Nova Geração De Tubulações Para Efluentes E Esgotos Dá Cara Nova Às Redes

Apesar de ainda existirem muitos déficits em saneamento básico no país, o mercado de tubulações para tratamento de efluentes e esgotos vem trabalhando para oferecer aos clientes novas tecnologias com performances melhores que as antigas para substituí-las


Nova Geração De Tubulações Para Efluentes E Esgotos Dá Cara Nova Às Redes

 

Apesar de ainda existirem muitos déficits em saneamento básico no país, o mercado de tubulações para tratamento de efluentes e esgotos vem trabalhando para oferecer aos clientes novas tecnologias com performances melhores que as antigas para substituí-las, visando proteção do meio ambiente e praticidade. Há muita procura por novos materiais. Para isso, os fabricantes buscam inovações para desenvolver tubulações ideais que proporcionem, além de outras vantagens, principalmente maior resistência química a impactos, fácil instalação e transporte e design agradáveis. É uma nova geração de tubulações que vai dar cara nova as redes com perfil tecnológico para atender às necessidades dos clientes.
As casas antigamente usavam tubulações de chumbo e ferro. Esses materiais provocavam vazamento, deterioração dos equipamentos e da qualidade da água e contaminação humana. Foi desenvolvido em 1933 o PVC (Policloreto de Vinila), que acabou substituindo esses materiais para facilitar a instalação e os reparos e provocar menos vazamentos.
Além do PVC, atualmente, os materiais mais utilizados para a condução de esgoto por gravidade (conduto livre), segundo Eduardo Bertella, gerente de marketing da Kanaflex Indústria de Plásticos, são os tubos de concreto e cerâmicos. O aço galvanizado e o ferro fundido para tratamento de esgoto e o aço inoxidável e o aço carbono para tratamento de efluentes são, de acordo com Marco A. F. Goulart, coordenador de engenharia da Alphenz, outros materiais mais comuns usados hoje, além do PVC.

 

Nova Geração De Tubulações Para Efluentes E Esgotos Dá Cara Nova Às Redes

 


Mais usados
Há uma variedade muito grande de materiais usados para tubulações de efluentes e esgotos e também para tratamento de água, aplicações industriais, entre outras. Abaixo, listamos as características dos mais usados atualmente para efluentes e esgotos, respectivamente citados por Bertella, da Kanaflex e Goulart, da Alphenz.
PVC – Plástico leve, barato e de fácil aplicação utilizado em tubulações de água e esgoto.
Concreto – Pode ser simples (ponta e bolsa) ou armado (moldados no local ou pré-moldados). De baixa rugosidade, é rígido e não esmaga sob ação de cargas, mas está sujeito a ataque químico (corrosão por ácido sulfúrico). No Brasil, seu uso é tradicional na canalização de águas pluviais e esgoto sanitário.
Cerâmico – Utilizado desde 4.000 a.C. e, no Brasil, há mais de 100 anos, é um material durável de baixo custo que oferece alto desempenho térmico e não agride o meio ambiente. Rígido e forte, não deforma e é o único resistente à corrosão dos ácidos e solventes do esgoto.
Aço galvanizado – Relativamente pesado, tem custo reduzido e apresenta boa resistência mecânica. Para evitar a corrosão, é revestido com zinco através de processo de galvanização.
Ferro fundido – Liga de aço de baixo custo com boa resistência à compressão mais aplicável em grandes tubulações. Por ser pesado, pode elevar o preço do transporte.
Aço inoxidável – Composto de ligas de ferro-cromo, seu aspecto fundamental é a resistência à corrosão.
Aço carbono – A composição da liga confere ao aço seu nível de resistência mecânica.




