Bentley premia vencedores do Going Digital em infraestrutura; Aegea, do Brasil, foi finalista

A Bentley, empresa de softwares de Engenharia de Infraestrutura, anunciou dia 15 de novembro, em Londres, os vencedores do Going Digital Awards in Infrastructure 2022. Os finalistas puderam mostrar seus projetos à imprensa global


Bentley premia vencedores do Going Digital em infraestrutura; Aegea, do Brasil, foi finalista

A Bentley, empresa de softwares de Engenharia de Infraestrutura, anunciou dia 15 de novembro, em Londres, os vencedores do Going Digital Awards in Infrastructure 2022. Os finalistas puderam mostrar seus projetos à imprensa global. O programa todo ano condecora os usuários dos softwares Bentley que se destacam pela excelência e avanços digitais em cada uma das 12 categorias da premiação. 
Os projetos indicados ao Prêmio são avaliados por um júri independente que este ano escolheu 36 finalistas de 300 indicações de 180 organizações de 47 países. Esses exemplos inspiram a Bentley a promover a infraestrutura mundial com suporte à economia global e ao meio ambiente. Durante dois anos, o evento foi virtual. “Temos prazer de conhecer pessoalmente os finalistas para celebrar suas conquistas com a imprensa e os analistas do setor” –  disse Nicholas Cumins, chefe de operações da Bentley.
Da América Latina, a Aegea, como finalista do Prêmio Going Digital 2022 na categoria Levantamento e Monitoramento, apresentou ao mundo o maior Mapa 3D da Infraestrutura de Saneamento do Brasil. Por meio do Programa InfraInteligente, foi possível digitalizar as instalações de saneamento do Estado do Rio de Janeiro. 
As categorias do Prêmio Going Digital in 
Infrastructure 2022 são: Pontes e túneis; Construção; Engenharia de negócios; Instalações, locais e cidades; Geoprofissional; Rede (eletricidade, gás, telecomunicações etc); Processos industriais e geração de energia; Rede ferroviária e de transporte; Estradas e rodovias; Engenharia estrutural; Levantamento e monitoramento; Água e águas residuais.
Melhorar e modernizar ativos antigos é um desafio. Capturar e compartilhar dados em tempo real ajuda a monitorar os ativos. O digital de levantamento e monitoramento cria gêmeos digitais de infraestrutura. O uso de tecnologias que capturam a condição atual e a variável dos ativos, modelagem de realidade, mapeamento móvel, instrumentação e gerenciamento de dados melhora a tomada de decisão durante todo o ciclo de vida do ativo.

Maior Mapa 3D
A Aegea torna-se pioneira no Brasil ao desenvolver, por meio do Programa InfraInteligente, o maior Mapa Digital 3D do País, que contempla as estruturas da Companhia em 13 Estados. Essa ‘radiografia’, iniciada em 2021, detalhará mais de 100 mil ativos da empresa. Em dezembro de 2021, o InfraInteligente concluiu o maior inventário de ativos de saneamento do Estado do Rio de Janeiro. O projeto reúne 33 mil ativos físicos, 1.383 plantas, 158 mil fotos e 257 mil avaliações visuais, atingindo 27 municípios.  
Nos levantamentos de dados, foi utilizado Building Information Model. “O BIM reúne informações geradas e mantidas durante todo o ciclo de vida de uma instalação do projeto até a operação, captadas por drones, câmeras 360 e GPS de alta precisão” – conta Wagner Oliveira, líder do Programa InfraInteligente na Aegea Saneamento.
Essa tecnologia cria gêmeos digitais que representam fielmente as estruturas em um ambiente virtual online. As imagens geram arquivos em modelo 3D que serão inseridos em um banco de dados compartilhado com a equipe de especialistas da Aegea. “Será possível realizar visitas virtuais nas estruturas das concessionárias em qualquer local do País, facilitando a tomada de decisões e, por consequência, garantindo os serviços essenciais da Companhia à população” – relata.   
Ao criar o ambiente virtual das estruturas da Companhia, o programa aprimora os processos, prevenindo manutenções e otimizando a modernização da infraestrutura de saneamento. “Essas ações garantem segurança aos contratos de concessão no aspecto regulatório, trazendo como resultado maior disponibilidade dos serviços para a população e assertividade nas operações, com visão em tempo real das estruturas, em qualquer lugar do mundo, pela equipe de especialistas da Aegea” – menciona. 

