Plásticos biodegradáveis detêm cerca de 1% do mercado mundial
Por Cristiane Rubim
Edição Nº 74 - Agosto/Setembro de 2023 - Ano 13
A destinação incorreta da grande quantidade de embalagens plásticas gerada pela população devido à sua extensa durabilidade causa muitos impactos negativos ao meio ambiente. Uma saída são as embalagens biodegradáveis feitas de várias tecnologias
A destinação incorreta da grande quantidade de embalagens plásticas gerada pela população devido à sua extensa durabilidade causa muitos impactos negativos ao meio ambiente. Uma saída são as embalagens biodegradáveis feitas de várias tecnologias disponíveis. Testes estão sendo feitos para atestá-las para criar mais soluções ao problema. A biodegradação é mais rápida no fim da vida útil do plástico biodegradável usado hoje em produtos e embalagens e reduz danos ambientais.
Alguns números para análise:
• 30% dos polipropilenos (PPs) hoje têm origem biológica;
• Somente 9% do lixo plástico no mundo é reciclado;
• Os plásticos ficam com 6% do consumo global por ano de petróleo;
• Plásticos de origem petroquímica demoram centenas de anos para decompor porque os microrganismos ainda não possuem enzimas necessárias para degradá-los.
Polímeros alternativos, comercializados como biodegradáveis, fazem parte da solução potencial para mitigar seus danos ecológicos. O desenvolvimento de alternativas com novos polímeros degradáveis: hidrodegradáveis, compostáveis, biocompósitos, bioplásticos e aditivos pró-oxidantes (PAC)/plásticos oxodegradáveis.
Descartáveis
As aplicações atuais para plásticos biodegradáveis d2w, da RES Brasil, por exemplo, estão presentes no mundo todo. São embalagens em geral e descartáveis, como copos, canudos, sacolas, tampas e frascos, luvas etc.
• A d2w de plásticos recicláveis e biodegradáveis atende à ASTM D6954 com taxa de biodegradação acima de 90% apenas em 180 dias, depois do início da biodegradação.
Relatório com tabelas e gráficos do Intertek, laboratório acreditado NBR ISO/IEC 17025, que realizou ensaios em plástico d2w seguindo a norma ASTM D6954. Recentemente, a Agência de Pesquisas do Governo da França (ANR) emitiu relatório sobre a mais rápida e segura biodegradação dos plásticos d2w no mar, sem riscos para seres marinhos.
Na biodegradação, microrganismos decompõem substâncias orgânicas em simples, como dióxido de carbono, água e amônia. A biodegradação ocorre em solos, biodigestores e águas e o estudo deve ser conduzido para representá-los e embasado nas normas técnicas. A produção, consumo e disposição final ficam comprovados pelos testes em laboratório que se aproximam e verificam o que ocorre em escala real.
Mercado
• Em relação aos plásticos convencionais, não chega a 1% o mercado mundial de plásticos biodegradáveis, sejam Hidrobiodegradáveis (HBPs) ou Oxibiodegradáveis (OBPs).
Os OBPs são obrigatórios por lei nos Emirados Árabes, Jordânia, Arábia Saudita etc. “Em cidades no exterior, onde são realizadas a coleta domiciliar de resíduos orgânicos e a destinação para usinas de compostagem, é recomendado o uso de sacos HBPs compostáveis para embalar este tipo de resíduo. Porém, compostadores estão rejeitando os plásticos compostáveis” – afirma Eduardo Van Roost, CEO da RES Brasil. Nas usinas de compostagem, há condições adequadas de luz, umidade, temperatura e quantidade correta de microrganismos.
Hidro e oxi
Com novas nomenclaturas para os tipos de plásticos degradáveis, é importante entender as diferenças entre hidrobiodegradável e oxibiodegradável.
Testes
Os laboratórios realizam vários testes para estudos e certificação que garantem a segurança dos produtos compatível com instalações de gestão de resíduos orgânicos compostáveis. O primeiro é a análise química e de metais pesados na qual são checados os danos dos componentes do material da embalagem ao meio ambiente.
