Bioenergia, BECCS e a crise climática

“Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma” (Lavoisier)


O mundo que conhecemos vive movido por energia, em tudo. Dia após dia a história se repete. No entanto, vez ou outra, surge a chamada crise climática, com grandes e prolongadas secas. As hidrelétricas sofrem com isso, sendo obrigadas, em muitos casos, a reduzir drasticamente ou, mesmo, paralisar totalmente sua atividade, gerando problemas enormes para quem depende de sua energia.
A busca por soluções é ininterrupta e novos caminhos estão sempre sendo estudados e colocados em prática. As usinas de bioenergia, o BECCS, uma Bioenergia com Captura de Carbono, uma futura tecnologia de mitigação, casando a geração de energia com a captura e armazenamento de carbono (CCS), são no momento as soluções que o mundo procura colocar em prática.
O objetivo a ser alcançado é que biomassa e biocombustíveis sejam utilizados na indústria e em usinas de energia dotadas de equipamentos capazes de realizar o sequestro de CO2.
Assim, a bioenergia proveniente da biomassa, ou seja, a matéria orgânica de origem vegetal e animal, tem sido considerada uma boa solução pelos países, por ser um tipo de energia que pode ser utilizada para produzir combustíveis, eletricidade e calor, sendo uma alternativa às fontes de energia convencionais em todo o mundo.
E essa bioenergia tem a grande vantagem de ser inesgotável, porque pode ser produzida por meio de fontes provenientes de matériaprima renovável, encontradas na natureza.
Em todos os continentes, o caminho que está sendo seguido é o mesmo.
Basicamente, as fontes da natureza capazes de gerar energia podem ser classificadas em quatro categorias:
- Culturas: produtos agrícolas cultivados, como milho e cereais;
- Resíduos agrícolas e florestais, produzidos em colheitas e corte de árvores;
- Subprodutos orgânicos: resíduos, efluentes da agropecuária e resíduos procedentes de processamento da madeira;
- Resíduos orgânicos: domésticos, efluentes domésticos e industriais e da cadeia alimentar.
Preservar a natureza é hoje uma grande preocupação praticamente de todos os países. E as empresas procuram apresentar projetos que visem exatamente esse objetivo, permanentemente.

Ecogen, referência no país
Entre as empresas que se destacam no setor, a Ecogen Brasil é referência no país para quem busca soluções integradas de energia, pensando sempre no futuro.
Seus projetos para o desenvolvimento, implantação e gerenciamento de soluções energéticas são economicamente atrativos e ambientalmente responsáveis.
A preservação do meio ambiente é algo atual e extremamente crítico e, cada vez mais, vem ganhando notoriedade por conta da preocupação com o aumento do impacto causado sobre a natureza pela ação humana.
Nos últimos anos, medidas vêm sendo adotadas para frear o avanço da degradação, porém essas medidas não têm sido suficientes para reverter os danos causados ao meio ambiente. Ana Paula Keller Lekitsch, superintendente de Marketing, Inovação e ESG da Ecogen, faz uma avaliação do momento atual vivido pelo Brasil:
“Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE, no primeiro trimestre de 2022, foram registrados 941,34 km² de áreas desmatadas, maior índice desde 2016. Baseando-se nos dados atuais, as perspectivas para o futuro não são animadoras, pois precisamos que medidas mais duras sejam adotadas, que as fiscalizações funcionem em sua plenitude e que os governos, empresas e cidadãos entendam seu papel de protagonismo e responsabilidade em relação à conservação da natureza”.
Ainda assim, afirma que o Brasil é um dos melhores países em termos de desenvolvimento de ações de preservação e conservação do meio ambiente.

