Tratamento de esgoto dá salto quântico rumo à preservação da água e ambiental

Todas as etapas do tratamento de esgoto, desde o pré-tratamento até as mais avançadas de polimento do efluente final, hoje automatizadas e digitais pela integração de inovações tecnológicas foi um avanço à sustentabilidade: reduzem o consumo de energia


Tratamento de esgoto dá salto quântico rumo à preservação da água e ambiental

Todas as etapas do tratamento de esgoto, desde o pré-tratamento até as mais avançadas de polimento do efluente final, hoje automatizadas e digitais pela integração de inovações tecnológicas foi um avanço à sustentabilidade: reduzem o consumo de energia e o desperdício de produtos químicos e alinham-se melhor aos padrões e normas ambientais. Essas novas tecnologias já aplicadas nas quatro etapas, preliminar, primária, secundária e terciária, monitoram mais preciso as condições de operação dos sistemas, aperfeiçoam os processos, tornam o tratamento de esgoto mais eficiente, melhoram a qualidade da água tratada e diminuem o impacto negativo no meio ambiente. “As etapas de tratamento de esgoto automatizadas e digitais fazem com que os processos sejam mais seguros” – pontua Guilherme Melaragno, coordenador de propostas da Allonda. 
A tendência é o uso de membranas. “A aplicação de membranas no tratamento de esgoto terá maior viabilidade técnica e financeira com a universalização do saneamento” – afirma Sibylle Muller, CEO da NeoAcqua. Para a empresa, que acompanha o crescente uso de tecnologias mais sofisticadas nos últimos anos no Brasil, o custo de implantação é maior que das tradicionais. “O maior custo compensa por vantagens de eficiência e facilidade de operação. Caso de lodos ativados com mídias plásticas, o MBBR/IFAS, que propicia eficiente tratamento do esgoto com menor área de ocupação” – avalia. 
Segundo ela, crescem também as estações compactas em Plástico Reforçado com Fibras de Vidro (PRFV), tanto em lodos ativados quanto em MBBR, sistemas pré-montados em fábrica. “Quando chegam às obras, estas estações requerem apenas interligar os vários módulos, o que traz mais agilidade e precisão na montagem, dentro das tendências de industrialização da construção e das premissas de Sustentabilidade Ambiental, Social e Governança Corporativa (ESG)” – relaciona Sibylle.

Alvo
Todas as etapas têm sido alvo de aprimoramento. “A busca por melhores níveis de qualidade e padrões ambientais mais rigorosos aperfeiçoam o tratamento de esgotos, maximizando sua eficiência” – diz Afonso Bosse, da engenharia de desenvolvimento da Ectas Saneamento.
De acordo com Bosse, o pré-tratamento do esgoto era apenas artifício para remover sólidos grosseiros por grades. “Novas tecnologias mais eficazes removem gordura e areia com sensores que detectam estes materiais e/ou equipamentos compactos que integram remoções de sólidos grosseiros, areias e gorduras em único equipamento” – explica.

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Tratamento de esgoto dá salto quântico rumo à preservação da água e ambiental

As partículas sólidas menores e abrasivas não removidas no tratamento preliminar são sedimentadas no tratamento primário. “Os processos físico-químicos avançaram tanto em equipamentos que auxiliam na floculação dos sólidos quanto nos produtos químicos, como os floculantes biodegradáveis” – comenta.
No tratamento secundário, Bosse explica que o volume a ser tratado deve possuir teores mínimos de sólidos, evitando abrasão nas peças internas dos reatores e obstrução de tubulações. “Essa preocupação justifica o aprimoramento das técnicas de tratamento preliminar e primário. O tratamento secundário, que degrada matéria orgânica biodegradável dos esgotos, também recebe melhorias contínuas com novas tecnologias” – menciona.
Os sistemas mais avançados, como lodos biológicos, vêm sendo aperfeiçoados há muito tempo para aumentar a eficiência na qualidade final e diminuir a área das estações. “As tecnologias derivadas dos lodos ativados, como leitos móveis do MBBR, reduzem a área de implantação dos tanques. A trajetória de evolução dos processos secundários expressa a procura de métodos que tornem as estações cada vez menores, com custos operacionais e energéticos reduzidos e alta performance na remoção dos poluentes” – relata.
Das enormes lagoas biológicas até hoje com estações compactas que utilizam meios suporte para aumentar a capacidade de tratamento sem aumentar o volume dos reatores. “As tecnologias mais atuais, que aplicam ar nos processos de tratamento, minimizam e praticamente extinguem a formação dos odores desagradáveis do esgoto, muito comuns nos sistemas anaeróbios” – ressalta Bosse. “O enfoque hoje é na gestão dos resíduos e economia de recursos por processos terciários avançados que fazem o polimento, removendo impurezas residuais no efluente tratado” – destaca.
O tratamento de esgotos continua sendo uma sucessão de operações. “São separações e processos que removem contaminantes e efluente tratado com qualidade para proteger a Saúde Pública e reúso em aplicações na indústria, agricultura e cidades” – afirma Marcus Vallero, gerente de desenvolvimento de negócios, soluções de reúso e waste-to-biogas da Veolia Water Technologies & Solutions.
O que motiva as indústrias hoje. “Os desafios atuais de redução da emissão de gases estufa, de maior eficiência energética e da produção de água tratada de alta qualidade motivam a indústria no desenvolvimento e aplicação de novas tecnologias e processos inovadores para atender a estes desafios” – aponta Vallero. 

