Tubos para água de reúso são bem leves, estanques e resistentes
Por Cristiane Rubim
Edição Nº 66 - Abril/Maio de 2022 - Ano 11
A água de reúso passa pelas tubulações da mesma maneira que a água bruta, a água tratada ou os efluentes atravessam pelos tubos nos seus respectivos sistemas. Não há diferença no transporte da água de reúso pelos tubos
A água de reúso passa pelas tubulações da mesma maneira que a água bruta, a água tratada ou os efluentes atravessam pelos tubos nos seus respectivos sistemas. Não há diferença no transporte da água de reúso pelos tubos. O principal diferencial das tubulações é a matéria-prima da qual são fabricadas, inclusive para água de reúso. Os tubos de Polietileno de Alta Densidade (PEAD) se sobressaem por suas propriedades mecânicas, físicas, químicas e hidráulicas. O PEAD é inerte à água de reúso, garantindo vida útil acima de 50 anos. Comparado a outros materiais, o PEAD se destaca por sua excelente resistência à abrasão e ao ataque químico, ideal para a confecção de tubos. Padronizados pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e internacionais ISO, EN, ASTM, entre outras, são produzidos com resinas especiais de PE 80 e PE 100.
O uso do PEAD para água de reúso propicia também maior vida útil dos sistemas. “Além disso, garante 100% da estanqueidade das juntas ao longo do tempo e evita perdas físicas, contribuindo para a sustentabilidade e o uso racional da água” – afirma Mauricio Mendonça de Oliveira, diretor-geral da GF Piping Systems.
“Quando bem especificados e instalados, os tubos de PEAD garantem maior longevidade à rede com baixíssima manutenção ao longo dos anos. O Polietileno é uma poliolefina muito resistente à abrasão e ao ataque químico, com vida útil mínima estimada em 50 anos” – salienta Eduardo Bertella, gerente de marketing da Kanaflex.
Para avaliar a resistência à abrasão, foi desenvolvido um método de ensaio que ficou conhecido como Teste de Abrasão de Darmstadt, padronizado na norma DIN 19534. Amostras de tubos de diferentes materiais foram submetidas ao mesmo ensaio de abrasão e os resultados encontrados podem ser visualizados no Gráfico.
Vantagens do PEAD:
• Muito resistente a abrasão e ataque químico com maior longevidade na rede;
• Redução do efeito de incrustação, evitando perda de vazão da tubulação;
• Flexibilidade para a acomodação caso o solo tenha movimentação;
• Leve e fácil de manusear na instalação e manutenção rápida e eficaz;
• Estanqueidade e número reduzido de emendas, evitando vazamento e perda de água;
• Eficiência hidráulica (Coeficiente de Manning = 0,010) com menor perda de carga;
• Perdas por quebra nula.
Fonte: Kanaflex.
Transporte igual
O transporte de água de reúso pelas tubulações é feito igual ao transporte do sistema de água bruta, água tratada ou efluentes. “Normalmente, consideramos água de reúso como água bruta. Para esse transporte, poderíamos usar produtos-padrão. Como o resultado da produção da água de reúso pode variar, por segurança, utilizamos nossa Linha Integral como material-padrão” – diz Fernando Puell Neto, diretor técnico e de qualidade da Saint-Gobain Canalização.
Fazem parte da Linha Integral tubos e conexões em ferro dúctil. Externamente, são revestidos em epóxi. Internamente, os tubos são revestidos com argamassa de cimento aluminoso e as conexões em epóxi. A equipe técnica da empresa analisa a água de reúso e a validação da linha mais adequada.
Geometria
A GF FGS produz tubulações para linhas de reúso que são executadas em PEAD 100, normalmente, em SDR 11 PN 16 ou SDR 17 PN 10, diz Mendonça de Oliveira. Os tubos podem ter cor preta ou preta com listra colorida. SDR é relativo à geometria do tubo, a relação diâmetro externo/espessura da parede. Todos os tubos de mesmo SDR e material são da mesma classe de pressão nominal (PN).
Já as conexões são injetadas de eletrofusão SDR 11; ou injetadas ponta SDR 11 ou SDR 17 mm até 500 mm. “Acima de 500 mm, são segmentadas e executadas por processos controlados em nossa fábrica. Há também curvas conformadas até 1.000 mm” – ressalta o diretor-geral da GF Piping Systems.
Qualidade |
Pressão e gravidade
Nas instalações subterrâneas, para a condução de água de reúso, pode-se separar em dois tipos de tubos:
• Condutos sob pressão;
• Condutos livres (por gravidade).
Na condução sob pressão, a Kanaflex cita o Kanaliso, tubo de PEAD com parede lisa e diâmetro de 20 mm a 630 mm que atende à norma ISO 15494 – Sistema de tubulações plásticas para aplicações industriais, para condução específica da água de reúso, a cor do tubo é preta com listra roxa. O Kanaliso também pode ser fornecido dentro da ABNT NBR 15561:2016 – Tubulação de polietileno PE 80 e PE 100 para transporte de água e esgoto sob pressão ou a ISO 4427.
Para condução por gravidade, a empresa dispõe do Kanasan (DN110 e 160) e o KNTS Super, tubo PEAD corrugado com paredes estruturadas, diâmetro de 250 mm a 1.200 mm, que atende à ABNT NBR ISO 21138-3: Sistemas de tubulações plásticas para drenagem e esgoto subterrâneos não pressurizados.
