Novidades
Por Curadoria Revista TAE
Edição Nº 59 - Fevereiro/Março de 2021 - Ano 10
Confira as novidades do mercado de Tratamento de Água e Efluentes
Sistema de esgotamento sanitário é inaugurado em Croatá
Foi inaugurado o sistema de esgotamento sanitário do distrito de Croatá, em São Gonçalo do Amarante.
A obra executada e concluída pela prefeitura do município foi entregue para a Cagece que irá operar o novo sistema na localidade que até então não contava com coleta e tratamento de esgoto. Ao serem interligados à rede coletora, cerca de seis mil habitantes serão beneficiados com a melhoria, que tem como objetivo promover saúde e qualidade de vida para a população.
O sistema de esgotamento sanitário de Croatá conta com quatro sub-bacias, uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) com tecnologia de lagoa de estabilização e uma rede coletora que irá atender duas mil ligações, representando aproximadamente 80% de cobertura de rede de esgoto no distrito. “Croatá já partiu na frente de várias localidades no alcance das metas de universalização do esgotamento sanitário impostas pelo novo marco legal do saneamento”, destacou o superintendente de Negócio Norte da Cagece, Carlos Salmito.
A Cagece realiza o serviço de verificação das interligações dos imóveis à rede coletora. De acordo com o gerente da Unidade de Negócio da companhia responsável pelos serviços de água e esgoto, Edimilson Macêdo, equipes socioambientais da Gerência de Responsabilidade e Interação Social da Cagece realizam também trabalho porta a porta para conscientização da população do distrito sobre funcionamento do sistema de esgotamento e sobre a tarifa da companhia referente a prestação dos serviços de coleta e tratamento de esgoto. “Assim que terminarmos essa etapa, a unidade dará início ao faturamento na localidade”, pontua o gerente.
Fonte: Cagece
Ura beira-mar já evitou o despejo de 3,3 bilhões de litros de esgoto na baía norte
Das 48 coletas individuais realizadas nos três pontos da Beira-Mar Norte desde que o Instituto do Meio Ambiente (IMA) retomou a medição da Balneabilidade em setembro, em 20 delas o índice esteve abaixo de 800 Escherichia coli/100 mililitros, mostrando que há sim uma efetiva recuperação ambiental da área.
Ressalte-se também que 50% das medições das últimas 16 semanas foram feitas em dias de chuva fraca, moderada ou mesmo intensa – como as das últimas duas semanas -, fator de grande influência na balneabilidade de todas as praias do mundo, conforme explicam frequentemente os técnicos do IMA e outros especialistas do setor.
Mais de 6 bilhões, 303 milhões, 540 mil litros de esgoto sem tratamento deixaram de escorrer para a Baía Norte desde que a URA foi instalada em março de 2019, o que é equivalente a aproximadamente 2.521 piscinas olímpicas de esgoto não tratado. São números oficiais medidos pela unidade de tratamento até dezembro de 2020. Nos orgulhamos de conter essa poluição e, ao mesmo tempo, lamentamos.
Em 651 dias de operação, a URA Beira-Mar evitou que 586 toneladas de resíduos sólidos chegassem ao mar, material este retirado diariamente das grades das unidades de bombeamento e na própria URA, conforme mostram as fotos. Antes, esse material, equivalente a 84 caminhões lotados de lixo, era despejado nas águas da Baía Norte.
Apesar de saber que há ajustes operacionais a fazer na Unidade de Recuperação Ambiental, a Companhia valoriza o processo de despoluição implantado em uma área contaminada há mais de 50 anos, ainda mais que, infelizmente, o Programa “Se Liga na Rede” tem constatado irregularidades das ligações de esgoto em mais de 80% dos imóveis vistoriados na região da Beira-Mar Norte.
A URA, como se percebe, não visa somente contribuir para a melhora da condição de balneabilidade, mas objetiva promover a melhoria da qualidade ambiental e da vida de quem mora e frequenta a região.
A redução da carga de esgoto, do lixo sólido que era lançado, é a sensível redução do mau cheiro têm contribuído para um maior uso da Beira-Mar Norte pela população. Mesmo assim, a Companhia permanece monitorando a área 24 horas por dia e fazendo os ajustes operacionais necessários.