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MBR
Em um Biorreator a Membranas (MBR), o tratamento combina lodos ativados e separação física por membranas de ultrafiltração. 
Maiores benefícios e mudanças com o uso de MBR: 
• Geração de água de reúso de alta qualidade substitui a água potável em usos menos nobres: descarga de vasos sanitários, irrigação e limpeza de torres de resfriamento; 
• Maior eficiência no tratamento, utiliza área bem menor que lodos ativados.
Fonte: General Water.

Etapas  
O tratamento de esgoto é crucial para a gestão ambiental e evolui com as tecnologias modernas. “Essas mudanças refletem a tendência de tratamentos de esgoto mais eficientes e sustentáveis com avanços tecnológicos que melhoram a qualidade da água tratada e preservam ecossistemas aquáticos com práticas ambientais responsáveis” – observa Thalita Flávio, da área comercial da Gmar Ambiental.
Ao seguir para a Estação de Tratamento, o esgoto passa primeiro pela separação líquida dos sólidos. As etapas dependerão do tipo de tratamento e da tecnologia escolhidos. O tratamento remove os poluentes, tornando a água do esgoto limpa para ser devolvida ao meio ambiente ou reutilizada. 

Pré-tratamento
O gradeamento é a primeira etapa do tratamento de esgoto. Grades ou peneiras simples ou mais sofisticadas removem os resíduos sólidos grosseiros, como papel higiênico, fraldas, restos de alimentos, roupas e calçados etc. Além da poluírem rios e corpos d’agua, podem danificar os componentes do sistema de tratamento. Esta separação inicial de objetos grosseiros agora se beneficia de grades automáticas e desarenadores avançados que otimizam a remoção de impurezas e simplificam as operações de manutenção. O esgoto é bombeado para um tanque de desarenação, onde os sólidos sedimentáveis, como areia e silte, se depositam no fundo do tanque.

Tratamento Primário
Nesta etapa, são removidos sólidos dissolvidos e materiais orgânicos. O esgoto é tratado com produtos químicos que coagulam e floculam os sólidos em suspensão. Decantadores primários separam os sólidos sedimentáveis e reduzem a acentuada carga orgânica. Os flocos são decantados por diferença de densidade e removidos do esgoto. 

Tratamento Secundário
Na sequência, o efluente passa por tratamento biológico aeróbio, nos tanques de aeração, ou anaeróbio, em reatores anaeróbios, onde são removidos os poluentes orgânicos restantes. O esgoto é tratado com bactérias que o transformam em gás carbônico e água. Sistemas modernos que incluem reatores biológicos de lodo ativado e leitos percoladores avançados remodelam o tratamento biológico cuja eficiência representa mudança notável nas práticas tradicionais. 

Tratamento Terciário
Esta etapa realizada com processos físicos, químicos ou biológicos é opcional e remove poluentes específicos, como nutrientes, metais pesados ou micróbios patogênicos. O processo pode passar ainda por uma segunda decantação após o tratamento biológico. Padrões ambientais mais rigorosos levou à filtração por membranas, aos processos de adsorção e à desinfecção avançada. Essas inovações visam atingir níveis de pureza que ultrapassam as exigências convencionais.

