Novas profissões da Era Digital otimizam a gestão da água no Brasil
Por Cristiane Rubim
Edição Nº 75 - Outubro/Novembro de 2023 - Ano 13
A Era Digital traz uma nova dimensão para a gestão da água, efluentes e esgoto no Brasil. A nova perspectiva digital do setor requer especialistas em TI aplicada ao abastecimento de água e tratamento de esgoto e novas funções que envolvam tecnologias
A Era Digital traz uma nova dimensão para a gestão da água, efluentes e esgoto no Brasil. A nova perspectiva digital do setor requer especialistas em TI aplicada ao abastecimento de água e tratamento de esgoto e novas funções que envolvam tecnologias digitais para melhorar a eficiência, a qualidade e a sustentabilidade dos serviços. A inserção de Big Data, Machine Learning, Inteligência Artificial (IA), sensores para macro e micromedição, Internet das Coisas (IoT) etc. configurou diversas soluções ao setor. O foco agora é explorar essas tecnologias e os dados para otimizar processos, melhorar a qualidade da água e enfrentar os desafios ambientais.
O mercado de trabalho para a gestão da água no País passa por uma metamorfose digital. “Antes centrado em operações manuais e mecânicas, agora o setor de água no Brasil se concentra na automação, digitalização e análise de dados em tempo real. Esse cenário está resultando em melhoria da eficiência operacional e na oferta de água de melhor qualidade à população” – destacam José Rotolo, diretor da Emec Brasil, e Danilo Castro, do marketing da empresa.
Na atual conjuntura, as tecnologias digitais vieram para dar uma “mão” nos delicados desafios do setor. “Lidamos com problemas cada vez mais complexos: escassez hídrica, poluição da água, adaptação às mudanças climáticas, integração das políticas públicas e privadas, capacitação de profissionais e conscientização da população. Aprendizado de Máquina, Inteligência Artificial, Big Data e Blockchain revolucionarão o modo de projetar e realizar a gestão de ativos de infraestrutura” – analisa Julio Issao Kuwajima, especialista comercial para o setor de saneamento e recursos hídricos da Bentley Systems.
A transformação digital exige novos perfis profissionais e afeta a zona de conforto dos empregos nas empresas e, na outra ponta, das pessoas que buscam uma colocação. “A Inteligência Artificial, assim como outras evoluções tecnológicas, automatiza o trabalho manual e repetitivo para que o ser humano esteja livre para funções que requerem maior estratégia e pensamento crítico. Todos os setores da economia passam por este processo, que é muito importante para a evolução profissional das pessoas e bom para o negócio das empresas” – explica Leandro Rubim, diretor de produtos digitais e inovação da Cultura Inglesa.
Essas funções exigem visão holística da tecnologia. “Compreensão sobre as fontes de dados, conectar os dados e correlacionar as ações e as consequências, que será medida no aumento da capacidade de inovar e gerar respostas e soluções mais efetivas, eficazes e eficientes com base em dados” – afirma Julio.
Estar uptodate com as tecnologias atuais para atuar no setor. “As novas tecnologias fazem com que as pessoas se capacitem para que Inteligência Artificial, monitoramentos digitais, IoT e a web 3.0 sejam ferramentas essenciais entre as funções do dia a dia em uma estação de tratamento” – diz Paula Duarte Rodrigues, coordenadora de marketing da Bauminas.
• Muitos dos empregos já desapareceram e outros estão fadados a desaparecer. Segundo especialistas do Banco Mundial e da consultoria Randstad, talvez substituídos por ferramentas tecnológicas, como a Inteligência Artificial;
• Por outro lado, cerca de 60% a 70% dos alunos atuais trabalharão em empregos que ainda não existem hoje e terão atividades menos intuitivas e repetitivas e mais focadas em dados e resultados.
Grande demanda
Há uma grande demanda por investimentos em infraestrutura, tecnologia e gestão para garantir o acesso à água potável e ao tratamento de esgoto para toda a população. “É crescente a preocupação com a preservação dos recursos hídricos, a qualidade da água e seu uso racional e sustentável” – aponta Julio, da Bentley.
Nos últimos quatro anos, essa transformação foi marcada principalmente com o Novo Marco Legal do Saneamento e o Decreto 10.306/2020, que estabelece a metodologia BIM para serviços de engenharia no âmbito federal. “A força-motriz dessa mudança no setor se deve à maior pressão e fiscalização sobre os prazos do Plansab, avançar rapidamente no qual os métodos tradicionais se mostraram ineficientes. A massificação do acesso à Internet, sinal 5G e de computação em nuvem permitem reduzir custos de novas tecnologias, antes inacessíveis” – ressalta.
