Desmineralização De Água

Pode-se obter a desmineralização de água empregando-se sistemas de desmineralização tanto por troca iônica (TI) como pela tecnologia de osmose reversa (OR)


Desmineralização De Água

 

Há alguns critérios que influenciam na decisão por qual tecnologia escolher, são elas: local de instalação, qualidade da água tratada requerida e da água bruta disponível para desmineralização, as quais influenciam diretamente no pré-tratamento de maior ou menor complexidade. Para águas de baixo teor de sais dissolvidos (TSD), o processo de resinas de troca iônica é mais econômico em operação que o de osmose reversa. Águas com alto TSD devem ser preferencialmente desmineralizadas empregando-se processos de OR, pois a maior frequência de regenerações implica em maior consumo de produtos químicos.

Consumo de produtos químicos
Os sistemas de troca iônica requerem produtos químicos agressivos, porém de baixo custo como NaOH para regeneração da resinas aniônicas ou HCl ou H2SO4 para as catiônicas. Outro ponto negativo é que o efluente, gerado do processo de regeneração das resinas, requer uma etapa adicional de neutralização antes que possa ser descartado.
Por outro lado, sistema de OR exige pequenas quantidades de antiincrustantes especiais e/ou produtos químicos para limpeza das membranas, que é feita, normalmente, em intervalos de 60 a 90 dias.

Geração de efluentes
Osmose reversa gera mais água residual pois a recuperação é de 50 a 80%, sendo o rejeito destinado para o esgoto ou para uma aplicação menos exigente. Já um sistema de troca iônica moderno tem uma recuperarão de 96% aproximadamente. Deve-se observar, contudo, que o rejeito da OR pode ainda ser adequado para uma utilização secundária como sistemas de resfriamento, limpezas, etc. Em uma situação como esta, o rendimento total de OR pode estar perto de 100%.

Qualidade da água produzida

TI produz uma maior qualidade de água desmineralizada em comparação com OR, pois normalmente rejeita até 95-98% dos minerais. Com tecnologias mais modernas, remove-se até 99% dos sais. É possível e comum adicionar um equipamento para polimento (um segundo sistema de OR ou leito misto de resinas de troca iônica) tanto após a TI como depois da OR, fazendo com que ambos os processos produzam água desmineralizada de alta qualidade (baixo teor de sais dissolvidos).

Qualidade de água de alimentação requerida
OR remove todas as espécies de partículas presentes na água de forma muito eficaz, mas requer um pré-tratamento adequado, pois deve eliminar completamente os sólidos em suspensão, ferro e dureza da água bruta. As membranas devem ser cuidadas para evitar proliferação de microrganismos, e requerem atenção dos operadores, para promoverem limpezas sempre que os indicadores de processo indicarem.
A falta de atenção para com o sistema, pode converter rapidamente um sistema de osmose reversa em um de "osmose perversa", não raramente implicando na necessidade de substituição das onerosas membranas de osmose que são o coração do sistema. Os sistemas de troca ionica, por sua vez, são muito mais tolerantes quanto a sólidos e falhas de operação.

Consumo energético

Membranas de osmose trabalhando com água de superfície ou poços de baixa salinidade operam com pressões na ordem de 7 a 12 bars. Um sistema de OR convencional requer até 10 vezes mais kWh para funcionar.
Em grande escala de produção, o consumo de energia para sistemas de osmose e consumo de químicos em sistemas de troca ionica devem ser confrontados para a tomada de decisão.

 

EP Engenharia do Processo
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