Desinfecção 
Dependendo da qualidade que se espera do efluente tratado, no final, é feito polimento, desde uma simples filtração e desinfecção para remover ou inativar microrganismos indesejados até uma osmose reversa. A substituição gradual do cloro por métodos mais eficazes, como raios ultravioleta e ozônio, é busca constante por desinfecção mais segura e ambiental consciente.

Remoção de nutrientes
O controle de nutrientes, peça-chave na prevenção da eutrofização, agora utiliza métodos biológicos avançados, caso da desnitrificação e processos específicos de remoção de fósforo. Em reator biológico com zona anóxica, a desnitrificação remove nitrogênio e tratamento biológico aeróbio do efluente onde a matéria orgânica é degradada.

Reúso 
Com a escassez de água, os sistemas de reúso de água ganham destaque com tecnologias inovadoras que permitem reutilização segura da água tratada em diversas aplicações para a sustentabilidade hídrica.

Lodo
O lodo é separado da água já tratada pelas membranas de ultrafiltração (UF). O desague aumenta o teor de sólidos e a disposição final para aterro ou compostagem.
Fontes: Allonda, General Water, Gmar e NeoAcqua.

Tratamento de esgoto dá salto quântico rumo à preservação da água e ambiental

Tratamento de esgoto dá salto quântico rumo à preservação da água e ambiental

Tecnologias ágeis
Cada fase do ciclo de tratamento de esgoto aperfeiçoada reflete o comprometimento do setor com práticas avançadas e responsáveis. “As etapas passam por metamorfose de integração tecnológica que torna o tratamento de esgoto alinhado aos desafios contemporâneos de gestão ambiental” – afirma Thalita, da Gmar.
Tecnologias avançadas que moldam o setor hoje e impactam positivo o tratamento de esgoto:

Monitoramento
• Dispositivos conectados com Internet das Coisas (IoT) monitoram remoto e coletam de dados em tempo real, identificando problemas para tomada de decisões rápidas.
• Monitoramento remoto e sensores avançados coletam dados relevantes, fornecendo insights precisos sobre as condições operacionais e a qualidade do efluente. Gestores tomam decisões informadas e antecipam potenciais problemas.

Automação
• Sistemas de Controle Distribuído (DCS) e de Automação Industrial gerenciam e controlam os processos de tratamento;
• Sensores online e instrumentação avançada medem parâmetros, como pH, oxigênio dissolvido, turbidez e concentrações de poluentes. Esses dados seguem para os sistemas de controle para ajuste das condições operacionais em tempo real;
• Os sistemas de controle regulam automático os níveis de água, o fluxo de esgoto e a dosagem de produtos químicos;
• Além de produtos químicos, algoritmos avançados e sistemas integrados controlam automático a taxa de aeração e a sedimentação;
• A dosagem automática garante aplicação precisa de agentes desinfetantes, coagulantes e produtos químicos no tratamento;
• Esse controle preciso otimiza o desempenho das unidades de tratamento e reduz a intervenção manual, aumentando a confiabilidade operacional. 

Filtração avançada
• No tratamento preliminar, peneiras dão lugar a filtros de banda com malha que restringem passagem de sólidos. Em alguns casos, esta tecnologia pode substituir a decantação primária; 
• Filtros de membranas avançados removem com eficiência sólidos suspensos, impurezas e microrganismos, melhorando a qualidade da água tratada; 
• Membranas de ultrafiltração e osmose reversa reduzem manutenções e oferecem alta eficiência na purificação da água e padrões de qualidade mais elevados aos efluentes;
• Para tratamento secundário e terciário, membranas de ultrafiltração são usadas tanto em sistemas com reator biológico quanto no polimento para produção de efluente tratado de alta qualidade; 
• As tecnologias de separação avançadas são mais eficazes em remover contaminantes, garantindo efluente mais limpo em conformidade com as regulamentações ambientais;
• Reatores Anaeróbios de Manto de Lodo Granular (UASB) são mais sustentáveis na remoção de matéria orgânica e na produção de biogás;
• Oxidação avançada, como ozonização e peroxidação, degradam poluentes persistentes;
• Oxidação avançada e membranas removem contaminantes emergentes; 
• Tecnologias que recuperam nutrientes valiosos, como fósforo e nitrogênio, para uso em fertilizantes. 

