A água é um item essencial para sobrevivência humana, mas nem sempre está pronta para consumo. A mesma deve preencher condições mínimas para que possa ser ingerida ou utilizada para fins higiênicos. No Brasil, uma das formas de conseguir a adequação necessária é a desinfecção através de agentes químicos. Trata-se de produtos químicos utilizados para inativação (alteração do DNA) ou destruição total de microrganismos presentes na água. São substâncias eficazes para o controle de enfermidades transmitidas por esses meios.
O agente químico mais comum para esse tratamento é o cloro, largamente utilizado pelas empresas de saneamento. Entretanto, de acordo com Mario Ramacciotti, managing director da Xylem, há outros dois agentes muito utilizados e que ao longo do tempo, deverão ter predominância na desinfecção da água: Ozônio e Ultra Violeta. "Tem havido uma significativa evolução tecnológica a qual proporciona melhores níveis de desinfecção com a utilização destas novas tecnologias mencionadas", explica Mario.
Para uma boa desinfecção é necessário que a água contenha um baixo teor de sólidos e baixa turbidez. Outro ponto importante é a temperatura, pois quanto mais elevada, menor o efeito do oxidante. O Ozônio, por ser instável, é produzido no local da aplicação e reage como a membrana do microrganismo em questão, explodindo-a e, consequentemente, destruindo-a. Pode ser considerada uma das desinfecções mais eficientes. No caso do Ultra Violeta, ele inativa o microrganismo, alterando seu DNA e impedindo sua reprodução. Portanto, a desinfecção, neste caso, dá-se pela não reprodução.
Existem algumas questões para se avaliar na hora de escolher o processo de desinfecção, desta forma Mario destaca algumas das principais vantagens de cada procedimento:
Ozônio: a destruição completa de todo tipo de microrganismo, inclusive Giárdia e Crisptosporidium. Entretanto, deve ser produzido próximo da aplicação.
Ultra Violeta: inativa todo tipo de microrganismo, exceto Giárdia e também precisa ser produzido no local da aplicação.
Cloro: inativa os microrganismos, exceto Giárdia e Crisptosporidium, mas conta com o efeito residual.
Ainda de acordo com o representante da Xylem, é sempre importante entender que a água é um bem escasso e deve ser seriamente tratado como tal. Seu consumo aumenta devido ao aumento da população e utilizações diversas. Agrava-se o problema pela enorme concentração populacional nos grandes centros urbanos. Devido a isto e planejando o futuro, deve-se trabalhar diversos aspectos tais como: reúso eficaz e contínuo da água, diminuição das perdas, reaproveitamento de águas pluviais, cuidados com nossos mananciais e outras medidas no sentido da preservação desta fonte tão importante para a vida humana.
"Levando-se todos estes fatores em consideração, o tema desinfecção é relevante e será cada vez mais desenvolvido para permitir que se transforme água natural e reutilizada em condições de ser utilizada pela humanidade. Para tanto, a tecnologia desempenhará um papel cada vez mais relevante no aumento da eficiência do uso deste precioso bem", enfatiza Mario.

Importância do processo
A desinfecção é necessária para controlar as enfermidades que são transmitidas pela água. Vários casos foram comprovados que a qualidade da água oferecida à população é responsável pela melhora da saúde dessa população. Para Junior Galinari, gerente de marketing da HidroAll do Brasil, um governante reduz os gastos com a saúde da população quando investe na qualidade de água fornecida.
"Existem muitas tecnologias de desinfecção, podemos utilizar um único produto desinfetante ou utilizar o consórcio de dois ou mais produtos desinfetantes, mas um requisito básico é produzir residuais de desinfetantes persistentes na água assegurando sua qualidade da água para eventuais contaminações no sistema de abastecimento, ou seja, assegurar que a água mantenha a qualidade até ser entregue à população", explica Junior.
Para os especialistas pode-se dizer que, se o produto está sendo utilizado corretamente e atende às Normas Técnicas e Portarias em vigor, só existem vantagens na sua utilização, e nenhuma desvantagem. "Estamos preservando no sentido de manter a saúde do consumidor, mas enfatizando que é necessário que os profissionais estejam utilizando de forma correta todos os produtos de tratamento de água", ressalta Junior.
Todos os produtos utilizados em tratamento de água para consumo humano, inclusive os desinfetantes, seguem uma Norma Brasileira a ABNT NBR 15784 – Produtos químicos utilizados no tratamento de água para consumo humano – Efeitos a saúde – Requisitos, que estabelecem os limites das impurezas nas dosagens máximas de uso de forma a não causar prejuízo à saúde humana.

Outros produtos
De acordo com o representante da HidroAll, os produtos permitidos no Brasil para uso em desinfecção de água são: Amônia anidro, Hidróxido de amônia, Sulfato de amônia, Dicloroisocianurato de sódio e seus sais, Ácido tricloroisocianúrico, Cloro gás, Clorato de sódio, Clorito de sódio, Hipoclorito de sódio, Hipoclorito de cálcio, Dióxido de cloro, Peróxido de hidrogênio e Permanganato de potássio. Junior conta que é complexo explicar o funcionamento de cada um, mas de uma maneira geral os desinfetantes funcionam destruindo a parede celular do microrganismo ou interferindo em seu metabolismo.
"Existe a possibilidade de se combinar alguns desses produtos, ou utilizar um deles somente, dependendo essencialmente da qualidade da água que vai ser tratada, mas é importante colocar que independente do produto químico utilizado, a Portaria MS Nº 2914 de 12/12/02011 que dispõe sobre os procedimentos de controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade têm que ser seguida e um dos requisitos é que a água fornecida à população contenha um teor mínimo de cloro residual livre de 0,5 mg/L ( p.p.m.)", completa.

Mercado
De acordo com Mario da Xylem, o mercado desse segmento oscila entre uma economia reticente, praticamente sem crescimento, pois o excessivo gasto público ativa o mecanismo da inflação, o qual demanda juros mais altos para conter a demanda e manter a inflação em patamares ainda administráveis, ainda que altos pelos padrões do primeiro mundo. Outros dois fatores são a copa do mundo e a eleição para governador e presidente em outubro.
"Estes dois fatores também tem efeito letárgico nas atividades econômicas, devido aos feriados e dispensa nos dias de jogos do Brasil, produzindo menor índice de atividade econômica. Entretanto, os projetos seguem e apesar dos três obstáculos citados acima, as compras programadas continuam seu curso natural, aliada às oportunidades apresentadas pelos problemas com a falta de chuva em algumas regiões do Brasil e excesso dela em outras", explica.

Já para Junior da HidroAll, é um segmento que está cada vez mais preocupado com o meio ambiente e a saúde do consumidor. Muito investimento já foi feito, porém ainda há muito a ser feito. Está em constante crescimento porque água de boa qualidade significa uma população saudável.

Contatos das empresas:
HidroAll: www.hidroall.com.br
Xylem: www.xyleminc.com