Desgastes
As tubulações antigas de PVC e de cimento sofrem desgastes na passagem de efluentes e esgotos. "Um dos problemas é o desgaste por abrasão, e o comprometimento da estrutura do tubo devido ao ataque químico. No caso dos tubos de concreto e cerâmico, a união é feita a cada metro, o que potencializa o problema de vazamento ao longo da linha. A estanqueidade é importante, pois, além de prevenir a contaminação do solo com o líquido que pode vazar, evita a entrada de água do lençol freático na tubulação, que se mistura ao esgoto, aumentando sensivelmente a quantidade a ser tratada", adverte Bertella, da Kanaflex.
"O PVC é um material relativamente barato, porém, requer constante manutenção devido ao seu ressecamento. Também é muito rígido, por isso, tem baixa resistência mecânica. Já a tubulação enterrada de concreto, pela sua baixa elasticidade, pode sofrer rachaduras e trincos. Além disso, por ser muito pesada, eleva o custo de transporte, manuseio e instalação", explica Goulart, da Alphenz.
Tanto os tubos de PVC quanto os de cimento sofrem esclerosamento por não terem tanta resistência aos agentes químicos. No caso do cimento, o problema é mais agudo. "Via de regra, os emissários são por gravidade, e muitos deles trabalham à meia seção. Os efluentes emanam gases altamente corrosivos, e os tubos de cimento não têm proteção contra esse tipo de agressão. Não são raros os casos, após poucos anos de uso, em que simplesmente não apresentem mais a geratriz superior a dos tubos, normalmente destruída por esses gases. A solução é a utilização de materiais com alta resistência à corrosão e a ataques de produtos químicos", aponta Roberto M. Gadotti, diretor-superintendente da FGS Brasil.

 

Nova Geração De Tubulações Para Efluentes E Esgotos Dá Cara Nova Às Redes Nova Geração De Tubulações Para Efluentes E Esgotos Dá Cara Nova Às Redes

 

Busca por novos materiais
Ainda usado em grande escala e diante dos desafios, citados acima, que o material apresenta, há procura no mercado por lançamentos e novos materiais em substituição às tubulações de PVC para efluentes e esgotos. "Há procura, sim, por novos materiais, como, por exemplo, o PP (Polipropileno) e o PEAD (Polietileno de Alta Densidade)", afirma o coordenador de Engenharia da Alphenz. Além do PP e PEAD, ele cita, também como novidade, dentre outras, o CPVC (Cloreto de Polivinila Clorado).
O gerente de marketing da Kanaflex conta que o tubo corrugado com dupla parede de PEAD começou a ser fabricado no Brasil em 2002. Surgiu como uma inovação que alia maior resistência mecânica (compressão e impacto) com a grande resistência química advinda da matéria-prima. "De lá para cá, este tipo de tubo ganhou força. A linha, que contava apenas com os diâmetros de 100 mm e 150 mm, expandiu, passando a ter diâmetros que vão de 250 mm a 1.200 mm", destaca.
De acordo com Gadotti, da FGS Brasil, o PEAD é uma alternativa que vem comprovando sua eficiência na linha de materiais para tubulações de efluentes e esgotos. "Hoje, as linhas de emissários e coletores no Brasil estão sendo substituídas por produtos plásticos em PEAD", afirma o diretor-superintendente. Segundo ele, o PEAD, por si só, há muito tempo já tem características exclusivas que lhe garantem alta resistência ao ataque de produtos químicos. "As novas resinas de PEAD têm sido colocadas à prova em situações extremas de ataque por materiais abrasivos, como, por exemplo, transporte de polpa mineral, e os resultados obtidos têm revelado uma vida útil superior aos demais tubos plásticos, bem como aos tubos metálicos. No caso de esgotamento sanitário, onde tanto os efluentes das indústrias como a areia inerente ao material esgotado são os grandes vilões, o PEAD tem se destacado como a solução técnica de maior qualidade com o melhor custo-benefício", garante.

 

Nova Geração De Tubulações Para Efluentes E Esgotos Dá Cara Nova Às Redes


Além das resistências químicas e mecânicas, há o fato de que o PEAD pode ser unido por juntas soldadas. "Foi comprovado pelas Companhias de Saneamento do Brasil e do exterior que é na junta tipo Ponta e Bolsa que se dá a maioria dos problemas de vazamento. Esses vazamentos, quando ocorrem, trazem consigo contaminação de lençol freático e degradação ambiental, entre outros problemas. Para condução de efluentes químicos e/ou esgotamento sanitário, o PEAD é o material mais seguro que existe", avalia.
Os tubos de PVC e de cimento sofrem esclerosamento por não serem tão resistentes aos agentes químicos como o PEAD. Também pela sua composição química, as tubulações de PVC e cimento provocam incrustação. "Com isso, o diâmetro interno dos tubos diminui ao longo do tempo, ocasionando uma perda de vazão, o que não acontece com as tubulações de PEAD, por terem composição química amorfa, sem radicais livres, constituída somente de carbono e hidrogênio", explica.
Fazer a substituição das redes antigas por redes novas de tubos corrugados ou lisos de Polietileno pode resolver os problemas das tubulações. "Pode-se utilizar também o método não destrutivo, denominado Pipe Bursting, onde se aproveita o espaço das tubulações antigas no solo para introduzir nova tubulação de parede lisa de PEAD", sugere Bertella, da Kanaflex.