Mais ágil
“As novas tecnologias exigem a coleta, o processamento e a análise de volume cada vez maior de dados sobre os ativos para melhorar o modo de planejar e coordenar os recursos e trazem novas formas de resolver velhos problemas” – discorre.
Este movimento impacta toda a cadeia de fornecedores e suprimentos e o ciclo de vida dos ativos de infraestrutura. “Além da maior transparência, efetividade, eficácia, eficiência, a digitalização de processos e adoção de tecnologias digitais reduzem tempos e custos de projetos e melhoram sua qualidade. As novas infraestruturas projetadas poderão ser concluídas mais rápido e ser mais resilientes e sustentáveis” – alegra-se Julio.
A digitalização agiliza as respostas operacionais. “Por meio das tecnologias, é possível monitorar em tempo real os ativos e tomar decisões com base nos dados coletados, filtrados e processados para o operador” – aponta.
Parceira das empresas de saneamento e dos projetistas, engenheiros e consultores do setor, a Bentley Systems provê as tecnologias para que possam evoluir na digitalização. “Respeitamos o atual grau de digitalização e ajudamos todos a avançar e se digitalizar, independentemente de estarem iniciando esta jornada até o mais avançado, que tem urgência para aplicar o estado-da-arte das tecnologias” – garante o especialista comercial.
Várias concessionárias no mundo dispõem de Smart Water, que aumenta assertividade e eficiência e diminui retrabalho. Segundo especialistas, a transformação digital pode levar ainda aos ambientes VUCA (Volatility, Uncertainty, Complexity and Ambiguity), em português, Volatilidade, Incerteza, Complexidade e Ambiguidade.
Desafios do setor
Há enormes desafios para o setor de água no Brasil, entre eles:
• Riscos legais, éticos e sociais que a adoção massiva de Inteligência Artificial (IA) poderá causar;
• “Gap geracional” por falta de recursos humanos qualificados. Engenheiros costumam migrar para outras áreas e grande parte dos engenheiros mais experientes está em final de sua carreira e novos profissionais não terão tempo para absorver conhecimento dessa geração;
• Adaptação dos sistemas de educação e treinamento diante das novas demandas da indústria;
• Falta de dados disponíveis de eventos extremos ou anômalos para treinamento por novos profissionais e tecnologias para providenciar resposta emergencial à altura.
Problemas cada vez mais complexos:
• Escassez hídrica;
• Poluição da água;
• Mudanças climáticas;
• Integração de políticas públicas e privadas;
• Capacitação de profissionais;
• Conscientização da população.
Empresas:
• Mais sustentáveis;
• Enquadrar no ESG;
• Enquadrar na Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).
Fonte: Bentley e Bauminas.
A engenharia costuma perder talentos para consultorias estratégicas e setor financeiro. “Este fato provocou um ‘gap geracional’. Só recentemente o setor se tornou atrativo a novos talentos devido às mudanças no ambiente de negócios. Esta lacuna existe porque grande parte dos engenheiros mais experientes está no final de sua carreira e novos profissionais não terão tempo para absorver e aprender todo o conhecimento desta outra geração” – esclarece Julio, da Bentley.
A digitalização integra dados e legados de conhecimentos e informações, que, hoje, muitas vezes, não estão acessíveis à nova geração. “O treinamento poderá atrasar devido à falta de dados disponíveis de eventos extremos ou anômalos. Estes novos profissionais e estas tecnologias terão muito pouca ou nenhuma experiência prévia para providenciar uma resposta emergencial à altura da gravidade ou severidade destes eventos” – alerta Julio.
Segundo ele, já existem tecnologias que aceleram passar estes dados de infraestrutura vitais ao sucesso da Inteligência Artificial e do Aprendizado de Máquina, como o ProjectWise 365 e o AssetWise da Bentley Systems, que facilitam o gerenciamento e compartilhamento dos dados em ambiente em nuvem.
É preciso aprimorar as funções já existentes devido aos novos métodos e tecnologias. “A automação visa à precisão na dosagem de produtos para equilíbrio químico da qualidade da água, autonomia e melhor organização de dados para quem monitora o tratamento. Estar de acordo com as inovações é um dos requisitos para ingressar no mercado atual. O diferencial está em conhecer processos químicos e de como operam os sistemas de automação, em hidráulica, elétrica e eletrônica” – indicam Rotolo e Castro, da Emec Brasil.