Depois, são testes em escala de laboratório de validações da biodegradabilidade do material. O material passa por tratamento biológico e simulado o tratamento de resíduos orgânicos industriais (digestão aeróbia ou anaeróbia). Em seguida, o teste avalia a qualidade do composto final e efeitos adversos.
Um dos métodos de teste criado pela Universidade Queen Mary, de Londres, (ver imagem) avalia a biodegradabilidade de amostras de plástico monitorando a respiração bacteriana em meio aquoso e quantificando CO2 produzido, sendo o polímero a única fonte de carbono. Foram usados organismos-modelo e conforme resultados pode ser usada com uma variedade de plásticos para comparar a biodegradabilidade de diferentes materiais.
Critérios
As tecnologias existentes hoje cumprem todos os critérios de aprovação das normas dos plásticos biodegradáveis:
• Degradação;
• Biodegradação;
• Ausência de Resíduos Nocivos.
Fonte: RES Brasil.
O que difere as normas é onde a degradação e a biodegradação ocorrem:
Plásticos compostáveis: devem biodegradar em ambiente controlado de usina de compostagem conforme padrão europeu EN 13432, entre outras normas. O EN 13432 define as propriedades compostáveis e descreve as características da embalagem e os testes para verificar se a embalagem atende aos requisitos.
Plásticos biodegradáveis: devem biodegradar em ambiente aberto, cumprindo a ASTM D6954, entre outras normas. A norma ASTM D6954 compara e estima taxas de degradação de plásticos por processos térmicos e de fotodegradação (abióticas) e a biodegradação (bióticas, quantidade de dióxido de carbono gerado em um período).
O resultado final para ambos os tipos é sempre água, biomassa e Gás Carbônico (CO2).
Outras soluções
A RES Brasil fornece materiais para as indústrias fabricarem embalagens com menor impacto ambiental. Distribuidora da d2w, tecnologia da empresa inglesa Symphony Environmental, certificada pela BPA, como livre de Bisfenol A – substância química usada em materiais de contato com alimentos – e pelo Instituto InBioPack.
O produto com d2w é adequado ao tempo de vida útil enquanto embalagem e reciclabilidade e, depois, biodegradabilidade caso seja descartado de forma incorreta no meio ambiente. A marca tudobiodegradável é da RES para produtos biodegradáveis e a empresa comercializa outras soluções: masters d2pAM, d2pEA e plásticos hidrossolúveis.
• Master d2pAM confere características antimicrobianas e anticoronavírus aos plásticos, reduzindo a contaminação cruzada por doenças entre as pessoas que manipulam o produto/embalagem. Aumenta o tempo de validade de produtos. Por exemplo, a indústria de panificação consegue diminuir os conservantes do pão de forma e prolongar sua validade sem que o produto perca seu frescor e qualidade;
• Master d2pEA fornece adsorção de gás etileno que acelera o amadurecimento nas embalagens plásticas. Prolonga o frescor e reduz as perdas por apodrecimento de frutas, verduras e legumes sensíveis ao gás etileno;
• Plástico hidrossolúvel dissolve em água com aplicações muito específicas. Composto de álcool polivinílico (PVOH), polímero solúvel em água, não serve para alimentos nem embalagens que tenham contato com umidade e água;
• A empresa dispõe de resinas compostáveis (HBPs) marca d2c que não são vendidas no Brasil porque no País não existe coleta seletiva de resíduos orgânicos com destino para usinas de compostagem, além de serem mais caras que o d2w.
Contato das empresas
RES Brasil: www.resbrasil.com.br
Referências bibliográfica:
EUROLAB. EN 13432 - Embalagem. Disponível em: https://www.laboratuar.com/pt/testler/ambalaj-testleri/en-13432-ambalaj-kompostlama-ve-biyolojik-bozunma-yoluyla-geri-kazanilabilir-ambalaj-gereksinimleri-ambalajin-nihai-kabulu-icin-test-plani-ve-degerlendirme-kriterleri/. Acesso em: 13 jun 2023.
PETROLEO, Camila. Biodegradabilidade. Senai, 4 mai 2020. Disponível em: https://www.linkedin.com/pulse/biodegradabilidade-camila-petroleo/?originalSubdomain=pt. Acesso em: 13 jun. 2023.