Fonte: Casan
Sanepar captou 4 bilhões de litros de água com ações alternativas
Crise hídrica levou a Sanepar a adotar mais de 20 medidas para compensar queda na vazão dos rios e poços e das barragens do Sistema de Abastecimento Integrado na Região Metropolitana da capital
Com o encerramento da captação emergencial de água na Pedreira Orleans, na primeira semana de dezembro, a Sanepar contabilizou cerca de quatro bilhões de litros de água incorporados ao Sistema de Abastecimento Integrado de Curitiba e Região Metropolitana (SAIC).
A operação na Pedreira Orleans, em Campo Magro, teve início em julho com o lançamento de 150 litros de água por segundo ao Rio Passaúna, melhorando a performance da barragem.
Desde o início da crise hídrica, que registrou os índices pluviométricos mais baixos das últimas décadas, a Sanepar executou mais de 20 medidas para compensar a queda na vazão de rios e poços que impactou drasticamente a produção de água para o abastecimento público.
Em março, com a queda nos níveis do Rio Despique e do Rio Miringuava, que abastecem bairros da região Sul de Curitiba e cidades também ao sul da Região Metropolitana, foi implantado rodízio para garantir a distribuição da água de forma igualitária para todos os moradores.
No fim de abril, a Sanepar antecipou obras de interligação do Reservatório Corte Branco, em Curitiba, para reforçar a distribuição de água nas regiões mais afetadas. Em 2 de maio, a Sanepar colocou em funcionamento uma captação emergencial em Fazenda Rio Grande, com o bombeamento de 40 litros de água por segundo de cavas de extração de areia até o Rio Despique.
Com o agravamento da estiagem, em 7 de maio, o governador Carlos Massa Ratinho Júnior decretou situação de emergência hídrica no Estado por 180 dias, estabelecendo o uso prioritário da água para abastecimento humano. O período de emergência hídrica foi prorrogado em 30 de outubro.
E, em 18 de maio, a Sanepar estendeu o rodízio para toda a população de Curitiba e 11 cidades da Região Metropolitana, com a divisão das áreas em cinco grupos, que recebiam água durante quatro dias, com 24 horas sem água.
Também em maio, entrou em operação mais uma captação emergencial de água, em São José dos Pinhais, com bomba flutuante em lagoa formada na Pedreira Malhada. Em meados de julho, o sistema foi esgotado, depois de a Sanepar retirar 500 milhões de litros de água.
No último dia de julho, a Sanepar passou a fazer a transposição de 130 litros por segundo do Rio Pequeno até um afluente do Rio Miringuava.
Mesmo com todas as medidas até então adotadas, as chuvas continuaram insuficientes para repor os índices de reservação. Em agosto, os níveis das barragens chegaram a 28%, o que levou a Sanepar a adotar um novo modelo de rodízio no fornecimento de água com a redução do intervalo entre a suspensão e a retomada do abastecimento. Dividida em três grupos de bairros, a população passou a ficar um dia e meio sem água e um dia e meio com água (36 horas X 36 horas). Além disso, a Companhia lançou a campanha Meta20 que visa a economia de 20% do consumo de água.
Outra medida foi a distribuição e a instalação de caixas d’água de 500 litros para famílias inscritas na Tarifa Social e que moram em áreas de rodízio. Essa ação teve parceria com a indústria Tigre, a empresa ferroviária Rumo, o Exército e o Corpo de Bombeiros.
Em outubro, passou a funcionar a transposição do Rio Miringuava Mirim que leva 170 litros por segundo em 2,7 km de tubulação até um afluente do Rio Miringuava.
Em outubro, a população atingiu a Meta20 de redução de 20% no consumo de água, campanha iniciada junto com a nova fase do rodízio, em agosto.