A tecnologia é a grande protagonista das mudanças do mercado de trabalho. “A pandemia, tornar nossa empresa mais sustentável e enquadrá-la no ESG e na Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), é preciso se reinventar para atender às demandas do setor. Em qualquer profissão, tecnologia, segurança e inovação serão as palavras-chave” – pontua Paula Duarte Rodrigues, da Bauminas.
Novas profissões
Todos os setores da economia precisam não somente de profissionais de tecnologia, mas desse conhecimento dissipado em outros perfis profissionais. “Por exemplo, é muito importante profissionais analistas e de gestão conhecerem Business Intelligence (BI) por meio de ferramentas de visualização de dados, como Tableau, PowerBI, entre outras. O tratamento qualitativo da grande massa de dados é um diferencial estratégico em todas as áreas de uma empresa” – afirma Leandro Rubim, da Cultura Inglesa.
A predição, por meio de estatística, tem sido uma grande requisição. “Ferramentas como Linguagem R e até a programação Python são grandes aliadas para a implantação de modelos preditivos nos negócios” – ressalta o diretor.
De acordo com Leandro Rubim, as profissões mais requisitadas para todos os setores da economia são:
• Engenheiros de Dados;
• Cientistas de Dados;
• Analistas de Dados;
• Desenvolvedores;
• Agilistas;
• Profissionais de Infraestrutura e Cloud.
Segurança da Informação, Engenheiros de Automação e Analistas de Dados são exemplos de carreiras que impactam no setor de água. “A Inteligência Artificial e a Robótica vêm revolucionando o modo como tratamos a água. Nos últimos dez anos, passamos por imensa transformação digital para tornar as estações um ambiente altamente tecnológico e eficaz. Como serão os próximos anos? Precisamos estar preparados para lidar com as tecnologias e seu impacto em nós. A Robótica e a IA continuarão a desempenhar papel crucial na definição desse futuro” – afirma Paula, da Bauminas.
À medida que automatização e digitalização avançam, será exigido maior conhecimento e domínio de processos dos profissionais da área. “Por meio das mudanças é que surgem aprimoramentos, melhorias e inovações. Antes, um operador adicionava o produto manualmente e fazia o tratamento químico da água. Hoje, instrumentos e controladores captam as informações lidas por um sensor submerso na água e gerenciam as bombas para adicionar a dosagem ideal e exata conforme o valor solicitado” – mencionam Rotolo e Castro, da Emec Brasil.
No quadro a seguir, Julio, da Bentley, cita algumas das novas profissões que advêm da automatização e digitalização do setor de água. Estas profissões já existem e há demanda hoje para este tipo de profissional em todos os setores da Engenharia e Infraestrutura. “Há muitas outras que dependem da criatividade, da inovação e da adaptação dos profissionais às novas demandas e desafios do setor” – diz o especialista comercial. Hoje, cargos se adaptam para aproveitar melhor este novo potencial e habilidade:
• Há demanda para desenvolvedores de aplicativos para a gestão da água para escrever e atualizar aplicativos móveis e na nuvem que facilitam o acesso e a interação dos usuários com os serviços de água e esgoto, como consulta de consumo, pagamento de faturas, solicitação de reparos, denúncia de vazamentos etc;
• Engenheiros de automação hidráulica projetam, implementam e monitoram sistemas hidráulicos inteligentes, usando sensores, atuadores e controladores para otimizar o funcionamento das redes de distribuição de água e de coleta de esgoto;
• Programadores de sistemas hidráulicos inteligentes desenvolvem softwares e aplicativos para integração dos dados com as plataformas de gestão e análise, permitindo uma visão holística e em tempo real do desempenho dos sistemas;
• Analistas de Inteligência Artificial aplicada ao saneamento para melhorar as técnicas de Aprendizado de Máquina e Mineração de Dados e extrair informações relevantes dos dados dos sistemas hidráulicos inteligentes, gerando insights e recomendações para a tomada de decisão;
• Especialistas em blockchain para rastreabilidade da água. Empresas já utilizam o blockchain para garantir a segurança, a transparência e a confiabilidade das informações sobre a origem, a qualidade e o destino da água, desde a captação até o tratamento final.
Fonte: Bentley.
