Tratamento de efluentes nas indústrias pode contribuir para evitar a escassez
Por Dominic De Souza
Edição Nº 6 - abril/maio de 2012 - Ano 1
A busca por soluções sustentáveis é uma das principais metas da indústria nos últimos tempos. Além de criar alternativas para aumentar os lucros e buscar investimentos para o crescimento, a responsabilidade com o meio ambiente está em pauta no dia a dia d
A busca por soluções sustentáveis é uma das principais metas da indústria nos últimos tempos. Além de criar alternativas para aumentar os lucros e buscar investimentos para o crescimento, a responsabilidade com o meio ambiente está em pauta no dia a dia das empresas que enxergam a necessidade de encontrar novas soluções para questões antigas. Por isso, frequentemente o tema água, um dos elementos mais importantes para a humanidade e presente na rotina de todos, é colocado em discussão. Inclusive, no mês de março de 2012, chefes de Estado e de Governos, ministros, representantes de empresas privadas e da sociedade civil de 140 países estiveram reunidos no 6º Fórum Mundial da Água, em Marselha, no Sul da França, para discutir as soluções que garantirão o acesso à água doce em condições sanitárias decentes para todos.
Na indústria, especificamente, sabe-se que a água é utilizada em diferentes processos e, em alguns casos, acaba sendo contaminada por metais ou substâncias tóxicas. De olho neste cenário, no Brasil, foi implantada em 1997 a Política Nacional de Recursos Hídricos que criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Brasil. A lei tem o objetivo de assegurar água de qualidade e promover a utilização racional e integrada desse recurso. Além disso, em 2005, o Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) promulgou a resolução 357, com padrões de lançamento de efluentes e impôs limites para a emissão de corantes em rios. Essas medidas fizeram com que as empresas aumentassem os investimentos em tecnologias sustentáveis.
Atualmente, já existem no mercado equipamentos que, por exemplo, a partir de processos físicos (gradeamento, peneiramento, separação de óleos e gorduras, sedimentação ou flotação), químicos ou biológicos, dependendo dos poluentes que precisarão ser removidos, purificam a água para que ela seja descartada sem oferecer riscos de contaminação dos lençóis freáticos e rios. Muitas empresas já investem na tecnologia de reúso, gerando uma diminuição nos custos e garantindo o abastecimento interno para outras demandas, como obtenção de energia elétrica.
É importante que todos, organizações e indivíduos, tenham em mente a importância da água e da fragilidade de sua disponibilidade em nosso planeta. Isso porque diferentes estudos, como o elaborado pela Organização das Nações Unidas (ONU), demonstram que é necessária uma mudança radical na forma como a utilizamos se quisermos evitar a escassez. Uma das últimas pesquisas ressaltou que as mudanças climáticas, com suas consequentes secas e inundações, estão agravando a situação, ao derreter as geleiras e provocar mudanças nos padrões de chuva, o que impacta diretamente nas fontes de água.
Ainda segundo a ONU, é estimado que até o ano de 2015 cerca de 92% da população global terá acesso à água potável melhorada. No entanto, pelo menos 11% da população mundial, o equivalente a 783 milhões de pessoas, continuará sem acesso à água potável. O levantamento mostra também que 1,1 bilhão de pessoas continua sem redes de esgoto e cerca de 4 mil crianças morrem diariamente apenas por doenças relacionadas à falta de água de qualidade. Outro número alarmante é que, nas áreas rurais, 97 em cada 100 pessoas não têm água canalizada e 14% da população bebe água de superfície – dos rios, das lagoas e dos lagos.
As tecnologias que nos ajudam a prever o futuro nunca foram tão sofisticadas, o que possibilita a humanidade aprender não com seus erros, mas com as consequências de suas atitudes no presente.
Dominic de Souza Diretor comercial do Grupo Citra. www.citra.com.br Tel.: 11 4613-2800 |