Bentley premia vencedores do Going Digital em infraestrutura; Aegea, do Brasil, foi finalista

Brasil em Londres
Em entrevista gravada em Londres, os profissionais da Aegea Saneamento contam para a Revista TAE e seus leitores informações importantes sobre o Projeto InfraInteligente. Durante os trabalhos de inventário dos ativos de saneamento no Estado do Rio de Janeiro, a equipe, liderada por Wagner Oliveira, foi descobrindo mais ativos e muitos deles raros. “Existem muitos contrastes no Rio de Janeiro. Finalizado em 1880, o maior reservatório do Rio de Janeiro, todo feito de pedra, que tem capacidade de mais de 60 milhões de litros, foi construído e inaugurado por Dom Pedro II. Espírito visionário de Dom Pedro II de construir um reservatório desses. Foram loucos de fazê-lo nessa dimensão. Cabe a nós mantê-lo e conservá-lo” – brinca Wagner Oliveira.
No total, foram encontradas 1.300 plantas no Estado do Rio de Janeiro. Das quais, 20 são tombadas pelo Patrimônio, podendo ser só consertadas, sem modificar nada nelas. “O cuidado com o ativo é que faz a diferença para que o ativo dure 10, 20, 30 ou 100 anos e fique operante e bem operado. Continue a função dele, que é prover a água para toda a população. Garantir a qualidade do serviço e a disponibilidade, este é o ponto-chave para nós” – afirma o líder do projeto. 
Foram cinco anos de aprendizado lidando com o sistema da Bentley InfraInteligente em escalas menores. Os engenheiros Wagner Oliveira, Waldo Bitencourt e Joabe Araújo representam um grupo específico dentro da Aegea que busca essa visão de futuro, que aplica tecnologia. “Quando nosso CEO teve essa visão, foram feitas várias reuniões. O objetivo era trazer uma proposta que atingisse a previsibilidade nos negócios. As ações, quando fazer e quanto investir na manutenção e operação do sistema. Primeiro, conhecer o que estamos operando, quantos mil ativos” – conta Wagner. 
Os ativos estão espalhados pela cidade. Grande parte deles está enterrada. “Pode parecer simples ter a informação. Mas para o setor de saneamento, é bem complexo. No Rio, esperávamos 900 plantas, porém, foram encontradas 1.300 plantas” – relata Waldo.

Bentley premia vencedores do Going Digital em infraestrutura; Aegea, do Brasil, foi finalista

Desafio da topologia
A topologia de cada cidade é única. Segundo eles, o Rio de Janeiro possui uma topologia diferenciada muito difícil de trabalhar. Subiram pessoalmente nas comunidades. “São muitas montanhas, morros e rochas. Para atingir um ponto A e um ponto B no saneamento, é preciso fazer um esforço, porque consome energia. Hoje, 20% do consumo de energia vêm das companhias de saneamento, que precisam fazer a água chegar na casa do cliente” – explica Wagner.
No Rio, o manancial está no ponto baixo e a água precisa ser levada ao ponto alto onde estão as comunidades. Quanto de energia é despendida para bombear e manter o reservatório lá em cima para atender aquelas populações. “A companhia precisa ligar a bomba, fazer o tratamento, são milhares de quilômetros de tubulações para fazer a água chegar ali” – salienta. 
Na ação coordenada com 70 profissionais do Infrainteligente na virada do ano, a equipe mobilizou drones e, por intermédio dos líderes comunitários, chegou em pontos remotos. “Pelo mapa, víamos que não tinha nenhum reservatório. ‘Não, aqui existem três reservatórios e uma bomba.’ Eles queriam nos colocar a par daquela instalação para que operássemos e fizéssemos o expertise” – conta Wagner. 
A Aegea tem concessão no Rio de Janeiro por 35 anos. “Nosso papel é operar esse sistema durante 35 anos. Estes ativos não são nossos. É um bem reversível. Cabe a nós zelar pelas instalações e fazer com que cumpram sua função” – afirma o líder do InfraInteligente. 
A equipe fez um estudo estatístico sobre os ativos. “Os ativos na favela estão em condições de conservação 10% piores do que na média da cidade. Na favela, tudo é orgânico. A estrada vai até a metade, mas em cima só se chega a pé. Para levar infraestrutura e passar tubulação, existem muitos corredores e escadas, não é simples. Ter o mapeamento ajuda muito” – desabafa Waldo.