De acordo com o Relatório Top Digital Profiles 2022 da Inesdi Business TechSchool para Espanha e América Latina, citado pela Xylem, a busca por perfis de TI cresceu, destacando-se:
Para criação de produtos e serviços digitais:
• Desenvolvedores de Software;
• Desenvolvedores de Software Full Stack;
• Desenvolvedores de Software Web e Multimídia;
• Scrum Maste.
Em organizações Data Driven:
• Analistas de Dados / Business Intelligence;
• Engenheiros de Dados;
• Administradores de banco de dados.
Empregos digitais
O aquecimento global, a escassez de água, o tratamento de água e efluentes etc. requerem beber nas fontes digitais para resolvê-los. “Os problemas atuais do setor de água demandam soluções de natureza digital. Especialistas em dados, Big Data, IoT ou Inteligência Artificial com experiência em O&M e integração de sistemas são vitais para proteger nossos ecossistemas e garantir abastecer água limpa e segura às futuras gerações” – alerta Chema Nebot, VP Emea-Apac-Brasil da Idrica.
As novas tecnologias estimulam que novas profissões apareçam no setor da água, cujo crescimento é proporcional à velocidade com que novos desafios surgem ou adquirem maior importância. Segundo a Xylem, entre elas, estariam:
Engenheiro de Sistemas
Projeta, implementa e mantém sistemas avançados de monitoramento em tempo real da qualidade da água e eficiência dos processos de tratamento. A Inteligência Artificial é essencial nesse caso, porque analisa grandes quantidades de dados e padrões de aprendizagem que permitem prever problemas antes que virem crises.
Analista de Dados Ambientais
Atua na coleta, no processamento e na análise de grandes conjuntos de dados sobre a qualidade da água e a poluição. Por meio de ferramentas avançadas de análise, esses profissionais identificam tendências, padrões e relacionamentos que os ajudam a entender melhor as questões ambientais e tomar decisões informadas.
Desenvolvedor de Software
Hoje, tornou-se liderança indispensável por sua capacidade de criar códigos específicos para a gestão da água. O software beneficia o cliente com a gestão do recurso hídrico do zero, migrando as informações anteriores para o sistema atual.
Engenheiros de Desenvolvimento de Tecnologias Avançadas de Tratamento
Desenvolvem tecnologias avançadas e projetam e aperfeiçoam métodos de tratamento mais eficazes e sustentáveis. A inovação em tecnologias de tratamento é aplicada para enfrentar os desafios na gestão de água e efluentes. A Inteligência Artificial, por exemplo, modela e simula processos complexos, permitindo aos engenheiros testarem virtualmente novas tecnologias antes de implementá-las na prática, economizando tempo e recursos.
Gerentes de Projetos de Inteligência Artificial para Tratamento de Água
Sistemas de Inteligência Artificial no tratamento de água exigem gerenciamento e supervisão constantes. Os gerentes de projeto de IA garantem que os algoritmos estejam funcionando corretamente, ajustam os parâmetros e mantêm a integridade dos dados de entrada. Além disso, colaboram com outros profissionais para assegurar que a IA seja integrada aos processos de tratamento e melhore continuamente a eficiência operacional.
Especialista em Cibersegurança de Infraestruturas de Tratamento
A Segurança Cibernética é um aspecto crítico à medida que as instalações de tratamento de água se tornam mais digitalizadas e conectadas. Os especialistas em Segurança Cibernética de infraestrutura de processamento protegem os sistemas contra ameaças cibernéticas. Trabalham para garantir a integridade e a confidencialidade dos dados e a segurança dos processos de tratamento, evitando interrupções ou sabotagens.
Fonte: Xylem.
Daqui para a frente
As competências e as habilidades requisitadas dos profissionais do setor de água daqui para a frente. Na opinião da coordenadora de Marketing da Bauminas, na Quarta Revolução Industrial, com base na alta tecnologia, diante de mudanças rápidas, disruptivas, inovações constantes e decisões rápidas e assertivas, ter gestão do conhecimento bem incorporada garante maior competitividade. “Fazer o básico bem-feito já é um diferencial. Ter o conhecimento desenvolvido e integrá-lo de forma estratégica à empresa para trazer resultados práticos. O profissional deve estar disposto a aprender, ser curioso e buscar superar os problemas. Saber se relacionar e entender as necessidades do outro” – menciona Paula.
Além das competências em Engenharia e Química, são necessárias habilidades em tecnologia digital, automação e análise de dados. “Os profissionais precisam ter proatividade e ser ágeis e capazes de aprender rápido para acompanhar as evoluções tecnológicas” – pontuam Rotolo e Castro, da EMEC Brasil.
