Na 29ª Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente (Fenasan), a ANDRITZ expôs novidades prontas para atuar na Indústria 4.0 e Internet das Coisas (IoT) com automação e controle de processo. A empresa quer propiciar menores custos de operação e manutenção, aumentar a vida útil dos equipamentos e reduzir as paradas para manutenções. Para isso, uniu forças de duas áreas internas para atendimento mais específico à demanda dos clientes, o que vem dando bons resultados.
A área de Peças, Serviços e Reformas e a de Equipamentos Novos da ANDRITZ nunca trabalharam tão integradas. Ambas atuam em conjunto e com foco, objetivando forte parceria com o cliente. "Com os dois setores trabalhando juntos, o resultado está sendo bem mais positivo porque cria um relacionamento com o cliente que sinaliza o que ele realmente precisa, tornando tudo mais fácil" – avalia Luiz Ramos, gerente de mercado nacional da empresa.
Para Marieli Silveira, engenheira de vendas para a área de peças, serviços e reformas, independentemente do setor, quem ganha é a ANDRITZ. "É um grupo e uma equipe só. Essa é a visão que temos agora. Como estamos atuando diretamente nos clientes, na área de manutenção, podemos sinalizar junto a eles se compensa a manutenção ou investir no equipamento novo, integrando assim nossas áreas" – analisa.
"Hoje nosso foco são as vendas de contratos de manutenção, fornecimento de peças de prateleira, com reposição rápida evitando paradas improdutivas e consultoria de análise de viabilidade das reformas de equipamentos, dos quais fazemos uma análise se compensa investimento em equipamento novo ou somente reforma" – explica Marieli.
A área de vendas para separação sólido/líquido dispõe de equipamentos para adensamento e desidratação de lodo. "Possuímos várias tecnologias, quando temos um processo em que o cliente exige uma melhoria em desaguamento, levamos esse lodo para análise em nosso laboratório em Pomerode (SC), bem moderno e único no Brasil em termos de separação de sólido/líquido" – diz Ramos.
Eles discutem um caminho com o cliente, se ele aceitar, apresentam uma proposta e depois o fornecimento do equipamento. "Pode ser uma centrífuga para deságue ou um adensador de esteira ou rotativo. Determinamos isso junto com o cliente e trabalhamos nestas necessidades de acordo com a aplicação e testes que foram submetidos" – ressalta o gerente.

Separadores conectados
No caso da indústria 4.0, a ANDRITZ tem alguns objetivos bem claros com as necessidades identificadas no levantamento que faz do processo do cliente. "Em cima de uma modulação, conseguimos controlar todo o processo, fazendo com que o cliente economize no custo operacional. Nos equipamentos com tecnologia de controle, cada um tem sua característica mais importante, por exemplo, na rosca de baixa rotação seria a redução de energia, porque o motor é pequeno; já a mesa adensadora tem controle automático de dosagem de polieletrólito, então, diminuiria o consumo de químicos" – explica Ramos.
Segundo Marieli, pode-se usar os parâmetros do IoT e enviar também para outros dispositivos e tipos de análise onde há vários equipamentos integrados que não sejam ANDRITZ, pois através da lógica é possível fazer a leitura de toda a parametrização.

Qualidade operacional
O objetivo da empresa é reduzir o custo de operação, seja o cliente controlando melhor a manutenção dos equipamentos, seja utilizando equipamentos com menor consumo de energia, menor consumo de produtos químicos ou até o próprio custo do operador. "O operador não vai precisar ficar do lado do equipamento porque está tudo automatizado e poderá controlar de uma sala distante, até da casa dele se quiser, via celular" – destaca Ramos. Com isso, a empresa ganha melhor qualidade operacional. "Tiramos o operador que está ali para raspar o lodo e ganhamos uma pessoa que pensa e age sobre o processo" – complementa Marieli.

Crescimento de mercado
Segundo Ramos, a empresa espera um crescimento bem maior do tratamento de água e efluentes. "Nunca em política se falou tanto em saneamento como agora. Alguns grupos estão levando para Brasília as ideias de saneamento" – afirma. Para ele, a tendência é que o Brasil acorde. "Já passou da hora. Não dá para levar mais com a barriga, já existem muitos projetos, só precisa alguém passar a caneta para tocá-los para a frente. Agora é a hora. Acabando as eleições, as coisas têm que andar, não tem desculpa" – adverte Ramos.
A universalização vem contribuindo para o desenvolvimento e crescimento do setor. Apesar dos investimentos não serem suficientes para acontecer na data prevista, "Hoje em dia as indústrias privadas de saneamento estão dando um bom impulso, embora sejam minoria, mas o investimento delas chega a ser maior que os municipais e essas participações estão crescendo. Isso é um incentivo muito bom para nós, como fornecedores de equipamentos e até de contratos de manutenção" – aponta Ramos.