ArcelorMittal reduz bem uso de água doce e substitui por dessalinização e reúso

Na ArcelorMittal Tubarão, que já é uma referência em gestão hídrica por fazer investimentos contínuos nessa área, são utilizados 4% de água doce e 97,7% dela é reciclada, recirculada ou reaproveitada internamente


ArcelorMittal reduz bem uso de água doce e substitui por dessalinização e reúso

Na ArcelorMittal Tubarão, que já é uma referência em gestão hídrica por fazer investimentos contínuos nessa área, são utilizados 4% de água doce e 97,7% dela é reciclada, recirculada ou reaproveitada internamente. O objetivo é diminuir ainda mais o uso dos 4%. Dentro dessa meta, em setembro último, a empresa colocou em operação a maior planta de dessalinização de água do mar do Brasil. A água originada a partir desse projeto será usada exclusivamente como água industrial nesta usina da empresa. 
A estratégia é reduzir o uso da água do Rio Santa Maria da Vitória (ES), substituindo a parte de água consumida em até 500 m³/h. “A moderna, ampla e arrojada planta de dessalinização de água do mar na ArcelorMittal Tubarão é um projeto inédito no Brasil e dentro do próprio Grupo, que produzirá até 500m³/h de água industrial para o seu sistema de água” – afirma Fabrício Assis, gerente-geral da ArcelorMittal Tubarão. 
O estudo para colocar a planta em operação durou cerca de dois anos e teve a participação do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da ArcelorMittal, envolvendo pesquisadores do 
Brasil e da Espanha (Astúrias). O estudo abrangeu: 
• Avaliação de diferentes alternativas tecnológicas para dessalinização;
• Realização de análises de qualidade da água do mar; 
• Discussões técnicas com fornecedores de plantas de dessalinização e de membranas de osmose reversa conhecidos mundialmente; 
• Testes em planta-piloto de osmose reversa realizados em laboratório;
• Participação em eventos específicos sobre o tema; 
• Visitas técnicas em plantas de dessalinização de água do mar usando osmose reversa na Argentina e nos Estados Unidos.  

Conclusões do estudo
A unidade de dessalinização de água do mar é uma fonte alternativa de água para a empresa. “Dentro desse contexto, a planta propiciará não só a segurança de suprimir o recurso na empresa em futuros cenários de escassez hídrica, como também permitirá maior disponibilidade dos volumes atuais de água do Rio Santa Maria da Vitória para a sociedade. Esse investimento coloca a ArcelorMittal e o Estado do Espírito Santo na vanguarda da gestão hídrica e será de grande valia para o desenvolvimento futuro da tecnologia, do meio acadêmico e da mão de obra especializada no País” – avalia Assis.
Nos últimos anos, a empresa reduziu de forma considerável, cerca de 40%, o consumo do Rio Santa Maria da Vitória. “Com este projeto, a empresa aumentará ainda mais sua segurança hídrica e terá menor dependência do uso compartilhado de fontes com a sociedade” – diz Assis. Mas, segundo ele, só o projeto em si não torna a empresa autossuficiente. “Outros projetos existem para continuar a redução, incluída a possibilidade de ampliação desta estação, que já foi projetada para provável capacidade futura de 1.500 m3/h” – revela.  
Mesmo assim, a empresa continuará em parte sendo abastecida por água bruta do Rio Santa Maria da Vitória. “A água será utilizada para o consumo humano de nossos colaboradores, o controle ambiental de nossas operações e em nossos processos produtivos” – complementa Assis. 

Planta em operação
A planta da ArcelorMittal Tubarão já está em operação. Sua taxa de operação flutuará de acordo com a estratégia da ArcelorMittal e futuros cenários de escassez hídrica. “Não será preciso construir um novo sistema de captação. O projeto aproveita o sistema já existente de captação e bombeamento de água do mar e contempla ainda sistemas de pré-tratamento com filtração, de dessalinização por osmose reversa e de armazenagem e distribuição da água dessalinizada produzida” – explica Assis. A planta, segundo ele, ocupa cerca de 6 mil m² e foi instalada em uma área livre próxima às Centrais Termelétricas da empresa.

Etapas:
• O processo se inicia no sistema de captação e bombeamento; 
• Em seguida, a água do mar é direcionada para um pré-tratamento com dois tipos de filtração para remover sólidos e outras partículas;
• Na sequência, a água é bombeada por um sistema de bombas de alta pressão até a osmose reversa;
• Na osmose reversa, a água passa por membranas semipermeáveis que separam a água dessalinizada do concentrado; 
• Por fim, a água dessalinizada produzida é armazenada e enviada à distribuição.
 