O futuro das profissões no setor de tratamento de água e efluentes no Brasil está sendo moldado pela automação e pela Inteligência Artificial. “À medida que as tecnologias digitais se tornam predominantes, profissionais devem se adaptar e adquirir novas competências para enfrentar os desafios e as oportunidades que surgem. Aqueles que investirem na aprendizagem contínua e na atualização de suas habilidades estarão bem preparados para liderar e inovar” – enfatizam Rotolo e Castro.
“Quando entrei na universidade de Engenharia, as habilidades em Exatas eram essenciais aos profissionais. Ainda são úteis, mas a capacidade de calcular é desnecessária” – diz Julio, da Bentley. Desde a popularização dos computadores pessoais, em vez de calcularem, os engenheiros precisam entender melhor o problema e as soluções. “Nossos cérebros são muito ruins para calcular e prever comportamentos não lineares. Já, neste aspecto, os computadores são melhores e mais rápidos que nós. Isso será consolidado e cristalizado com as novas tecnologias” – avalia.
Competências técnicas desejadas dos profissionais atuais:
• Capacidade de análise, diagnóstico, prognóstico e de inovar, lidando com dados e informações complexas;
• Visão sistêmica, conectar os dados e correlacionar as ações e as consequências;
• Atualizar-se e qualificar-se constantemente;
• Ter paixão por resultados e inovação para gerar soluções de engenharia com impactos ambientais e socioeconômicos;
Fonte: Bentley.
Dimensão digital
A automatização e a digitalização trazem hoje mais eficiência, controle e qualidade aos serviços. Na Bentley Systems, segundo Julio, a iTwin Ventures oferece soluções e serviços de IA para operações e manutenção de transporte, como gestão de tráfego, segurança rodoviária e análise de mobilidade. Enquanto o iTwin Experience Embodied Carbon Assessment calcula e otimiza as emissões de carbono de projetos de infraestrutura com Inteligência Artificial e Aprendizado de Máquina para automatizar a elaboração de relatórios de carbono em minutos.
A plataforma iTwin exibe uma visualização holística dos ativos de infraestrutura. Os Gêmeos Digitais permitem acesso, leitura e utilização constante e contínua dos dados coletados. Ao aplicar técnicas de Aprendizado de Máquina e Inteligência Artificial, processam-se estes dados para virar informação crítica para engenheiros e operadores tirarem insights e decisões de engenharia, operação e manutenção. “O iTwin é um integrador de dados que torna-se um Gêmeo Digital para gerenciamento inteligente de ativos e centralizar todos os dados de sensores, capturas de realidade, informações de engenharia, modelos 3D para habilitar a Inteligência Artificial a auxiliar os operadores preverem ações de manutenção a fim de melhorar a qualidade dos serviços e reduzir o consumo energético e os impactos ambientais” – explica Julio.
Sonia Mucciolo, gerente de desenvolvimento de Negócios da Xylem, relata: “Para muitas concessionárias, como os dados ficam divididos entre sistemas que não se comunicam, pode ser difícil obter seu verdadeiro nível de eficiência operacional. A parceria entre Xylem e Idrica visa acelerar a transformação digital dos serviços públicos de saneamento ao eliminar esses silos de informações e revelar o verdadeiro valor dos dados.”
Para ela, digital se refere à tecnologia; e transformação, às pessoas que fazem parte do processo. A Xylem disponibiliza equipe global consultiva para atender a todos os mercados, inclusive o brasileiro, apta a apoiar e alavancar as concessionárias. “Desenvolver essas integrações e modelagens é bem complexo. Não faz sentido que cada concessionária tenha um time para criar uma solução ‘caseira’” – avalia.
Na opinião de Sonia, as concessionárias de águas devem desenvolver lideranças. “Sejam os altos executivos, sejam os gestores da companhia que gerenciem a pauta, fica claro o benefício dessa transformação, como agilidade e clareza na tomada de decisões, redução de água não faturada e satisfação do cliente” – menciona.
Deveriam ainda capacitar os usuários. “Capacitar os usuários a uma interface mais integrada, robusta, prática e amigável para operação para que suas atividades diárias fiquem mais leves” – conclui Sonia.
Contato das empresas
Bauminas: www.bauminas.com.br
Bentley Systems: www.bentley.com
Cultura Inglesa: www.culturainglesa.com.br
Emec Brasil: www.emecbrasil.com.br
Xylem: www.xylem.com