capacidade de tratamento de ETE´s com o uso de aerador Cachoeira em lagoas. "Evita/adia a construção de novas lagoas, ou seja, posterga investimentos de maior monta e possibilita uma solução imediata de menor custo". 
Para Talita Carvalho, da Ecosan, o segredo para driblar a crise é diversificar o mercado e a cadeia produtiva. "A Ecosan busca sempre aprimorar os processos internos de modo a reduzir desperdício e manter o foco na qualidade da entrega". Já Leandro Damico, da Sulzer, alguns fatores são essenciais para enfrentar a crise, é preciso estar ciente de alguns pontos. "Energia elétrica é um dos principais custos na operação de uma planta de tratamento e efluentes. Não podemos esquecer que os processos de aeração são responsáveis por até 80% do consumo de energia da planta". Ele também lembra que turbocompressores operam por longos períodos ou até 24 horas por dia – com consumo significativo de energia e que a demanda de ar sofre variações e é necessário manter a eficiência dos sopradores tão otimizada quanto possível, e conclui. "Confiabilidade é um fator crítico, pois o processo de aeração é o coração da planta de tratamento."

Produtos
Além de eficiência, investir em inovações é a chave para uma boa aeração. Marcelo Pohlmann, diretor da Brasworld Engenharia, destaca o uso dos aeradores tipo cachoeira. "Tem sido utilizado com sucesso em aeração de lagoas de tratamento de esgotos, lagos ornamentais e valos de oxidação, temos modelos de 1 a 12 CV. Temos também o aerador submerso em variadas potências, sendo os modelos de 3 e 5CV o mais comuns para ETE´s compactas. Nosso lançamento deste ano, na Fenasan, foi o aerador AR-MIX, um prático e inovador sistema flutuante de injeção de ar e movimentação da massa líquida sem partes móveis em contato com o esgoto".  
O aerador cachoeira é um rotor tipo escova flutuante que apresenta excelente desempenho em todas as modalidades de lagoas de estabilização, desde lagoas anaeróbias (controle de odor), lagoas facultativas (aumento de capacidade e eficiência), lagoas aeradas (redução de consumo de energia em até 50%), lagoas de maturação (controle de algas). O consumo de energia é mínimo e os resultados sobre o tratamento são rápidos.

A inovação do momento é o Aerador AR-MIX que movimenta e introduz grandes volumes de oxigênio em extensas áreas com uso de sopradores e difusores em uma estrutura flutuante de fácil instalação em lagoas existentes. Trabalhamos continuamente no aprimoramento do equipamento.

Talita Carvalho, coordenadora de projetos e suprimentos da Ecosan, destaca o difusor circular, difusor tubular, aerador superficial de alta rotação (fluxo ascendente e descendente) e o aerador superficial lento. "Possuímos aeradores com mais de 15 anos em operação. Produção 100% nacional dos equipamentos de catálogo, sendo assim, podemos oferecer baixo custo de manutenção e sobressalentes, além da agilidade na entrega". Ela conta sobre o desenvolvimento de um novo modelo. "Estamos desenvolvendo um novo modelo de aerador, com ciclo de vida ecologicamente mais adequado, menor impacto ao ambiente tanto na matéria prima, quanto na questão de consumo energético".

Entenda o processo
No tratamento de água e efluentes, o papel da flotação é separar líquidos de sólidos com microbolhas de ar que levam as impurezas suspensas à superfície. Para saber se os flotadores estão trabalhando bem, é preciso verificar justamente a relação entre ar e sólidos e o tamanho da bolha. Quanto maior a quantidade de ar e menor o tamanho da bolha, mais eficiente o sistema de flotação. Para isto, uma parte essencial do processo são os aeradores.
Dois tipos de tecnologia podem ser utilizados para conduzir o tratamento biológico de esgoto, o aeróbio e o anaeróbio. Nos grandes centros urbanos, dentre as variantes do processo aeróbio, é muito usado o sistema de lodos ativados. Como vantagens, este sistema tem a capacidade de tratar altas cargas orgânicas e a necessidade de áreas reduzidas. Como desvantagens, o custo de implantação e operação e o volume de lodo produzido.