Fonte: Sanepar
Usina de Itaipu e de Três Gargantas, na China, acumulam dois recordes históricos
Chinesa passa a deter o recorde anual de geração, enquanto a binacional é a que mais gerou eletricidade na história
A partir do dia 1º de janeiro a usina de Itaipu, do Brasil e do Paraguai, e de Três Gargantas, na China, estão na liderança mundial de duas marcas: recorde de energia acumulada e de eletricidade produzida num só ano, respectivamente.
Enquanto a brasileiro-paraguaia tem 20 unidades geradoras de 700 megawatts cada, totalizando 14 mil MW de equipamentos instalados, a chinesa tem 32 unidades geradoras e capacidade instalada de 22,5 mil MW. Itaipu foi projetada para gerar em média 75 milhões de MWh ano. Já a chinesa tem um plano médio de geração de 88 milhões de MWh.
A Itaipu, que começou a gerar de forma tímida, com poucas unidades no início, em maio de 1984, uma década depois produzia acima de 90 milhões de MWh. Em 2016, depois de sucessivos recordes mundiais, chegou à inacreditável marca de 103,1 milhões de MWh. Por anos, a binacional serviu como referência para os chineses, que vieram centenas de vezes à fronteira do Brasil com o Paraguai, para acompanhar as obras, a operação e a contrapartida ambiental e social que Itaipu prestava para a comunidade na sua área de influência.
Ao final de 2020, Itaipu chega ao recorde de produção acumulada com 2,77 bilhões de MWh, em 36 anos e sete meses de operação. Nenhuma outra usina gerou tanto em tão pouco tempo. É uma referência mundial. Já Três Gargantas, em 2020, gerou a incrível marca de aproximados 111,8 milhões de MWh.
Dessa forma, a partir de agora, as megausina de Itaipu Binacional e de Três Gargantas que frequentemente trocam experiências de boas práticas e eficiência, detém os dois maiores números mundiais: Itaipu na liderança mundial da produção acumulada com os atuais 2,77 bilhões MWh e Três Gargantas com o recorde mundial de produção anual de energia estabelecido em 2020, com 111,8 milhões de MWh.
Fonte: Revista Fator Brasil
Celular na mão, água limpa nos pés
O Rio de Janeiro solucionará problemas graves do saneamento nos próximos 12 anos. No total serão investidos R$ 31 bilhões ao longo dos 35 anos de concessão da Cedae, beneficiando mais de 13 milhões de pessoas no estado.
O Governo do Rio de Janeiro publicou o edital de concessão dos serviços de água e esgoto da Companhia Estadual de Águas e Esgoto do Rio de Janeiro (Cedae), dando prosseguimento a um dos maiores projetos de infraestrutura em curso do país.
Cerca de 10 milhões de fluminenses, divididos em 35 municípios deverão ser beneficiadas diretamente, com investimentos na ordem de R$ 31 bilhões que deverão garantir a universalização dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário.
“Esse passo marca um novo tempo do saneamento, pois trata-se de um dos maiores projetos de infraestrutura dos últimos anos. Todos os nossos esforços para este dia não foram em vão: o País dá um passo importante para deixar de ser o país do celular na mão e esgoto no pé”, afirma Percy Soares Neto, diretor executivo da Abcon, responsável pelo estudo que revela os grandes números que serão aplicados no saneamento do Rio de Janeiro.
Somente nos próximos 12 anos, serão injetados mais de R$ 28 bilhões com geração de mais de 400 mil novos postos de trabalho.
Além da expansão das redes de distribuição de água, estão previstos investimentos na melhoria da infraestrutura atual, redução de volume de perdas de água, que hoje está em torno de 40% e destinação e tratamento de esgoto.
Com isso, mais de 280 toneladas de efluentes, o equivalente a 28 caminhões cheios de esgoto, deixarão de ser despejados diariamente na Baía de Guanabara. Com as concessões, favelas não-urbanizadas do Rio de Janeiro Com modelagem do BNDES, a licitação de parte dos serviços da Cedae prevê que a captação de água permaneça com a companhia estadual, enquanto a gestão e operação do fornecimento de água, coleta e tratamento de esgoto ficarão com as empresas vencedoras da concorrência em seus respectivos blocos receberão investimento mínimo de R$ 1,86 bilhão em água e esgoto.
