Para que serve e como funciona uma Estação Elevatória de Esgoto

Chamamos de esgoto toda água residual proveniente do uso doméstico, industrial ou pluvial. Essa, quando não tratada, contém numerosos agentes patogênicos, microrganismos e resquícios tóxicos prejudicais a saúde e ao meio ambiente


Para que serve e como funciona uma Estação Elevatória de Esgoto

Chamamos de esgoto toda água residual proveniente do uso doméstico, industrial ou pluvial. Essa, quando não tratada, contém numerosos agentes patogênicos, microrganismos e resquícios tóxicos prejudicais a saúde e ao meio ambiente. Sem falar do caminho percorrido pela rede de esgoto que, antes de chegar até a estação de tratamento, passa por ramais residenciais e tubulações variadas, carregando diversos resíduos sólidos. 
Nesse sentido, a implantação de Estações Elevatórias de Esgoto (EEEs) se faz muito necessária e é de suma importância. Isso porque, sua principal função é transportar os efluentes sanitários de um ponto mais baixo para um ponto mais alto, seja para uma rede de coleta ou até uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE). 
Sem uma EEE, em função das características topográficas de uma cidade, não é possível convergir para um único ponto todo efluente coletado. “Seu uso é primordial para evitar o represamento de esgoto nas cotas mais baixas do terreno. Estas unidades também são responsáveis por direcionar o efluente aos sistemas de tratamento, amenizando o impacto ambiental do descarte irregular, quando não há rede coletora” – destaca o engenheiro químico da ECTAS, Matheus de Souza. 

Para que serve e como funciona uma Estação Elevatória de Esgoto

São caracterizadas pela presença de sistemas de tratamento preliminar, poço de sucção com bombas de recalque, sistema de controle de nível e barrilete de manobras hidráulicas. Este conjunto possui função de incremento de cota para transposição do esgoto a um nível mais elevado, devido à baixa declividade ou existência de elevações no trecho onde encontra-se implantada a unidade. Segundo Ulysses Oliveira consultor técnico da Sanitrit, existem elevatórias com reservatório em PEAD (plástico) ou de alvenaria (anexo de concreto).

Para que serve e como funciona uma Estação Elevatória de Esgoto

Os sistemas preliminares são responsáveis por proteger os dispositivos de transporte dos efluentes (bombas e tubulações), as unidades de tratamento subsequentes e os corpos receptores. O poço de sucção é a estação elevatória propriamente dita, dimensionado para assentamento das peças internas (bombas, barrilete e controle de nível), de modo a atender os requisitos de norma para tempo de detenção hidráulica e partidas por hora do conjunto motobomba. 
O acionamento de todos os dispositivos elétricos e mecânicos da estação elevatória, assim como a lógica de suas alternâncias, é realizado por meio do painel de comando. Esta unidade é usualmente complementada com CLP, IHM e telemetria para monitoramento remoto.
Souza explica que cada estação elevatória deve ser dimensionada baseada em algumas premissas. Na primeira delas deve estabelecer dimensões que permitam e facilitem o assentamento das peças. Depois é preciso permitir o acesso do efluente, evitar agitação do líquido no meio e grandes velocidades no barrilete. 
Por fim, deve-se levar em conta o volume útil operacional adequado para suportar a vazão de pico e proporcionar o tempo de detenção hidráulica (TDH) indicado em norma, visando impedir a formação de maus odores e evitando paradas excessivas do conjunto motobomba.
“Resumindo, uma EEE é composta por um conjunto de bombas, válvulas, registros, grades e acessórios. Os componentes elétricos devem ser instalados em um reservatório, podendo estar enterrados ou apoiados. 
As principais características são: o conjunto de bombeamento, grade de retenção de sólidos (pedaços de pedras, madeiras, garrafas, estopas, etc) e boia para controle de nível” – complementa José Manoel Alves Júnior, gerente operacional da regional Norte da BRK Ambiental Tocantins. 

Para que serve e como funciona uma Estação Elevatória de Esgoto

Diferentemente das estações de tratamento comuns, onde há o tratamento físico e biológico efetivo, com redução de cargas orgânicas a níveis aceitáveis pela legislação, nas EEEs há somente o tratamento físico. Júnior explica que nesse caso, trata-se da remoção de materiais sólido e sedimentáveis (pedaços de pedras, madeiras, garrafas, estopas, areia, etc) com objetivo de proteger os componentes da própria elevatórias, o que de certa forma também vai ajudar a proteger o tratamento nas estações comuns. 

