Baixo Avanço Do Saneamento Básico Nas Maiores Cidades Brasileiras Compromete Universalização

Novo estudo do Trata Brasil, com base no Sistema Nacional de Informação


Baixo Avanço Do Saneamento Básico Nas Maiores Cidades Brasileiras Compromete Universalização

 

O objetivo do estudo desenvolvido pelo instituto Trata Brasil, cuja metodologia foi desenvolvida pela GO Associados, é atualizar o Ranking do Saneamento Básico nas 100 maiores cidades do país. Publicado desde 2009 o estudo proporciona um parâmetro dos andamentos do saneamento e o caminho até a universalização tão almejada. Os dados utilizados para o estudo são dos indicadores do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento – SNIS – ano base 2012.
Segundo o Instituto a nova edição do Ranking revela que os avanços nos serviços de água e esgotos, assim como na redução das perdas de água nas 100 maiores cidades, continuam lentos e que, se manterem os mesmos níveis de avanços encontrados de 2008 a 2012, não ocorrerá a tão sonhada universalização dos serviços em 20 anos. Os resultados mostram a necessidade de haver um maior comprometimento dos governos federal, estaduais e municipais, para que seja possível alcançar as metas de universalizar o saneamento em duas décadas.
A grande diferença do estudo deste ano comparado aos anos anteriores é que o Instituto desenvolveu uma simulação da possível universalização do saneamento para as 20 melhores e 20 piores colocadas no ranking. Os resultados mostraram que das 20 cidades melhor colocadas, 14 já atingiram a universalização e as outras 6 se encaminham para atingi-la nos próximos anos. Nas 20 últimas posições, no entanto, onde estão capitais como Manaus (AM), Natal (RN), Teresina (PI), Macapá (AP), Belém (PA) e Porto Velho (RO), apenas a capital amazonense atingiria a universalização dos serviços se mantiverem os níveis de avanços de 2008 a 2012

Principais resultados
Atendimento da população com água tratada

A média de atendimento da população com água tratada nos 100 maiores municípios foi de 92,2%, portanto, bem superior à média brasileira em 2012, que foi de 82,70%. 22 municípios já atingiram 100% de atendimento de água, ou seja, já são universalizados neste quesito.

 

Baixo Avanço Do Saneamento Básico Nas Maiores Cidades Brasileiras Compromete Universalização


Atendimento da população com coleta de esgoto
A média de população atendida por coleta de esgotos nos 100 maiores municípios, em 2012, foi de 62,46%; à frente da média nacional de 48,29%. Quase 40 cidades possuem mais de 80% da população com coleta, mas em 29% das cidades menos de 40% das pessoas têm acesso ao serviço.

 

Baixo Avanço Do Saneamento Básico Nas Maiores Cidades Brasileiras Compromete Universalização



Tratamento dos esgotos
Os 100 municípios tratam um pouco mais de esgotos do que a média do Brasil em 2012 (41,32% contra 38,70%). A maioria dos 20 melhores municípios alcançam 80% ou mais de tratamento sendo que 55% das cidades tratam menos de 40% de seus esgotos, sendo que 28% tratam menos de 20% dos esgotos.

 

Baixo Avanço Do Saneamento Básico Nas Maiores Cidades Brasileiras Compromete Universalização



Perdas de água (faturamento e distribuição)

A média de perdas de água (faturamento) nas 100 maiores cidades em 2012 foi de 39,43%, ou seja, superior à média brasileira de 36,9%. São resultados de vazamentos, roubos, gatos, falta ou erros de medição e outras irregularidades.
Em 2012, 40% das maiores cidades perderam mais de 45% da água (faturamento), sendo que 11% dos municípios perderam mais de 60%. Somente 27% perderam menos de 30%. Das 100 cidades, 62% tiveram perdas entre 30% e 60%.

 

Baixo Avanço Do Saneamento Básico Nas Maiores Cidades Brasileiras Compromete Universalização

 

Conclusão e outros destaques
• Das 20 melhores cidades, 11 são do Estado de São Paulo; 3 de Minas Gerais; 4 do Paraná e 2 do Rio de Janeiro;
• Entre 2011 e 2012, a maioria dos municípios (32) fizeram mais do que 80% das ligações de água faltantes para a universalização. 27 cidades, no entanto, fizeram menos de 20% das ligações de água faltantes.
• No caso de esgoto, a situação é oposta à de água. Dos 100 municípios, 61 fizeram entre Zero e 20% das ligações de esgoto faltantes. Apenas quatro fizeram mais que 80% das ligações de esgoto faltantes.
• Em 2012 foram feitas 498.386 novas ligações de água e 647.091 novas ligações de esgoto, ou seja, houve 23% mais novas ligações de esgoto do que ligações de água. São Paulo fez 155 mil novas ligações de esgoto em 2012, o que equivaleu a 24% de todas as novas ligações de esgoto no Brasil.
• A grande maioria das cidades analisadas não evoluiu em seus indicadores de Perdas de Água, o que preocupa por ser um indicador síntese da gestão do sistema de saneamento em uma cidade.
• O estudo reforça também a necessidade de uma maior mobilização pelo saneamento básico nas regiões Norte e Nordeste onde, mesmo com os recentes esforços do Governo Federal, Estados e municípios, os avanços têm sido muito baixos.
• Por fim, o volume de esgotos não tratados nos 100 maiores municípios, portanto descartados por dia na natureza, foi de 2.959 piscinas olímpicas. Isso mostra que a falta de saneamento, além de um problema de saúde pública, continuará prejudicando a quantidade e qualidade dos recursos hídricos brasileiros.

 

Instituto Trata Brasil
Acesse o estudo completo em: www.tratabrasil.org.br

Publicidade