Redundância
Wagner diz que as pessoas não sabem nem têm consciência que existe uma tubulação: para elas, é só abrir a torneira e sair a água. Por outro lado, se faltar água à 1 hora da manhã, de sábado para domingo ou no Carnaval, muda de figura. “O risco maior do sistema está no pico da demanda. No Rio de Janeiro, são 11 milhões de pessoas e mais 2 milhões de turistas. Se uma válvula falhar na entrada de Copacabana, 500 mil pessoas vão ficar sem água” – exemplifica. 
Para evitar este tipo de problema, utilizam de criticidade e redundância. “Identificamos qual ativo crítico teria mais impacto caso falhe. Se uma bomba muito grande falhar, metade da cidade fica sem água. Para evitar que isso aconteça, trabalhamos com redundância para ter um reserva” – explica Waldo.
Parece complexo, mas levado para o 3D, como uma magia, dá para perceber rápido. Ao dar zoom numa válvula, por exemplo, verificam se é preciso ter um operador e instrumento para medir aquele sistema. “Nesse contexto, a informação fica cognitiva e simples de ser interpretada, analisada e entendida. Como tornar mais fáceis 11 milhões de linhas de atributos todos complexos? Operamos utilizando e assimilando toda esta informação, o que o ativo está dizendo e o que precisamos fazer” – aponta Wagner.

Expertise 
O expertise dos profissionais da Aegea é de aplicar cada vez mais tecnologias para lidar com desafios desse porte. O mapa 3D é interativo e atualizado a cada intervenção e melhoria. O desafio será compartilhado com as autoridades reguladoras. “O pior é conhecer a instalação e não fazer nada. Agora, conhecemos as instalações e vamos procurar uma solução do ponto de vista técnico, orgânico ou da população, analisando se está em lugar possível de atender ou não” – pontua Wagner. 
A empresa precisa atingir os objetivos, que é o princípio do interesse público, que está por trás da regulação. “Somos a parte que intervém, que opera o sistema. A questão social do saneamento no País é o mote que promoveu desde 2020 as metas da universalização até 2033” – cita. 
É preciso provar a capacidade de investir e de propor soluções. “Estamos fazendo os dois: conseguimos intervir e mensurar o porte do desafio. Além disso, o valor do investimento para a sociedade, que alavanca muitas outras coisas. O saneamento é saúde, meio ambiente, que impulsiona o turismo. Idealizar a Baía de Guanabara em condições melhores no futuro. Toda essa ação promoverá uma das cidades mais bonitas do mundo, que é o Rio de Janeiro” – enfatiza Wagner. “Para garantir, sempre é colocada uma região mais lucrativa junto com uma região menos lucrativa. Temos que entregar para as duas o mesmo nível” – complementa Waldo.

Bentley premia vencedores do Going Digital em infraestrutura; Aegea, do Brasil, foi finalista

Escalável
As cidades pequenas no interior de São Paulo foram as primeiras que a equipe atuou: Holambra, Santa Bárbara, Piracicaba e Matão. “Não esperávamos o Rio de Janeiro, mas sabíamos que era um grande desafio. A sorte nos acompanhou para estarmos preparados no lugar certo, na hora certa. Nossa equipe era enxuta. Começamos o programa com 10 pessoas e mobilizamos 70” – conta Wagner. “Contratamos estas 70 pessoas em uma semana. Foi complicado até no Rio de encontrar profissionais nesta área” – lembra Waldo.
A equipe conseguiu dar escabilidade. “Estávamos familiarizados com a solução, os softwares e, principalmente, a metodologia da Aegea, o Infrainteligente, que será uma patente nacional e internacional. Será um book de 500 páginas que dita como fazer” – afirma Wagner. 
As tecnologias estão disponíveis para todos os países. “Nosso fim é muito nobre. Acreditamos muito nisso. O aspecto social e ambiental em regiões que precisam de visibilidade” – destaca.  
Wagner trouxe a questão do Rio de Janeiro para Londres na apresentação. “Subi e conversei com os moradores nas favelas. São pessoas de alto astral. E às vezes falta algo básico para que fiquem mais motivados. O Estado está ficando mais presente por meio dos reguladores. Somos o apoio para fazer chegar água onde não tinha” – ilustrou. Eles relatam que uma senhora de 60 anos nunca tinha tomado banho de chuveiro, só de balde. “As pessoas não querem deixar de viver num local com uma vista maravilhosa. É um desafio de engenharia e hidráulica atingir estes pontos altos” – disse.