Bioenergia, BECCS e a crise climática

Como conter a degradação
Dois pontos são considerados importantes pela empresa:
1 – (i) Ser signatário e participar de movimentos e congressos mundiais, como por exemplo COP (ii) excelentes políticas públicas sobre essa temática. Porém, exatamente por ser referência em políticas públicas, é essencial que o país avance mais na fiscalização das leis, para frear o avanço da degradação.
2 – O segundo ponto a considerar é com relação à sua matriz elétrica, exaltada como uma das mais limpas do mundo. O Brasil está avançando significativamente para fontes de energias renováveis, como a eólica e a solar. Em 2020, segundo a União da Indústria da Cana de Açúcar - UNICA, 85% da energia gerada vieram de fontes renováveis. Em consequência, pode-se afirmar que com o avanço dessas fontes o país emitirá cada vez menos Gases de Efeito Estufa - GEE - na atmosfera.
As metas almejadas pelas empresas estão cada dia merecendo novos estudos e novas avaliações, na necessária pauta global de sustentabilidade. Em 2021, por exemplo, a Ecogen investiu na criação da área de Environment Social and Governance – ESG, que está amplamente dedicada em desenvolver as comunidades em que estamos inseridos, potencializando-as, gerando valor, oportunidades e igualdade social, reduzindo e mitigando impactos gerados no meio ambiente, promovendo um ambiente aberto à diversidade. Toda uma equipe de trabalho preocupa-se em torno desse objetivo. Além de Ana Paula, o especialista Lucas Muniz participa ativamente nesses projetos.

Sucesso exige planejamento
Buscar soluções energéticas para os clientes, que representem ganhos de eficiência na geração e/ou consumo de energia e utilidades, deve ser o objetivo de todo fornecedor.
Para manter a sustentabilidade do negócio e um alto padrão de qualidade é fundamental estar com um portfólio sempre inovador, com foco especial em soluções que promovam redução na pegada de carbono (CO2).
“Além de soluções, a Ecogen investe também em tecnologia, inovação e pessoas, com o intuito de ofertar energia e utilidades de forma cada vez mais eficiente. Entendemos que essa eficiência também é um dos caminhos para redução do impacto ao meio ambiente, além de otimizar custos para nossos clientes”, explica Ana Paula.
Segundo o que observa no setor, ela diz que atualmente, “o principal responsável pela produção de energia a partir de biocombustível é o segmento sucroalcooleiro, representando 79,5% do total gerado em 2021. O resíduo mais significativo é o bagaço de cana, mas outros resíduos do processo produtivo do açúcar e do álcool também podem ser utilizados para produção de biocombustível como o biogás”.
São muitas as fontes que uma empresa utiliza e isso tem uma explicação. A Ecogen, por exemplo, analisa cuidadosamente as soluções em energia e utilidades que atendam às necessidades de seus clientes, como otimização de custo e sustentabilidade, como, por exemplo, a redução de emissões de gases de efeito estufa. Fator importante é a confiabilidade e eficiência que oferecem ao cliente.
Para cada necessidade, há um combustível ou fonte de energia mais apropriado.
Alguns produtos, como o gás natural, por exemplo, garantem confiabilidade e otimização de custos em projetos de geração de energia, além de apresentar emissões de CO2 inferiores a outros combustíveis fósseis, como o diesel.
Cada caso é analisado com bastante critério para alcançar uma otimização de resultados. A biomassa é uma opção sustentável e de baixo custo, principalmente para clientes próximos a fornecedores do combustível.
O biogás é outra fonte de energia que a empresa sempre tem em foco, por ser considerada extremamente sustentável e utilizar resíduos que seriam descartados para geração de energia. “Para cada tipo de negócio e cada necessidade, utilizamos a fonte mais indicada. A Ecogen desenvolve soluções em energia 100% customizadas e adaptadas a cada cliente, com o objetivo de poderem realmente contribuir para a preservação do meio ambiente”, diz Ana Paula.

BECCS, ainda em evolução
Sobre os resultados obtidos pelo BECCS (sigla para Biomass Energy with Carbon Capture and Storage, que pode ser traduzido para o português como Sistemas de Bioenergia com Captura e Armazenamento de Carbono), a Superintendente diz que ainda é difícil avaliar os resultados obtidos, pois existem poucas plantas em operação no mundo e o desenvolvimento de novos projetos é lento.
No Brasil, explica que a primeira planta a ser construída ainda está em fase de avaliação geológica para injeção de CO2 no solo. Mas diz que os primeiros estudos e a conceituação da solução apresentam um cenário positivo para redução de emissões e captura de carbono da atmosfera. “Acreditamos que não basta apenas reduzirmos as emissões, pois estaremos adiando um cenário inevitável, mas devemos, sim, buscar formas de reverter o estrago já feito. Portanto, soluções como o BECCS, que possibilitam uma pegada negativa de carbono, devem ser incentivadas. No entanto, há de se avaliar ainda os efeitos negativos dessa solução e buscar formas de mitigá-las. Por exemplo, como balancear o uso do solo para produção de biomassa e para produção de alimentos, ou como garantir que as florestas plantadas para este fim não prejudiquem a biodiversidade local”.

