Medição de esgoto e efluente pelas ETES
Por Geraldo P. S. Lamon e Prof. Dr. Pedro Américo
Edição Nº 57 - Outubro/Novembro de 2020 - Ano 10
O Brasil trata ou recupera mal seus efluentes domésticos, (esgoto), ou industriais. As medições e estatísticas revelam que apenas 52,4% da população brasileira têm acesso a coleta de esgoto, site TRATA BRASIL.
O Brasil trata ou recupera mal seus efluentes domésticos, (esgoto), ou industriais. As medições e estatísticas revelam que apenas 52,4% da população brasileira têm acesso a coleta de esgoto, site TRATA BRASIL. Quanto ao tratamento da coleta dos 52,4% para o tratamento e posterior descarte, nem sempre o pais internamente cumpre o papel proposto de um tratamento eficaz e seguro semelhante ao dos países de primeiro mundo. Normalmente a maioria do tratamento praticado e conseguido por aqui chega ao tratamento secundário onde se obtém um produto final deixando ainda a desejar como um esgoto tratado para descarte, onde as condições ou características, ainda que recuperáveis, falta-lhe um pouco mais de qualidade a qual seria o tratamento terciário, onde o esgoto se enquadraria aos padrões de emissão requeridos pelos órgãos ambientais conforme resolução CONAMA 430/2011, a qual descreve cláusulas específicas para que o efluente possa ser devidamente descartado de maneira continua não comprometendo o corpo ou curso receptor como córregos, rios e lagos. Ainda quanto ao tratamento terciário, caso ele exista, é bem possível com alguns cuidados extras especiais, obter a partir do novo produto final, água tratada nas condições de ser reutilizada ou reciclada como produto final.
Não se pode permitir que a população abstenha do direito de ter água em condições potável e, o que é de mais básico, saneamento em todo seu aspecto universalizado.
Referindo-se a coleta e ao tratamento dos efluentes industriais, os quais se originam de pequenas e grandes indústrias, onde nas pequenas os efluentes são dispostos e descartados in natura em redes coletoras. Quanto às grandes indústrias, o tratamento, via de regra, ocorre por exigência legal ou internamente por necessidade de reciclagem e economia interna onde o tratamento é próprio, descartando no meio ambiente um efluente mais adequado e em menor quantidade volumétrica.
Cada indústria tem um tipo de processamento industrial gerando assim efluente também especial diferenciado, o qual terá tratamento específico na maioria dos casos. Desta forma é difícil qualificar e quantificar o percentual do efluente legalmente tratado e descartado pelas indústrias de um modo geral. Todavia a política de fiscalização e levantamento deve ser atuante, sem trégua pelos governos federal, estadual e municipal.
Medição
Antes de qualquer estratégia, partindo-se para o tratamento primário, secundário e terciário, a medição volumétrica deve ser e ter seu primeiro passo. É mister relembrar que para se tratar e controlar é necessário quantificar o principal e, sobretudo os produtos e equipamentos utilizados no tratamento. Assim sendo, medir condizentemente o que se vai manipular e tratar tem-se a partir da medição e o respectivo controle, um manuseio sustentável e correto, sem desperdício, equilibrando o sistema global do tratamento. Portanto, primariamente medir para depois controlar. Por outro lado, medir o esgoto não é nada fácil pelos meios convencionais onde se exige profissionais experientes e também equipamentos diferenciados, pois o esgoto ou o efluente industrial é dito ter um escoamento mal comportado no seu aspecto e trato característico, pois a ele está associado tudo que é prejudicial e incompatível a uma boa condição de medição original, quais sejam efluentes ou esgoto transportando detritos, óleos, graxos, corantes, particulados, etc. Quando o esgoto é bombeado por meio de redes de transporte, o medidor eletromagnético com limpeza ultrassônica automatizada para os eletrodos é o mais recomendável, assim como o medidor ultrassônico “tempo de trânsito wide beam clamp on”, com algumas ressalvas quanto ao percentual de sólidos no escoamento, normalmente nunca superior a 20%. Quando o esgoto for direcionado para a estação de tratamento por escoamento natural, normalmente se utiliza para sua medição o canal de Parshall, canal circular, (manilhamento), canal retangular, vertedor circular ou outras formas de vertedor especialmente aqueles com sua aresta o mais próximo do fundo do canal ou ainda vertedor com projeto especial capaz de facilitar a passagem de possíveis depósitos de particulados a montante. Cita-se a seguir as diversas formas de canais e vertedores com suas respectivas fórmulas matemáticas utilizadas para se medir e quantificar o escoamento passante por eles.