Fonte: Abcon Sindcon
Biorremediação é técnica promissora para tratamento do solo e água, tendo bastante expansão no país
Os resíduos gerados pela atividade humana e industrial, quando despejados incorretamente, afetam diretamente os ecossistemas naturais, poluindo os recursos hídricos e degradando o solo com substâncias tóxicas. O derramamento de petróleo e seus derivados é um exemplo. Como se sabe, esses incidentes sempre resultam em diversos problemas ambientais.
Em muitos casos, a solução encontrada para a reconstituição das áreas afetadas consistia na coleta e retirada de material contaminado, sem saber ao certo que destino dar a ele. Essa prática ocasionava o risco de contaminar outra área durante o transporte do material ou sua deposição em local provisório. De acordo com estudo do Departamento de Microbiologia da Universidade de São Paulo (USP), rios, lagos e represas têm como alguns dos principais poluentes os metais pesados, que são elementos extremamente recalcitrantes.
Nesse contexto, a biorremediação é uma técnica que favorece o meio ambiente porque utiliza organismos vivos, como bactéria, fungos e plantas, ou compostos produzidos por estes, para reduzir ou remover um contaminante de determinado local. Além de ser uma metodologia amplamente utilizada pelo mundo, é acessível financeiramente e, o melhor de tudo, sustentável. “Além de ser extremamente eficiente, é relativamente mais barata que outros processos por utilizar produtos naturais do próprio ambiente e o impacto é mínimo, pois é uma metodologia sustentável. A grande maioria dos contaminantes é um tipo de comida que diversos microrganismos adoram”, diz Henrique Fragoso dos Santos, PhD e professor adjunto no Departamento de Biologia Marinha da Universidade Federal Fluminense (UFF).
A técnica já demonstrou grande sucesso quando aplicada em diferentes tipos de solos, assim como águas subterrâneas. “Esses ambientes possuem uma grande diversidade de microrganismos com capacidade de degradar poluentes. A estratégia seria isolar esses microrganismos e aumentar seu número em laboratório, para, posteriormente, aplicar em campo ou, ainda, utilizar nutrientes específicos para estimular a ação no próprio ambiente”, ressalta o docente.
O Departamento de Biologia Marinha da UFF está desenvolvendo metodologias biorremediadoras para os dois maiores desastres ambientais do Brasil, o rompimento da Barragem do Fundão e o derramamento de petróleo que acometeu a costa nordeste e sudeste do nosso país em 2019. Em parceria com outras instituições, a utilização de bactérias dos próprios corais com capacidade de degradar o óleo, como também melhorar a saúde desses animais, tem demonstrado grande eficiência na remoção de petróleo e foi o diferencial para sobrevivência dos corais.
Técnica em larga escala
Nas estações de tratamento de água e esgoto, os microrganismos auxiliam o tratamento reduzindo ou removendo os diferentes poluentes. No entanto, a utilização de microrganismos para essa finalidade pode ser melhorada, com objetivo de remover poluentes ainda negligenciados no nosso país, como os Agentes Hormonalmente Ativos (AHAs), um grupo particular de contaminantes orgânicos que tem se destacado por seu potencial de afetar os sistemas nervoso, endócrino e imunológico dos seres vivos.
Para Fragoso, a biorremediação poderia estar sendo empregada em larga escala na limpeza dos rios, praias, manguezais e outros ambientes marinhos atingidos pelo petróleo em 2019. No entanto, a metodologia depende do isolamento prévio de microrganismos com capacidade degradadora para cada local. Segundo ele, é importante que regiões sensíveis e suscetíveis à contaminação sejam amplamente estudadas para o desenvolvimento de metodologias específicas para cada área. “Não podemos esperar o desastre acontecer para começarmos a entender o ambiente e desenvolver metodologias de biorremediação. É primordial o investimento público e das grandes empresas de petróleo e gás. Isso sendo feito, o Brasil estará muito mais preparado para enfrentar desastres ambientais como os rompimentos das barragens de rejeito de mineração e a contaminação por petróleo”, finaliza.
Fonte: AESBE