Biomassa e biocombustíveis são os melhores recursos?
Para sequestrar o CO2, a biomassa e os biocombustíveis são ótimos recursos, mas não necessariamente serão sempre a melhor opção, na avaliação de Ana Paula. Quando se fala nisso, é preciso avaliar criteriosamente toda a cadeia produtiva. No caso de uma usina de biomassa, o processo de transporte da matéria prima utiliza, em sua grande parte, o diesel, gerando emissão de CO2. Todavia, devemos considerar que a perspectiva de geração de energia a partir de biogás é excelente, pois ajuda na redução da emissão de gases efeito estufa, incentivando o tratamento e o reaproveitamento de resíduos orgânicos, melhorando, assim, a atratividade econômica e sustentável.
Mas, então, o combustível do futuro deverá ser baseado somente na Bioenergia?
Ana Paula não acredita. “Ainda existe um imenso potencial para explorar em outras fontes de energia, como, por exemplo, a eólica e a solar. Veja o que diz o relatório The Sky´s the Limit do Carbon Tracker: A energia solar cresceu a uma taxa média anual de 39% na última década, quase dobrando de capacidade a cada dois anos. A capacidade de energia eólica cresceu 17% ao ano, com avanços tecnológicos que ajudam a reduzir custos”.
Além disso, é importante que os países não fiquem reféns apenas de uma fonte de energia. No Brasil, boa parte da energia é gerada através de hidroelétricas, o que pode gerar uma possibilidade de problema, quando passarmos por crises hídricas. “Entendemos que a diversificação e a sustentabilidade da fonte de energia seja o melhor caminho”.

Legislação
As principais leis que norteiam o setor são citadas por Ana Paula: Lei 13576/17 Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio) que tem como principal instrumento o estabelecimento de metas nacionais anuais de descarbonização para o setor de combustíveis, de forma a incentivar o aumento da produção e da participação de biocombustíveis na matriz energética de transportes do país.
Resolução 16/2018 do CNPE que consiste na adição obrigatória de biodiesel ao óleo diesel. Atualmente o percentual de mistura de biodiesel está em 10%, porém a meta é que até 2023 esse número suba para 15%.
Para o setor elétrico, a Lei nº 9.991/2000 determina para a Agência Nacional de Energia Elétrica a obrigação de regulamentar o investimento em pesquisa e desenvolvimento e em eficiência energética para empresas concessionárias, permissionárias e autorizadas do setor no contexto do programa de P&D. Este programa está sendo reavaliado, segundo consulta pública (nº 074/2020) realizada entre dezembro de 2020 e fevereiro de 2021.
Segundo a PWC, “No Brasil, os incentivos fiscais para energias renováveis, como energia eólica, solar, de biomassa e de biocombustíveis, são aplicáveis ao Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), contribuições sociais sobre a receita bruta (PIS e Cofins) e Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Um dos exemplos relativos ao ICMS é a isenção desse imposto, em todo o território brasileiro, nas operações com equipamentos e componentes para aproveitamento de energia solar e eólica, como turbinas eólicas, aquecedores solares, geradores fotovoltaicos, entre outros. Outro exemplo de incentivo é a suspensão da cobrança de PIS e Cofins nas aquisições de máquinas, equipamentos e serviços destinados ao ativo imobilizado de projetos de infraestrutura no setor de energia.”