Principais números do projeto
Investimento total:

Cerca de R$ 50 milhões. 

Capacidade / total de água tratada:
500 m³/hora (140 litros/segundo), podendo ser expandida futuramente. 

Geração de empregos gerados para a construção da planta:
220 postos de trabalho, sendo 160 de mão de obra direta (obra civil e montagem). Além desses, já foram contratados oito empregados próprios para a operação e a manutenção da planta.

Montante a ser tratado
Equivale ao abastecimento médio diário de cerca de 80 mil pessoas/dia.

Consumo de água per capita no Brasil* 
154,1 litros por habitante ao dia. 
Cálculo: 12 milhões de litros por dia / 154,1 = 77.871 pessoas/dia.

 

Compra de água de reúso
No dia 1º de setembro, a ArcelorMittal Tubarão e o Governo do Estado assinaram um Termo de Compromisso inédito no Espírito Santo (ES). O acordo prevê a compra mensal de 540 m3/h (150 l/s) de água de reúso de esgoto sanitário para fins industriais pela produtora de aço. Essa água de reúso é proveniente de efluentes da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) da Companhia Espírito-santense de Saneamento (Cesan). “A aquisição será feita por contrato de 25 anos, podendo ser renovado, e reduzirá ainda mais a demanda da usina por água do Rio Santa Maria da Vitória, colocando à disposição maior volume do recurso para a sociedade” – diz Assis.
A ação está integrada ao projeto Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI), lançado pelo Governo do Estado para tratamento de esgotos sanitários para fins de reúso industrial. O objetivo do PMI, segundo Assis, é construir uma nova estação de tratamento de esgoto sanitário, com tecnologia mais moderna e eficiente, em área menor que a ocupada hoje no sítio aeroportuário, também com capacidade de fornecer água de reúso para fins industriais.
A meta é firmar parceria com grandes empresas para contratação de um novo sistema de tratamento para substituir o da ETE Camburi. O processo da Cesan de contratação da empresa que investirá na planta será feito por licitação. O Termo de Compromisso prevê ainda a doação, pela ArcelorMittal Tubarão, de uma área de 11 mil metros quadrados, na região do Bairro São Geraldo, em Serra, para a construção da nova ETE.  

ArcelorMittal reduz bem uso de água doce e substitui por dessalinização e reúso

Autossuficiente
As unidades da ArcelorMittal no Brasil são reconhecidas por sua eficiência para os padrões tecnológicos atuais. A empresa investe em projetos de eficiência energética com alternativas que garantem o uso racional do recurso para obter resultados coerentes com suas diretrizes de sustentabilidade. 
Hoje, sua produção energética garante suprir 50% da necessidade da empresa. A planta de Tubarão (ES) é autossuficiente em energia elétrica desde 1999, contribuindo para reduzir a demanda de energia elétrica do sistema elétrico nacional. A unidade utiliza os gases e calor gerados em seus processos produtivos com geração interna de energia equivalente ao consumo de cerca de 1 milhão de pessoas no ano. 

ArcelorMittal reduz bem uso de água doce e substitui por dessalinização e reúso

A planta capixaba se destaca entre as plantas integradas de produção de aço do mundo ao aprovar dois projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) na ONU: 
• O primeiro consiste na cogeração de energia elétrica ao aproveitar os gases gerados na Aciaria, unidade da usina siderúrgica na qual o ferro-gusa é transformado em diferentes tipos de aço. Esses gases são utilizados como combustível em quatro centrais termelétricas da empresa; 
• O segundo prevê a recuperação de calor de uma de suas Coquerias, que produz 170 MW de energia elétrica em duas centrais termelétricas e tem potencial de gerar como crédito de carbono, em um período de 10 anos, 2,5 milhões de toneladas de CO2. A coqueria é um processo que aquece carvão mineral em fornos fechados para remover matéria volátil dele. 

Referência:  
* CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE MUNICÍPIOS (CNM). Brasileiro consome em média 154 litros de água por dia, aponta ONU. Disponível em: <https://www.cnm.org.br/comunicacao/noticias/brasileiro-consome-em-media-154-litros-de-agua-por-dia-aponta-onu>. 

 

Contato da empresa
ArcelorMittal:
www.brasil.arcelormittal.com

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