Nesse tipo de sistema, o esgoto é estabilizado em tanques de aeração, os quais contêm microrganismos aeróbios que utilizarão a matéria orgânica em seu metabolismo, reduzindo, assim, seu potencial poluidor para que o efluente tratado possa ser lançado em corpos d’água. Depois, é necessária a introdução de ar nesses tanques de aeração para suprir a necessidade de uso por parte dos microrganismos e promover a mistura do seu conteúdo.
Existem vários tipos de aeração, mas as formas mais utilizadas para introduzir ar em um líquido são através da aeração por ar dissolvido e a aeração por ar difuso.
Na aeração por ar difuso, as bolhas de ar são geradas por borbulhadores, normalmente membranas porosas ou buchas de metal sintetizado, ou pela fricção de ar injetado no líquido com superfícies sólidas, por exemplo, pelo atrito do ar com o rotor de uma bomba ou com as paredes de um tubo em um fluxo a alta velocidade. Neste tipo, o processo necessita de alto consumo de energia e grandes tanques de aeração.
Já na aeração por ar dissolvido há uma prévia pressurização do líquido ou de parte dele em contato com ar borbulhado. As bolhas de ar que se unem às partículas sólidas são geradas por dissolução de ar no líquido sob pressão elevada com a posterior nucleação (precipitação) por rápida redução da pressão, o que diminui a solubilidade do ar e deixa o líquido supersaturado – o mesmo que acontece ao abrir uma garrafa de refrigerante. Em geral, são necessários compressores de ar e bombas para a pressurização do ar e do líquido.
É preciso maior investimento e manutenção e atenção operacional para garantia das condições ideais de aeração, como controle de nível, vazão e pressão de ar.

Os sistemas de aeração por ar difuso são muito utilizados nos diversos tipos de processos biológicos em estações de tratamento de efluentes industriais e sanitários. O principal objetivo desta tecnologia é fornecer oxigênio à biomassa em processos de oxidação de carga orgânica e remoção de nutrientes. Sua grande vantagem é a alta transferência de oxigênio e baixo consumo de energia elétrica. Os sistemas de aeração são utilizados também em processos de oxidação de carga orgânica dos mais variados tipos (lodos ativados, SBR, MBR, lagoas aeradas, etc.), nitrificação biológica, remoção biológica de nutrientes, mistura, equalização, stripping, flotação, digestão aeróbia e caixas de areia aeradas. No processo de aeração, não são utilizados produtos químicos, já que a aplicação é feita em processos biológicos ou de mistura.
O sistema de aeração por ar difuso tipo fixo é usado com todos os tipos de difusores de ar, seja tipo bolha fina ou grossa, circular ou tubular, e é voltado para aplicação em lagoas ou tanques. Seu diferencial é a possibilidade de implantação de maior densidade de difusores por metro quadrado. Além disso, permite sempre a utilização de vazões unitárias por difusor menores que na configuração flutuante/removível. Sendo assim, é possível obter menores coeficientes de vazão de ar que resultam, obrigatoriamente, em maiores índices de transferência de oxigênio.
O sistema de aeração por ar difuso tipo removível (flutuante) é utilizado com difusores de ar tipo bolha fina ou grossa, normalmente com difusores tubulares. Indicado para lagoas de aeração (aeradas, mistura parcial, completa, etc.) independentemente do tipo de construção ou revestimento existente, principalmente para os casos onde se tem baixa relação F/M para aeração ou mistura. Dispõe ainda de criação de zonas anóxicas para processos de nitrificação e desnitrificação. Entre suas vantagens, está a implantação ou manutenção sem necessidade de esvaziamento da lagoa ou tanque e sua adaptabilidade de fornecimento e dimensionamento em cada projeto. Os difusores de bolha grossa são mais indicados para aplicações de mistura, equalização e caixa de areia.

Contato das empresas:
Brasworld: www.brasworld.net
Ecosan: www.ecosan.com.br
Sulzer: www.sulzer.com

Referências bibliográficas:
Di Bernardo L., e Sabogal Paz. L., P., "Seleção de tecnologia de tratamento de água" Editora LDiBe, São Carlos, SP. 2008;
Eckenfelder,. W., "Industrial Water Pollution Control" McGraw-Hill International Editions 3ª ed., New York, 2000;
METCALF & EDDY, Inc. "Wastewater Engineering: Treatment, Disposal, Reuse". McGraw-Hill International Editions, 4rd ed., New York, 2003;