Contratos futuros de açúcar ficam menores
Os produtores de etanol do bagaço de cana sofreram um golpe inesperado em seus negócios, com a grande baixa de consumo do produto ocasionado pela redução do preço da gasolina em praticamente todo o mundo.
Com isso, o consumo de álcool caiu e os contratos de açúcar fecharam em baixa no final de agosto. O Brasil tem grande influência nisso, por ser um dos maiores, ou o maior produtor mundial, e ter direcionado grande fatia de sua produção para adoçante.
Em 30 de agosto, na ICE Futures de Nova York, o açúcar bruto fechou em baixa de 34 pontos no vencimento para outubro, sendo cotado a 18,10 centavos de dólar por libra-peso. A previsão para março de 2023 reduziu cerca de 32 pontos, negociado a 17,98 cts/lb, enquanto outros contratos caíram entre 15 e 27 pontos.
Um dos fatores para essa queda de preços é atribuído à China, por impor em determinadas regiões do país bloqueios por Covid, que estariam prejudicando a demanda.
Londres também não ficou atrás e, já em 30 de agosto, o açúcar branco baixou a cotação na ICE Europe. O lote para outubro de 2022 fechou a US$ 548,50 a tonelada, com desvalorização de 11,40 dólares em relação ao dia anterior.
A tela para dezembro caiu 9,50 dólares e a saca de 50 quilos foi negociada a US$ 521,00 a tonelada, enquanto outros lotes caíram entre 2,70 e 8,00 dólares.

No Brasil
No mercado doméstico agosto também indicou redução nas cotações do açúcar cristal. Segundo o Indicador Cepea/Esalq, a saca de 50 quilos foi negociada a R$ 126,22 no dia 30 de agosto, recuando 1,54% em relação ao dia anterior.
  
Etanol hidratado em baixa
O biocombustível utilizado no Brasil caiu significativamente no mês de agosto, acumulando baixa de 18%, segundo o Diário Paulínia.
Esses dados foram fornecidos pela Agência UDOP de Notícias.

Produção de etanol cai nos Estados Unidos
Os Estados Unidos produziram na semana encerrada em 26 de agosto 970 mil barris de etanol, redução de 1,7% em relação à semana anterior. Com isso, os estoques do biocombustível também caíram 1,26%, ficando em 23,5 milhões de barris, ante 23,8 milhões de barris, segundo dados anunciados pela EIA.
Os analistas da Dow Jones estimavam que seria possível alcançar uma produção de 956 a 1 milhão de barris/dia, com estoques entre 23,7 a 24 milhões de barris. O biocombustível fabricado pelos americanos chega a consumir um terço da produção do cereal. 

Cereais na produção de etanol
Milho dobrará produção até 2030
Uma das mais importantes fontes de matéria prima renovável da atualidade e um dos produtos agrícolas mais em evidência é o etanol de milho. Considerado um negócio ainda relativamente novo no país, está ganhando grande impulso nacionalmente, não só pela qualidade do etanol produzido, como pela facilidade da cultura. E pelo altíssimo valor ambiental.
Em agosto deste ano, autoridades do Ministério de Minas e Energia integrantes do setor etanol estiveram reunidos com produtores em visita técnica a duas renomadas usinas instaladas em Mato Grosso, nos municípios de Sinop e Sorriso, para fortalecerem os caminhos a serem traçados para o futuro.
Ao contrário dos dados apresentados pelo setor açucareiro, que vê redução na oferta da cana de açúcar, o milho está em grande expansão e a expectativa é dobrar a produção de etanol de milho até o ano 2030.
Atualmente, o crescimento tem sido de 30% ao ano, sendo que somente para a safra de 2022/2023 projeta-se alcançar mais de 4,5 bilhões de litros do combustível produzido pelo cereal, superando os 3,4 bilhões de litros colocados no mercado na temporada anterior.
Profissionais de Institutos de Pesquisas, técnicos de entidades, e outros especialistas, fizeram detalhada visita técnica às usinas, ao lado dos dirigentes governamentais, a fim de conhecerem como se processa a cadeia produtiva.
O objetivo é que os órgãos públicos possam ter subsídios atualizados para equacionar consumo e produção, definindo políticas e estratégias de mercado que evitem o desabastecimento de etanol no Brasil. 

Contato da empresa
Ecogen Brasil:
www.ecogenbrasil.com.br

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