 

Nova Geração De Tubulações Para Efluentes E Esgotos Dá Cara Nova Às Redes


Divide a mesma opinião, Goulart, da Alphenz, ao dizer que se pode adotar o PEAD ou o PP como alternativa aos problemas das redes. Segundo ele, estes materiais possuem alta resistência química (mais resistente a ataques químicos); mecânica (alto grau de elasticidade e resistência a impactos); facilidade de instalação e manuseio (menor aplicação de mão de obra e equipamentos na sua aplicação); maior eficiência no transporte de tubulação (bem mais leve que o concreto); e melhor design.
Segundo Bertella, ao longo destes anos, alguns fatores vêm contribuindo para o crescimento das vendas dos tubos corrugados de PEAD para esgotamento. "Principalmente, a conscientização do uso de tecnologia de ponta para ganho de performance de instalação, redução de perdas, ausência de incrustações e aumento de vida útil", informa.

 


Outras alternativas
Fibra de vidro: A Vetro, empresa especializada na fabricação de produtos em fibra de vidro, dispõe de uma linha de tubos e conexões de PRFV (Plástico Reforçado com Fibra de Vidro) e RPVC (Tubo de PRFV com liner de PVC), conhecidos como liner termofixo e termoplástico, dentro da norma NBR 15.536 e ensaios correspondentes. "Trabalhamos com diâmetros de 50 mm até 1.200 mm, classe de pressão de 2 kgf/cm² até 32 kgf/cm² e rigidez de 2.500 N até 10.000 N", afirma Rosângela Moraes, gerente comercial e marketing da empresa.

Nova Geração De Tubulações Para Efluentes E Esgotos Dá Cara Nova Às Redes


Estas tubulações são constituídas de resina poliéster, fibras de vidro, cargas minerais e aditivos, que proporcionam alta resistência à corrosão, superfície interna totalmente lisa, o que diminui a abrasão, leveza e elevada resistência mecânica, com coeficiente de segurança para pressão interna de até 4 vezes a pressão nominal de operação. "Todas essas vantagens resultam em baixo custo de instalação, operação e manutenção. Estes tubos têm também baixo custo diante dos produtos substitutos e possuem vida útil estimada de 50 anos, o que otimiza o investimento e evita a renovação prematura da infraestrutura. Outra característica é que elas são intercambiáveis com Defofo", aponta Rosângela.
Tubos Defofo, segundo ela, são o mesmo que "de ferro fundido" porque possuem diâmetro equivalente aos tubos de ferro fundido. Rosângela cita um exemplo: "O cliente tem uma rede de ferro fundido e precisa aumentar esta rede. Ele pode utilizar nossos tubos para continuá-la porque são tubulações intercambiáveis, que se encaixam nos tubos de ferro fundido", indica.
Ferro dúctil: Fabricados para durar mais de 100 anos, os tubos de conexões de ferro fundido dúctil da Saint-Gobain Canalização, com revestimentos especiais para transporte de efluentes, são voltados ao mercado industrial. O ferro fundido dúctil oferece resistência à compressão, à corrosão e à fadiga, facilidade de moldagem e usinabilidade. "Para compor uma rede 100% estanque, disponibilizamos ao mercado estas tubulações, além de válvulas e acessórios", afirma Alexandre Plassa, presidente da Tubos Ipiranga.


Nova Geração De Tubulações Para Efluentes E Esgotos Dá Cara Nova Às Redes


 

Problemas nas redes de esgoto
Segundo a assessoria de comunicação da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), a demanda média de reparo ou troca de ramais de esgotos em São Paulo é de 15 a 20 casos/dia. "Quando um ramal está em más condições, quebrado, arriado ou entupido, o próprio cliente nota, porque o primeiro sintoma é a dificuldade de esgotamento, ou seja, o esgoto não desce. Há ainda o refluxo para dentro do imóvel, quando o esgoto volta pelo ralo."
Os principais motivos de entupimentos de ramais estão ligados ao mau uso do sistema de esgotamento do imóvel pelos próprios moradores (ver boxe "Esgoto não é lixo"). "É necessária uma intensa campanha de conscientização de que esgoto não é lixo para que as instalações sejam usadas de forma adequada."
Já as principais causas de quebra ou arriamento de ramais (desnivelado ou sem caimento), conforme a assessoria, são as interferências entre as obras de concessionárias. Como os ramais estão instalados há muito tempo, uma nova obra na rua atinge esse ramal, danificando-o. "Na área central de São Paulo, a incidência cada vez maior de obras por métodos não destrutivos – instalação de tubos plásticos por perfuradoras do solo, sem escavação de valas extensas – tem provocado acidentes com quebra ou danos a ramais de esgotos. Muitas vezes, os operadores das perfuratrizes nem percebem que atingiram uma tubulação, e a concessionária só será comunicada meses depois quando o cliente tiver problemas de esgotamento."