Processo e principais finalidades 
De maneira geral, as estações elevatórias são projetadas, construídas e equipadas com a função de transporte do esgoto do nível de sucção (chegada) ao nível de recalque (saída/ponto final do esgoto), mas ainda sim existem estações elevatórias com diferentes finalidades. 
Elevatórias para recuperação de cota: são sistemas localizados em pontos dispersos da rede coletora, onde centraliza-se o esgoto em profundidade máxima e eleva-o até o ponto de profundidade mínima. Este modelo é usualmente aplicado em sistemas de esgotamento sanitário de cidades planas e/ou litorâneas, com lençol freático aflorante, onde viabiliza-se a instalação de elevatórias compactas, em função das dificuldades construtivas. 
As elevatórias de transposição de bacias: estas servem para transportar o esgoto de uma bacia para outra, usualmente trabalhando com alturas geométricas superiores às de recuperação de cota. 
Estações elevatórias localizadas nas ETE’s:  possuem diversas subdivisões e aplicações, podendo ser encarregadas do recalque do esgoto bruto, esgoto tratado, lodo de recirculação dos decantadores e recalque de águas de drenagem, por exemplo. 
Segundo Souza, em todos os casos citados, o destaque fica com as unidades do tipo compactas dimensionadas de acordo com as necessidades do cliente. “Estas unidades se diferenciam pelo método construtivo aplicado. Ao invés da confecção das unidades em concreto armado são fornecidas em PRFV, por isso as vantagens deste tipo de material são inúmeras, entre elas o menor tempo de produção, maior facilidade de instalação e operação, economia em obras civis e impermeabilização superior aos sistemas confeccionados em concreto” – destaca o engenheiro da ECTAS. 

Para que serve e como funciona uma Estação Elevatória de Esgoto

Sua instalação consiste na escavação do local de implantação das unidades; compactação do berço de rachão, brita e areia (ou confecção de base concreto); posicionamento dos tanques; reaterro e montagem hidromecânica e elétrica. Vale ressaltar que quando na presença de lençol freático é necessário realizar o ancoramento da estação elevatória com concreto e/ou cabo de aço fixado na base, de modo a evitar a ação das forças de empuxo sobre a unidade.  
“Ressalta-se que o termo elevatório compacto não está diretamente associado ao ponto operacional (vazão e pressão) ou ao fluxo implementado na unidade, visto que as elevatórias compactas possuem larga faixa de atendimento e podem ser concebidas simplificadas ou completas” – afirma Matheus de Souza.

Para que serve e como funciona uma Estação Elevatória de Esgoto

Para que serve e como funciona uma Estação Elevatória de Esgoto

Tipos, cuidados e principais benefícios     
Segundo Júnior, podemos classificar as Estações Elevatórias em alguns tipos. O primeiro deles são as Elevatórias com bombas submersíveis, quando as bombas ficam mergulhadas no poço de sucção, instaladas por um tubo guia fixado no fundo do poço. Temos também as Elevatórias com bombas autoescorvantes e/ou deslocamento positivo, quando as bombas ficam instaladas na parte externa do poço de sucção, geralmente sobre a tampa. 
No caso das Elevatórias de poço seco, possuem um poço úmido onde efluente a ser bombeado chega e se acumula, e um poço seco para instalação do conjunto de bombeamento, cuja as bombas trabalham afogadas em relação ao nível do esgoto dentro do poço úmido. 
As EEEs, por sua vez, são unidades de tratamento dotadas de um conjunto motobombas, com peneiras e/ou grades para retenção de sólidos e areia, com objetivo de proteger as bombas e tubulações contra desgaste estruturais e entupimentos.
“O processo se define basicamente em dois passos. 1. Grades e/ou peneiras: onde dispositivos para remoção de sólidos são instalados na entrada da elevatória e tem como objetivo proteger bombas e tubulação; 2. Caixa de areia: Algumas elevatórias são dotadas de caixa de areias cujo objetivo também é proteger as bombas e tubulações contra desgaste precoce e entupimentos” – explica o gerente da BRK Ambiental.  
É importante destacar que as estações elevatórias podem ser concebidas em diferentes concepções para atender finalidade específicas. “De maneira geral, estamos falando de uma solução técnica e eficaz, quando uma casa ou empreendimento não tem caimento gravitacional. Além disso, é um material leve de fácil manuseio e simples de instalar” – afirma Ulysses Oliveira.
Quando o assunto é manutenção, as atividades rotineiras de cuidados envolvem a remoção e limpeza do rotor das bombas; limpeza e acondicionamento dos resíduos do gradeamento; limpeza manual ou mecanizada com posterior destinação da areia sedimentada (quando aplicável) e desmontagem do barrilete (válvulas) para limpeza. 
Pensando em mercado, segundo Souza, o setor segue em crescimento devido a promulgação do marco legal do saneamento e anseio da universalização dos serviços de coleta e tratamento de esgoto, que vem promovendo a expansão das redes coletoras, sendo as unidades de recalque partes imprescindíveis na recuperação de cotas e transposição do esgoto ao destino final. 
Para ele, as unidades compactas têm ganhado destaque em relação aos sistemas tradicionais, principalmente em função das vantagens já mencionadas, associadas a entrega da solução personalizada de acordo com as necessidades do cliente e menor custo global de implantação.   “O mercado está aquecido, e analisando preço, tempo de instalação e facilidade de manuseio, a implementação e uso das EEE tende a crescer ainda mais” – complementa Ulysses Oliveira. 

 

Contato das empresas
BRK Ambiental:
www.brkambiental.com.br
ECTAS: www.ectas.com.br
Sanitrit: www.sanitrit.com.br 

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