Métodos de união
• Para as conexões feitas nos tubos de parede lisa pressurizados, o instalador pode optar: pela mecânica, por eletrofusão ou pela termofusão;
• Para a junção dos tubos PEAD corrugado, o processo é simples: este tipo de tubo é fornecido em barra de 6 metros com Anel de Vedação e a Bolsa. Basta lubrificar a Ponta, a Bolsa e o Anel de Vedação, posicioná-los e proceder o encaixe. Existem acessórios para mudança de direção, como Curva Ponta
Bolsa, Bolsa Bolsa, Tee, Joelho etc.
Fonte: Kanaflex.
Materiais e aplicações
Os tubos, conexões e válvulas da Saint-Gobain são fabricados em ferro dúctil e podem ser aplicados no saneamento, indústria, irrigação e mineração, tanto para transporte de água, água de reúso, efluentes diversos e rejeitos da mineração. O volume transportado será determinado pelo projeto hidráulico. “O material (FD), associado a um suporte tecnológico, traz uma operação mais confiável e eficiente, de menor custo, melhorando o resultado operacional e garantindo maior satisfação do cliente final” – menciona Puell Neto.
Os tubos da Vetro são produzidos pelo processo de Filamento Contínuo e compostos por resina poliéster, fibras de vidro, cargas minerais e aditivos. “Os tubos da Vetro ganham em resistência química e mecânica, podendo atuar em condições extremas de pressão, corrosão e abrasão, para aplicações enterrada, aérea ou móvel” – destaca Rosângela Moraes, gerente comercial e de marketing da empresa.
Integradas
As soluções da GF para controle automatizado dos processos de água de reúso são instrumentos que medem vazão, pressão, temperatura, pH, nível, entre outros; controladores/transmissores de sinal e atuadores elétricos, pneumáticos e um modelo inteligente para operação e controle remotos.
“A GF quer oferecer todas as soluções de forma integrada” – enfatiza Rogério Salgado, do desenvolvimento de negócios de processos de automação da empresa. Na linha de água de reúso, o sensor mede a vazão conectado a um controlador que pode indicar o valor da medição in-loco, transmitir o sinal para um painel central ou direto para a sala de operações. O controle do fluxo de água é feito por comando aos atuadores elétricos e pneumáticos das válvulas. A operação e o controle do sistema ficam totalmente automatizados remoto via redes móveis.
PRFV e RPVC
Os Tubos de Plástico Reforçado com Fibra de Vidro (PRFV) e Tubos de PRFV com liner de PVC (RPVC) da Vetro são voltados para variados mercados e aplicações: vinhaça, água, ácidos, alcalinos, esgoto, fluidos de alta temperatura, águas residuárias, entre outros. Atendendo à norma AWWA C950-13, esses tubos têm diâmetro de 150 mm a 1.200 mm, classe de pressão de até 32 kgf/cm² e rigidez de 2.500, 3.750, 5.000 e 10.000 N/m².
Perfil técnico
• Junta elástica: permite deflexões para alinhar na montagem, formando curvas de grande raio e total estanqueidade;
• Temperatura: tubos RPVC suportam até 60ºC e tubos PRFV até 120 ºC;
• Mecânica: têm alta resistência mecânica.
O coeficiente de segurança para pressão interna é de, no mínimo, 4 vezes a pressão nominal de operação. Um tubo de pressão nominal (PN) 16 kg/cm² é testado numa pressão hidrostática até 64 kg/cm², sem apresentar qualquer falha, dano estrutural ou vazamento;
• Corrosão: os tubos de PRFV dispensam revestimento ou proteção porque são altamente resistentes a agentes corrosivos;
• Peças leves: os tubos de PRFV e RPVC pesam 90% menos que os similares em concreto e 83% menos que os tubos em ferro fundido ou aço. Sua leveza gera economia e torna seu manuseio prático e rápido;
• Propriedades hidráulicas: resistentes à abrasão, o PRFV e o RPVC são materiais com um dos menores coeficientes de rugosidade. Em nível mundial, classificam-se como tubos hidraulicamente lisos. Suas características hidráulicas mantêm-se inalteradas por toda a vida útil, sem aumentar a perda de carga nem diminuir a eficiência da tubulação;
• Compatibilidade: fabricados com diâmetros conforme a Norma NBR 15536, os tubos são intercambiáveis com os tubos de ferro e dúctil, tubos de PVC Defofo, conexões de ferro fundido e demais materiais que obedecem à ISO 2531 e o mesmo padrão dimensional;
• Instalação: o baixo peso dos tubos facilita seu transporte, manuseio e instalação, que tem baixo custo, sem precisar usar equipamentos pesados, como guindastes;
• Operação: devido à baixa rugosidade e ao diâmetro interno útil permanente, o consumo de energia em bombeamentos é reduzido, gerando baixo custo da operação;
• Manutenção: de baixo custo, dispensa qualquer tipo de manutenção preventiva;
• Tempo: a superfície externa de acabamento é composta por resinas de poliéster com aditivos que tornam os tubos resistentes ao tempo e com maior vida útil, estimada em 50 anos.
Fonte: Vetro.
Contatos
Associação Brasileira de Tubos Poliolefínicas e Sistemas: www.abpebrasil.com.br
GF Piping Systems: www.gfps.com/br
Kanaflex: www.kanaflex.com.br
Saint-Gobain Canalização: www.sgpam.com.br
Vetro: www.vetro.com.br