Membrana de ultrafiltração garante tratamento de água com padrão mundial de qualidade
Por Huber Technology
Edição Nº 6 - abril/maio de 2012 - Ano 1
Indústrias e cidades têm aderido ao sistema
Mesmo em países como o Brasil, que desfruta de abundância de água, o consumo consciente está se tornando urgente em âmbito mundial. De acordo com levantamento realizado pela Unesco (*1), se a população aumentar em 65% nas próximas duas décadas, conforme apontam as previsões, cerca de 70% dos habitantes do planeta enfrentarão deficiências no suprimento de água, dos quais 16% não terão água suficiente para produzir sua alimentação básica. A Organização das Nações Unidas (ONU) prevê que água potável e limpa e saneamento básico ambiental são direitos humanos que devem ser garantidos em primeiro lugar aos cidadãos. Em ordem de prioridade, a indústria ocuparia o quinto lugar, no entanto, é hoje o segundo grupo que mais utiliza água, precedido apenas por irrigação agrícola.
O manual da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) tenta conscientizar o setor industrial a usar a água de forma sustentável, adotando práticas como o uso racional e eficiente da água. A prática, no entanto, é outra e as indústrias acabam transformando água potável em solvente, meio de transporte e até como meio de resfriamento para a linha de produção. "Se as indústrias usassem apenas para motivos fundamentais como incorporá-la ao produto e outros pequenos usos, elas reduziriam o consumo para uma média de 3%", avalia Marco Aurélio Silva, diretor da Huber do Brasil. "Temos, portanto, um grande espaço para o reúso e tratamento de efluente em indústrias".
De olho nesta oportunidade, empresas de saneamento como Sabesp, Cedae, Departamentos de Águas e Esgotos municipais (DAEs municipais), além de concessionárias privadas como Águas do Brasil e Foz do Brasil, já estão vendendo água de reúso para indústrias a um valor menor do que pagam pela água potável. Na região de São Paulo, por exemplo, o valor pago por mil litros de água de reúso é de R$ 1 a R$ 3, enquanto o preço da água tratada convencional gira em torno de R$ 10. Estudos feitos pela USP (*2) junto a mais de 2,3 mil indústrias, em diferentes regiões de São Paulo, revelam que o pagamento pelo uso dos rios corresponde a um total de R$ 3,8 milhões por dia. Caso 60% do consumo tivesse como origem água de reúso, o valor diminuiria para R$ 943 mil.
O reúso de água em indústria é historicamente comum. As siderúrgicas, por exemplo, obtêm desde os seus primórdios a chamada água cinza (não potável) que é bastante utilizada em alguns estágios da linha de produção. Desde 1998, um novo processo vem chamando a atenção dos industriais: reúso através de membranas, que prevê devolver a água para a produção após seu uso e tratá-la para adquirir altos padrões de qualidade, chegando, por vezes, a serem superiores ao da água potável. "Hoje conseguimos atingir com membrana uma qualidade de água que supera as exigências da lei Californiana título 22", comemora Marco Aurélio. A lei título 22 estabelece critérios, os mais rígidos do mundo, para recuperação de águas residuárias. No Brasil, o CONAMA n. 430, lei federal publicada em 13 de maio de 2011, já se equipara mundialmente ao nível de exigência para eliminação de efluente e está em vigor em diversos Estados que não atendem a uma lei estadual mais severa como em São Paulo, onde o Artigo 18 do decreto Nº 8.468, de 08 de setembro de 1976 traz exigências ainda maiores e tem feito com que muitas indústrias migrem para outras regiões do país. "Nossas leis são boas. O grande problema que enfrentamos é a falta de fiscalização".