Corrosão Interna E Externa

A crise hídrica no país é um assunto bastante discutido e que gera muita polêmica, para piorar ainda mais essa situação uma vertente do tema gera destaque: a perda de água


Corrosão Interna E Externa

 

A crise hídrica no país é um assunto bastante discutido e que gera muita polêmica, para piorar ainda mais essa situação uma vertente do tema gera destaque: a perda de água. Há muito tempo se escuta falar em perda e desperdício, mas a situação vem se tornando algo cada vez mais preocupante. Esse problema sempre foi um dos pontos frágeis dos sistemas de saneamento e das empresas que atuam nesse segmento.
Pensando em um cenário histórico, de baixo avanço na solução para as perdas de água que o Instituto Trata Brasil, em parceria com a GO Associados, lança o estudo "Perdas de Água: Desafios ao Avanço do Saneamento Básico e à Escassez Hídrica". As informações foram obtidas através dos dados mais recentes do Ministério das Cidades, especificamente no Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS – ano de referência 2013). Em grandes números, os dados do SNIS 2013 mostram que as perdas na distribuição de água estão em 37% e que as perdas financeiras totais estão em 39%.
Segundo o estudo do Trata Brasil estes valores de perda financeira correspondem ao percentual de recursos que não entram na receita do setor. Pelos apontamentos do estudo a água não faturada pelas empresas foi de 6,53 bilhões de m³ de água tratada, perfazendo perda financeira aproximada de R$ 8,015 bilhões ao ano. Tais perdas equivalem a cerca de 80% dos investimentos em água e esgoto realizados em 2013. Na projeção do estudo, se em cinco anos houvesse uma queda de 15% nas perdas no Brasil, ou seja, de 39% para 33%, os ganhos totais acumulados em relação ao ano inicial seriam da ordem de R$ 3,85 bilhões.
Em qualquer processo de abastecimento de água por meio de redes de distribuição ocorrem perdas. As chamadas perdas reais são as associadas aos vazamentos ou equipamentos inadequados, já as perdas aparentes são as relativas à falta de hidrômetros ou demais erros de medição, ligações clandestinas e, em alguns casos, ao roubo de água. Todas essas perdas trazem vários impactos negativos, seja à sociedade, ao meio ambiente, para as empresas e mesmo aos investimentos necessários aos avanços do saneamento.

Os dutos
Os dutos são tabulações desenvolvidas e construídas, dentro das normas de segurança exigidas, especialmente para transportar diversos tipos de produtos líquidos, inclusive à água. São construídos com chapas e recebem diversos tratamentos contra corrosão e passam por revistas de qualidade frequentemente e desta forma permitem o transporte de produtos de forma segura, mesmo assim, um dos principais motivos de falhas de dutos ainda é a corrosão.
Defini-se como corrosão do metal a transformação da liga pela sua interação química ou eletroquímica, no meio em que se encontra. Processo que resulta na formação de produtos de corrosão e na liberação de energia. A identificação, monitoramento e controle da corrosão são de suma importância ao longo de toda a vida útil de um duto. Diversos métodos têm sido desenvolvidos para a avaliação da pressão interna de falha para dutos corroídos.
A adoção de um revestimento apropriado é extremamente importante. Porém devem ser observadas as condições de operação, se a tubulação está corretamente especificada, e se a montagem do sistema obedeceu aos critérios de segurança e inspeção. Além disso, periodicamente deve ser percorrida a linha, fazendo medições de espessura do aço e do revestimento, a fim de verificar perda de material por conta da corrosão.

 


A título ilustrativo, o volume total da água não faturada (6,52 bilhões de m3) é equivalente à:
• 6,5 vezes a capacidade do Sistema Cantareira (1 bilhão de m3); ou
• 7.154 piscinas olímpicas perdidas ao dia; ou
• 17,8 milhões de caixas de água de 1.000 litros perdidas por dia.
• A produção de água de 5 anos da cidade de São Paulo e 6 anos do Rio de Janeiro, tendo como referência os valores de 2013.


