Condições de saneamento da população brasileira
Por Fábio Campos
Edição Nº 3 - outubro/novembro de 2011 - Ano 1
O saneamento ambiental constitui-se de um conjunto de ações que visam proporcionar níveis crescentes de salubridade ambiental em determinado espaço geográfico, em benefício da população que habita esse espaço, sendo, portanto, considerado como constituint
O saneamento ambiental constitui-se de um conjunto de ações que visam proporcionar níveis crescentes de salubridade ambiental em determinado espaço geográfico, em benefício da população que habita esse espaço, sendo, portanto, considerado como constituinte do modo moderno de viver e um dos direitos fundamentais dos cidadãos das sociedades contemporâneas.
O Brasil apresenta imensos déficits nessa área, pois parcelas significativas da sua população não têm acesso aos benefícios do saneamento ambiental. Essa situação torna-se visível quando se comparam áreas da maioria das grandes cidades e regiões periféricas.
O rápido processo de desenvolvimento e urbanização ocorridos no País nas últimas décadas têm se contrastado com a falta de planejamento de políticas e ações intersetoriais nas ocupações dos espaços urbanos, fazendo com que as cidades brasileiras apresentem os problemas típicos dos núcleos urbanos dos países menos desenvolvidos: instalações precárias, deficiência ou inexistência de sistemas de fornecimento de água tratada e coleta e tratamento de esgoto, moradias inadequadas, problemas com a disposição final de lixo etc.
Não por acaso, políticas de saneamento vêm sendo identificadas como prioridades que poderiam reduzir esses imensos diferenciais, constituindo-se um fator importante de equidade.
De acordo com o Instituto Trata Brasil, as 10 melhores cidades em termos de coleta e tratamento de esgoto estão situadas no sul do País, enquanto que a região Nordeste possui a 23º posição com São Luís com 78% de oferta de água tratada, contra 98% na média das capitais do Brasil; e a 25º posição com Teresina, com cerca de míseros 7% de cobertura de coleta e tratamento de esgoto, contra uma média nacional de 69%.
Como outros países em desenvolvimento, a questão do saneamento no Brasil é tomada como contemporânea, e ainda carece de muitos investimentos.
Desde 2007 tem-se observado o maior empenho em termos de ações já executadas no Brasil, com recursos advindos do Programa de Acelaração do Crescimento (PAC), o qual só em sua primeira fase destinou cerca de R$ 40 bilhões para investimentos no setor, onde diversas intervenções e obras estão em andamento.