 

Nova Geração De Tubulações Para Efluentes E Esgotos Dá Cara Nova Às Redes


O trabalho torna-se cada vez mais complexo, de acordo com a concessionária, em um subsolo congestionado como o da Região Metropolitana de São Paulo. "Para evitar esses acidentes, é necessário uma extensa e cuidadosa pesquisa de interferência, mapeando no local os equipamentos e tubulações de todas as concessionárias, com sua localização e profundidade, direcionando a obra para um trecho da rua em que não haja ocupação por outra concessionária."
O desgaste do material do ramal de esgotos, em especial das juntas, é um pouco mais raro, segundo a assessoria da Sabesp. Os antigos ramais são de manilha cerâmica com juntas de asfalto. "A cerâmica não tem grande resistência à cargas externas, por exemplo, sobrecarga de trânsito de veículos pesados que afundam o pavimento e comprimem os tubos.
O asfalto resseca com o tempo, perdendo sua função de vedar as juntas, o que causa vazamentos que podem solapar o solo e causar arriamentos e até quebra do tubo cerâmico. Neste caso, substituímos todo o ramal por tubos plásticos de maior resistência, com juntas elásticas de borracha, reaterrando o solo."
Quanto ao dimensionamento dos ramais, se estiver errado (para menor), o problema é similar ao do entupimento com a dificuldade de esgotamento e eventual refluxo. "Nesse caso, é feito um exame para verificar as condições do ramal, com televisionamento do interior da tubulação. Se estiver em perfeitas condições, é preciso recalcular (redimensionar) o diâmetro ideal do ramal por meio de tabelas e fórmulas de cálculo encontradas na literatura especializada, que se baseiam nas características de ocupação do imóvel, nas instalações sanitárias (número de banheiros, chuveiros, cozinha e tanques) e pela quantidade de pessoas que ocupam o prédio. Essa ocorrência é muito rara, uma vez que, para a concessão da primeira ligação de esgotos, a Sabesp exige o pré-dimensionamento do ramal em caso de imóveis que não sejam residenciais unifamiliares."

 


"Esgoto não é lixo"
A Sabesp pede a colaboração das pessoas para preservar o meio ambiente e orienta para não jogar lixo nas ruas e no vaso sanitário porque, além de correr o risco de entupi-lo, a rede de esgoto também pode entupir; há maior consumo de água para dar a descarga; e vários materiais deixam de ser reciclados, como o plástico, por exemplo. Quando a rede entope, para evitar que o esgoto volte às casas, os "azulões" da Sabesp, caminhões que têm a difícil missão de limpar os tubos de esgoto, entram em ação e, para isso, enfrentam, entre outras coisas, baratas e fedor de óleo de fritura vencido. A quantidade de lixo que chega às estações de tratamento de esgotos é tão grande, segundo a concessionária, que quebra os equipamentos usados para retirá-los. Exemplos de materiais que são jogados no esgoto pela população: plásticos, embalagens, canudinhos de caixa de sucos, cotonetes, tecidos (algodão/sintéticos), brinquedinhos, bolinhas, cabelos, fio dental, pelos de cachorro, fios de tapete, bitucas de cigarro, papel de bala, bisnagas de pasta de dente, frascos de iogurte e de leite fermentado, pentes, prendedor de cabelos, etc. O óleo de fritura também deve ser reciclado. Jogado na pia, vira uma cola na qual ficam grudadas as sujeiras, o que resulta em entupimento.
Fonte: Sustentabilidade Sabesp


 

Contato das empresas:
Alphenz:
www.grupoalphenz.com.br
FGS Brasil: www.fgsbrasil.com.br
Kanaflex: www.kanaflex.com.br
Sabesp: www.sabesp.com.br
Tubos Ipiranga: www.tubosipiranga.com.br
Vetro: www.vetro.com.br

Publicidade