Reduzir Abrasão E Entupimentos Para Menor Custo E Mais Eficiência Na Ete
Por Cristiane Rubim
Edição Nº 53 - fevereiro/março de 2020 - Ano 9
O que causa abrasão e entupimentos em uma estação de tratamento de efluentes. Quais os métodos, equipamentos e produtos podem ser utilizados para evitar e solucionar estes problemas, que aumentam os custos operacionais para o dono da ETE
O que causa abrasão e entupimentos em uma estação de tratamento de efluentes. Quais os métodos, equipamentos e produtos podem ser utilizados para evitar e solucionar estes problemas, que aumentam os custos operacionais para o dono da ETE e diminuem a eficiência operacional. Vamos acompanhar todas as explicações e recomendações fornecidas por Amanda Cavalhero, consultora técnica industrial da Nalco Water, divisão da Ecolab especialista em Águas.
Responsáveis
A presença de sólidos grosseiros, sedimendáveis, finos e areia no efluente bruto industrial é responsável pela abrasão e por entupimentos na estação de tratamento de efluentes, segundo Amanda.
Abrasão é o desgaste mecânico de equipamentos devido ao atrito causado pela velocidade do líquido e presença de partículas sólidas.
• Os processos abrasivos ocorrem em equipamentos rotativos, como centrífugas, eixos e rotores de bombas, chicanas de misturadores estáticos e agitadores.
Entupimento caracteriza a obstrução, fechamento, vedação, atravancamento de tubulações ou parte de equipamentos na estação de tratamento de efluente.
Os entupimentos se dão em:
• Locais onde a velocidade do efluente é menor, o que propicia o depósito de sólidos; ou
• Tubulações e equipamentos com dimensão inferior à partícula sólida contida no efluente.
Prevenção
A prevenção da abrasão e entupimentos na ETE está condicionada, principalmente, à remoção dos sólidos grosseiros, sedimendáveis, finos e areia no efluente bruto industrial. "Para esta remoção, são recomendadas operações físicas e/ou físico-químicas associadas aos primeiros processos de tratamento da ETE" – explica Amanda, que abaixo elenca métodos e formas utilizados para prevenir a abrasão e os entupimentos na ETE.
• Para remover os sólidos grosseiros, são utilizadas grades e peneiras.
• Para os sólidos sedimendáveis e finos, usam-se decantadores primários, caixa de areia e gordura, hidrociclones e centrífuga.
• Para sólidos com baixa velocidade de sedimentação e coloidais, o tratamento físico-químico é recomendado e realizado com a dosagem de coagulantes, floculantes, alcalinizantes ou oxidantes. Estes produtos aumentam o tamanho das partículas e fazem com que elas sejam retidas em equipamentos de separação sólido-líquido, como clarificadores, flotadores, filtros, entre outros.
• Devido à dosagem química ou alterações de pH e temperatura ao longo dos processos de tratamento, partículas dissolvidas no efluente bruto podem ser insolubilizadas e causar danos por abrasão nos equipamentos das etapas finais de tratamento. Entre essas partículas, estão: metais, como Ferro (Fe), Manganês (Mn) e Alumínio (Al); material orgânico coloidal; dureza Cálcio (Ca) e Magnésio (Mg); e alcalinidade (carbonatos e bicarbonatos). "Nestas situações, é recomendado o uso de produtos oxidantes, precipitadores de metais, coagulantes, ácidos e alcalinizantes, que fazem o ajuste químico da qualidade da água. Por vezes, também são necessários equipamentos para a separação dos sólidos precipitados" – salienta Amanda.
Conhecer bem o efluente
Para evitar gastos e desvantagens causados pela abrasão e entupimentos, Amanda recomenda aos donos de ETEs conhecer bem os aspectos do efluente a ser tratado antes do início do projeto. Além de contar com equipe especializada para realizar análises e orientações consultivas sobre os melhores tratamentos de efluentes, que reduzem custo e garantem eficiência operacional. "Conhecer bem o efluente a ser tratado é sempre o primeiro passo para realizar um projeto eficiente na operação de uma estação de tratamento de efluentes e prevenir um alto custo no tratamento" – indica Amanda.
Por isso, é necessário realizar uma caracterização representativa dos efluentes antes do início do projeto. "Nesta etapa, passam a ser conhecidos todos os constituintes físicos, químicos e biológicos do efluente que será tratado. Dessa forma, é possível implantar as operações adequadas e específicas para o grau de tratamento que se deseja obter" – esclarece a consultora técnica industrial.
Quando o efluente industrial apresenta sólidos e partículas que indiquem necessidade de remoção por processos físicos e físico-químicos, eles devem ser aplicados. "Isso porque, além de reduzir a abrasão e o entupimento, vão garantir menor custo operacional e mais estabilidade e eficiência operacional na ETE" – explica Amanda.
A Nalco Water dispõe de equipe de especialistas técnicos que auxiliam na correta caracterização dos efluentes e no direcionamento para a necessidade de operações unitárias ou tratamentos químicos. Essas ações são associadas a tecnologias de controle e medição de dosagem para cada efluente industrial.
Casos de alto custo
Quando a abrasão e o entupimento já estão instalados na estação de tratamento efluentes, é preciso resolvê-los, mas há casos mais complexos. "Quando tratamos de danos causados por abrasão em equipamentos, geralmente falamos de danificações que não podem ser corrigidas, gerando alto custo de manutenção ou até substituição de parte dos equipamentos, elevando o custo operacional da ETE" – aponta Amanda. Segundo ela, os entupimentos podem ser corrigidos com limpezas físicas ou químicas, porém, também aumentando custos operacionais e geração de resíduos.
Além dos processos abrasivos e de entupimento, os sólidos não retidos nas etapas apropriadas do tratamento vão se acumular nos tanques subsequentes, como clarificadores, digestores e reatores biológicos. "Isso reduz o volume útil e, portanto, a capacidade de tratamento dessas unidades, elevando o custo e instabilidade operacional devido às paradas necessárias para limpeza e remoção de material sólido acumulado" – ressalta Amanda.
Contato da empresa
Nalco Water/Ecolab: www.ecolab.com/nalco-water