Interação
O software da Bentley é voltado para a técnica de Engenharia. Com 12 anos, a Aegea tem plataformas de várias soluções e algumas são legados. Todas foram integradas. A informação interage para o Jurídico, Contábil, Financeiro, Comercial, entre outras áreas. “Não podemos mudar a plataforma da Companhia toda. O melhor software é aquele que as pessoas já estão habituadas. Integramos por meio da metodologia da Gestão de Ativos, a ISO 55.001, que direciona para que esse software não ficasse isolado e houvesse comunicação plena entre as áreas, recebendo e enviando informações” – esclarece Wagner.
Há reciprocidade entre os setores. “Se o pessoal da Manutenção tira um motor e coloca em outro lugar, vai refletir no banco de dados e nos outros setores” – ressalta Waldo. “Se um novo cliente na rede aumentou o consumo, sabemos no software da Bentley, setor que faz modelagem hidráulica. Para capturar aquela realidade, existe uma série de requisitos que precisamos seguir para que o sistema opere” – explica Wagner Oliveira. 
O Brasil não está resolvido no saneamento. A carência é no sistema de esgoto e o sistema de água também é falho. “É como trocar o pneu com o carro andando. Construímos o sistema operando aquele sistema existente. Quem tem continua bem atendido. Para os outros, é preciso expandir a rede, sem afetar outras. Garantir 24 horas, 7 dias da semana, a água na casa. Se tiver algum problema, há reclamação. As pessoas querem qualidade e disponibilidade. Somos cobrados. O ativo intangível da Companhia é a imagem, o brand da empresa” – afirma Wagner Oliveira.

Bentley premia vencedores do Going Digital em infraestrutura; Aegea, do Brasil, foi finalista

Vanguarda
A vanguarda do Prêmio remete a muitos avanços digitais. Inovação e tecnologia são pilares para a transformação do setor, afetado por déficit no acesso à água tratada e na coleta de esgoto. Segundo Wagner, entre os maiores desafios das companhias de saneamento, está reduzir as perdas físicas de água e ter gestão eficiente e otimizada das suas operações. “Aplicar tecnologias nos sistemas de abastecimento de água traz eficiência na detecção de vazamentos, gestão e suporte operacional, operação otimizada e/ou autônoma, otimização de químicos, detecção de fraudes, entre outros” – ressalta.  
A Aegea já utiliza muitos dos avanços para solucionar desafios. A expectativa para o futuro é que essas soluções sejam ainda mais eficientes. “É constante a busca por soluções que minimizem o tempo de detecção e reparo de vazamentos e que forneçam visão estratégica da operação, incluindo suporte à tomada de decisão em tempo real” – afirma o líder do InfraInteligente.

Next practices
A Aegea entende a importância da inovação para alcançar seus objetivos e manter seu pioneirismo no setor. “A inovação é tratada de maneira transversal, descentralizada e constante, fazendo parte da cultura da empresa. Incentivada pela liderança, consiste de um direcionamento que permeia toda a Companhia, garantindo serviços de saneamento básico com excelência e respeito ao meio ambiente e às necessidades de cada uma das 154 cidades atendidas, de Norte a Sul do Brasil” – enfatiza Wagner Oliveira.  
A inovação é trabalhada de três formas dentro da companhia: 
• Incremental: melhorias em processos com os programas internos de inovação;
• Disruptiva: novas soluções das parcerias com startups, universidades, estudos e programas internacionais;
• Estratégica (novos negócios): otimizar operações e serviços prestados. Impulsionar a transformação digital, tendo os clientes como centro das atenções.
Ganhadora de vários prêmios e com DNA inovador, a Aegea quer criar um ambiente de referência no setor que provoque impactos nas três esferas ESG. Para atingir esta meta, fortalece sua cultura de inovação por diferentes práticas: busca tecnologias que reduzam custos, melhorem todos os processos, propiciem desenvolver colaboradores e digitalizar processos e, em consequência, aumentem eficiência, sustentabilidade, cibersegurança e transparência. “A cultura do inconformismo nos move e a busca pelas next practices é o que nos diferencia” – conclui Wagner Oliveira. 
 

Contato das empresas
Aegea:
www.aegea.com.br
Bentley: www.bentley.com

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