 

Tipos de corrosão
De acordo com Daniel Quadros, representante da Pipe - Sistemas Tubulares, a corrosão de dutos é classificada basicamente em corrosão externa, catódica e interna. No primeiro caso acontece em meios aéreos, abrigados, submersos ou enterrados. No meio aéreo os principais agentes corrosivos são as intempéries e o Raio-UV que é considerada extremamente agressiva, principalmente em ambientes marítimos. Já a condição abrigada é menos corrosiva do que a aérea, por não estar em contato com raios UV, e chuvas, mas ainda assim é considerada uma condição de extrema atenção ao aço desprotegido.
O meio submerso é um agente altamente corrosivo, por estar em contato direto com água, terra e ar, tornando uma combinação similar a um ‘’pântano’’ e extremamente perigosa ao aço. Na condição enterrada, a tubulação fica totalmente exposta a ações de bactérias do solo e ao seu pH e o mais agravante dessa condição é a dificuldade para se realizar inspeções e/ou intervenções, sendo portanto uma das mais críticas em termos de instalação.
A corrosão catódica, por sua vez, acontece somente em tubulações enterradas e está diretamente associada a resistividade elétrica alta do solo e às instalações elétricas nas proximidades da tubulação. A corrosão catódica acontece pela presença de íons elétricos que reagem com o metal, resultando em corrosão. Por fim, a corrosão interna de dutos acontece devido às características do fluido que está sendo transportado. Temperatura, concentrações de ácidos, sólidos em suspensão e velocidade do fluido, são as principais características que podem deteriorar completamente a parede interna dos tubos.
"A corrosão de um duto, se não for identificada a tempo, pode romper a tubulação em algum ponto de sua extensão e com isso resultar desde a parada da linha e prejuízos operacionais, até a morte de operadores ou cidadãos, dependendo do local de instalação da tubulação. Por esse motivo a proteção desses dutos é um assunto de extrema importância em um projeto", enfatiza Daniel.

 

Corrosão Interna E Externa

 

Cuidados e manutenção
O representante da Pipe explica que existem vários métodos para evitar a corrosão do metal, e cada um possui uma eficiência específica e um custo associado a ela. O método mais comum são as pinturas líquidas e revestimentos a base de resina a pó, onde resinas são aplicadas sobre a superfície do metal, protegendo-o das mais diversas formas de corrosão. Cada tinta ou polímero possui um desempenho diferenciado, dependendo de sua aplicação. Pela facilidade de aplicação tanto na seção interna, quanto na seção externa, esse método é o mais comum para se evitar a corrosão de dutos.
A utilização de ligas nobres também é uma opção, como por exemplo, o aço inoxidável. Porém seu alto custo de aquisição muitas vezes inviabiliza os projetos. Além disso, a proteção catódica é um método muito utilizado em linhas extensas e enterradas, que certamente estarão próximas de linhas de transmissão elétrica. "O monitoramento dos tubos pode ser feito através do ensaio de ultra som, onde é possível verificar a perda de metal em determinado ponto, ao longo de um período específico de tempo. É claro que o operador da tubulação deve prever esse monitoramento preventivo em sua linha", completa.
Para evitar esse tipo de problema a indústria fabricante de polímeros e tintas líquidas é extremamente desenvolvida, possuindo um catálogo de produtos que atendem a praticamente todas as aplicações em termos de tubulações industriais. Ou seja, qualquer que seja a condição de instalação ou fluido a ser transportado, certamente existe um polímero capaz de suportar por um tempo satisfatório, as condições de agressividade desse meio.
Para Daniel, o grande desafio, são os aplicadores conseguirem realizar o revestimento em pequenas e grandes escalas e com um custo médio que viabilize os projetos. Portanto existem revestimentos que impedem os mais variados tipos de corrosão, por um tempo determinado e satisfatório aos projetos.
Atualmente existem normas que especificam os tipos de revestimentos, para cada aplicação em seu mercado específico. A Petrobras, por exemplo, adota as normas próprias da empresa, em conjunto com normas API (American Petroleum Institute) Já as companhias de água do Brasil costumam adotar normas AWWA (American Water Works Association).

 

Contato da empresa:
Pipe - Sistemas Tubulares:
www.pipest.com.br

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