Como a tecnologia 4.0 pode ajudar na indústria
Por Carla Legner
Edição Nº 69 - Outubro/Novembro de 2022 - Ano 12
A Indústria 4.0 também chamada de 4ª Revolução Industrial é sinônimo de inovação e engloba um amplo sistema de tecnologias avançadas, entre elas inteligência artificial, robótica, internet das coisas (IoT) e computação em nuvem
A Indústria 4.0 também chamada de 4ª Revolução Industrial é sinônimo de inovação e engloba um amplo sistema de tecnologias avançadas, entre elas inteligência artificial, robótica, internet das coisas (IoT) e computação em nuvem. Todas essas ferramentas estão transformando a forma de produção e os modelos de negócios no mundo.
Nesse sentido, é possível afirmar que a Indústria 4.0 tem impacto significativo na produtividade, uma vez que aumenta a eficiência do uso de recursos e no desenvolvimento de produtos em larga escala, além de propiciar a integração do Brasil em cadeias globais de valor.
“O conceito de tecnologia 4.0 contempla um pacote de desenvolvimentos e avanços em várias frentes, onde a integração entre processos físicos e tecnologia da informação é intensificada, criando uma relação de dependência” – afirma Marcel Rodrigues, diretor de vendas e marketing do Grupo Bauminas. Ele destaca algumas das principais ferramentas.
Tecnologias Móveis e Internet das Coisas (IoT): transmissão de dados a partir de um rol de equipamentos que interagem entre si (máquina-máquina) e com as centrais de processamento, programação e controle, permitindo acompanhamento remoto de todas as etapas de processo.
Sensorização e Medição: todas as etapas do sistema são medidas em tempo real e o acompanhamento periódico passa a ser constante.
Análise de Dados – Big Data: dados e medições são gerados todo o tempo. Os processamentos destas informações são necessários para tomada de decisões, para ajustes e melhorias nos processos.
Computação Cognitiva: a partir da sensorização, que gera um volume crescente e imenso de dados, deixa à disposição sistemas cognitivos de cruzamento de dados para a ação e predição de resultados.
Realidade Aumentada e Simulação: com os dados coletados são criadas simulações de modelos em projetos, bem como visualizar informações digitais em conceito físico.
Armazenagem na Nuvem e Cibersegurança: a computação em nuvem desempenha um papel importante na inovação tecnológica e vai além do armazenamento e escalabilidade e facilita a troca de dados em tempo real, criando e promovendo também um ambiente de colaboração e integração digital, demandando ações de monitoramento e preservação dos dados dentro do conceito de segurança digital.
“A Indústria 4.0 usa tecnologias digitais para tornar a fabricação mais ágil, flexível e responsiva aos clientes. É capaz de criar uma fábrica inteligente onde a Internet, sensores sem fio, software e outras tecnologias avançadas trabalham juntas para otimizar o sistema de fabricação e melhorar a satisfação do cliente” – enfatiza Rodrigues.
Diferencial para indústria
Nas últimas décadas, o avanço tecnológico se tornou algo transformador e fundamental em vários cenários. Isso faz com que uma indústria que não esteja antenada a essas mudanças fique para trás no cenário competitivo do mercado.
Para se ter uma ideia da importância dessas tecnologias, dados de uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontam que empresas que adotaram tecnologias da indústria 4.0 tem enfrentado melhor a pandemia de coronavírus. Desse modo, segundo o estudo, o investimento em tecnologias é revertido em lucratividade, melhores perspectivas e maior capacidade de adaptação em cenário adverso.
As tecnologias da indústria 4.0 possuem alto nível de informatização e auxiliam companhias na redução e previsão de erros, diminuição de custos, aumento da produtividade e qualidade da gestão do processo produtivo.
Segundo o diretor da Bauminas, a implementação de um novo conceito que envolve aplicação massiva de tecnologia associada aos processos de gestão operacional envolve muitos aspectos, por isso, enfrenta muitos tipos de dificuldades e desafios, incluindo científicos, tecnológicos e econômicos, bem como questões políticas. Algumas empresas possuem gaps tecnológicos muito grandes, com completa falta de infraestrutura básica para implementação de um plano de inovação.
Assim, para iniciar um projeto voltado para automação de processos, muitas vezes é necessário ajustar parâmetros como disponibilidade e estabilidade de energia, segurança física de equipamentos e qualificação de equipe de trabalho, que são requisitos básicos e que já deveriam estar equalizados.
“A despeito das dificuldades, o rol de oportunidades é fantástico, principalmente no setor de saneamento, em tratamento de águas e efluentes. Muitas empresas ficaram anos sem investir em tecnologia, de forma que, apesar da demanda financeira ser um entrave, quando viabilizados os investimentos, eles resultam em ganhos excepcionais” – ressalta Rodrigues.
Nesse sentido, os novos parâmetros de exigências, compromissos e controles dos órgãos reguladores colocaram o tema da tecnologia no primeiro plano, de forma que ele se apresenta indispensável ao atingimento dos objetivos técnicos e financeiros das companhias.
Os benefícios são inúmeros. Destacamos entre eles a eficiência de processos, ou seja, melhores produtos nas melhores dosagens o tempo todo. A tecnologia 4.0 permite redução drástica de desperdício de produtos por superdosagem, identificação de perdas de processo em tempo real, avaliação de oportunidades e melhorias de ajustes na produção.
Depois, temos a qualidade e segurança. Com controles e ajustes online, as variações de processos são reduzidas e o consequente ganho de qualidade e segurança de processos cresce de forma exponencial. As variações de produção são identificadas e ajustadas de forma imediata. No saneamento, por exemplo, a qualidade resultante da estabilidade dos parâmetros da água tratada é sensível a todos.
Por fim, a pulverização tecnológica. Segundo Rodrigues, um dos maiores benefícios das novas tecnologias é que elas são, em sua esmagadora maioria, disponíveis a todos os tipos e tamanhos de empresas.
É comum pensar que os custos de investimentos em grandes equipamentos e robotização podem tirar pequenas e médias empresas do cenário, ficando disponíveis apenas a grandes companhias. No caso das tecnologias de medição, sensorização, automação disponíveis atualmente, estas são acessíveis a todo tamanho de participante do mercado, o que em si já representa uma revolução.
Processo de Automação
O conceito de tecnologia 4.0 engloba um pacote de desenvolvimentos e avanços em várias frentes, onde a integração entre processos físicos e tecnologia da informação é intensificada, criando uma relação de dependência. Entre os pilares da Indústria 4.0 está a automação.
Trata-se do conceito de organização de processos produtivos, facilitando o trabalho humano ou até mesmo substituindo-o em alguns casos, para que seja executado por computadores, máquinas e robôs. Essa prática pode ser utilizada em todos os setores de indústria, como farmacêutico, automobilístico, mineração, saneamento, químico, energia, produtos de consumo, óleo e gás, papeleira, alimentos e bebidas.
Esses sistemas podem oferecer visibilidade dos processos e permitem controlar uma simples tarefa ou toda a produção, trazendo ainda a possibilidade de prevenção de falhas e erros, por meio do uso de lógicas de controle simples ou até mesmo de inteligência artificial, dependendo da complexidade do problema.
Nesse sentido, automatizar uma indústria ou linha de produção, integrar sistemas de chão de fábrica aos corporativos e implantar novas tecnologias da Industria 4.0 trazem diferenciais competitivos para qualquer empresa.
“Na Baunimas, no caso das Tecnologias de IoT, é possível monitorar o posicionamento de veículos para aprimorar a integração logística, a posição de estoque de clientes para otimização das entregas e garantia de fornecimento sem rupturas, o monitoramento de estoques a nível nacional em tempo real. Acompanhar parâmetros de processo junto com os clientes para identificação do melhor produto na dosagem ideal para todas as condições de uso” - conta o diretor da empresa.
Além disso, estão sendo desenvolvidos projetos em clientes com automação de dosagens de coagulantes e demais produtos químicos em estações de tratamento de água, baseados na sensorização de turbidez e demais parâmetros de água bruta, melhorando a qualidade da água tratada e reduzindo custos no processo.
E as possibilidades não param por aí. Quando o assunto é análise de dados é possível desenvolver e criar uma biblioteca para que os clientes acessem uma grande quantidade de informação para otimizarem seus processos. Ainda sim, através da computação cognitiva, integrar dados históricos com previsões meteorológicas, atendendo e respondendo de forma antecipada às variações
Por fim, a automação oferece recursos de realidade aumentada e simulação. Essas tecnologias permitem avaliar impactos em ambiente seguro de alterações em equipamentos e processos. É importante destacar que todos os dados trabalhados e armazenados seguem padrões de segurança, sem perder o foco em velocidade de processamento.
“Em processos de tratamento de água dentro do modelo antigo de tratamento e acompanhamento de dados, por exemplo, todas as ações eram reativas, ou seja, todos os ajustes dentro da planta de tratamento eram realizados dentro de um lapso temporal, que era resultado da periodicidade das análises feitas” – enfatiza Rodrigues.
Em um cenário inicial de processamento 4.0, com disponibilização de dados em tempo real, o lapso temporal entre a detecção e a ação é reduzido a praticamente zero, respondendo às demandas em tempo real. “Além deste benefício imediato, é possível antecipar demandas, cruzando dados de medições de dentro da planta, com informações externas” – finaliza.
Contato
Grupo Bauminas: www.bauminas.com.br