Controle inteligente de energia
• A eficiência energética tornou-se prioridade nas instalações de tratamento de esgoto. Controle inteligente monitora e ajusta o consumo elétrico com base na demanda real, reduzindo desperdícios com práticas sustentáveis. A integração de fontes de energia renováveis ganha destaque pela autossuficiência e redução da pegada de carbono.
Digital
• Telemetria coleta dados de várias estações de tratamento de esgoto para os operadores que monitoram e controlam remotos de locais centralizados as instalações; 
• Inteligência Artificial (IA) e Machine Learning (ML) fazem análise preditiva, diagnóstico de falhas, otimização de processos, identificação de problemas e previsão de demanda para a gestão mais eficiente das instalações de tratamento;
• Por meio da Realidade Aumentada e da Manutenção Preditiva, operadores e técnicos visualizam informações críticas, antecipam falhas potenciais e executam intervenções corretivas de modo proativo, reduzindo períodos de inatividade e custos operacionais;
• Ferramentas de simulação e de integração de projetos de saneamento com outras disciplinas, como o BIM, propiciam apresentação de projetos com maior assertividade.   
Fontes: Alphenz, Gmar, NeoAcqua e Veolia.

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Mão de obra apta
Cresce o número de equipamentos que atuam nas estações mais modernas em relação às ETEs com tecnologias tradicionais e em obsolescência. É preciso qualificar a mão de obra operacional à medida que as tecnologias de tratamento se aperfeiçoam. “Controlar, operar e monitorar maior número de equipamentos é mais complexo e demanda maior atenção. Em projetos de grande escala, é preciso centralizar em supervisórios por meio de softwares modernos com potencial para organizar dados e produzir informações que auxiliem na tomada de decisão para controles de processos” – analisa Bosse, da Ectas. 
Muita tecnologia pode ser agregada às estações de tratamento, principalmente nas descentralizadas, ETEs de uma região que precisam ser controladas remoto. “A telemetria coleta de dados de vários sensores e transmite aos centros de processamento e análise de dados, resumindo em dashboards as informações sobre equipamentos e qualidade do tratamento” – diz Bosse.
Ao medir vários parâmetros do processo, o sistema automatizado controla o correto funcionamento das ETEs. “O monitoramento e a operação remota, antes muito caros, hoje, já têm viabilidade técnico-financeira, otimizando custos. Nos projetos da NeoAcqua, o nível de abrangência, sofisticação e integração com outros softwares de automação depende da necessidade e exigência de cada cliente” – assegura Sibylle. 
É veloz implantar as estações compactas que otimizam várias unidades de tratamento. “O monitoramento remoto vem somar no controle simultâneo de várias estações de tratamento, otimizando a quantidade e o tamanho das equipes de controle e de operação” – ressalta.
As informações recebidas pelas equipes sobre o funcionamento e o desempenho de cada estação são contínuas. “As equipes conseguem direcionar, de modo assertivo, deslocamentos e serviços, economizando com mão de obra e despesas, e otimizar a quantidade de insumos usados no tratamento” – menciona Sibylle.
“A automação e a digitalização das etapas de tratamento de esgoto aumentam a precisão do tratamento” – destaca Vallero. Uma plataforma da Veolia, que ampara soluções tecnológicas proprietárias, monitora o desempenho dos serviços para maximizar a eficiência e obter economia aos clientes industriais, municipais e comerciais. “O Hubgrade faz análises preditivas para identificar anomalias que reduzem a permeabilidade do sistema de membranas, facilitando a manutenção preventiva e diminuindo os custos operacionais” – ilustra. 
Por meio de sensores, controladores e atuadores, os sistemas projetados e operados pela General Water assistem remoto o tratamento. Da sua Central Operacional, acompanham e controlam o funcionamento de bombas, válvulas etc., verificam o status da operação e monitoram a pressão transmembrana (TMP), além de tanques e reservatórios. “A automação dos sistemas aumenta a qualidade, a estabilidade e a confiabilidade da operação, contribuindo para sua melhoria contínua” – afirma a engenheira ambiental Élida Drongek, gerente de vendas da empresa.
Para a GW, a atuação remota é extremamente importante, mas não substitui seus operadores em campo. “Os operadores em campo realizam todas as intervenções e as ações necessárias, fazem análises de acompanhamento do efluente, do lodo e da água de reúso e garantem a conservação e a manutenção de todo o sistema” – enfatiza Élida. 

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Gradeamento
O gradeamento remove resíduos sólidos grandes, como fraldas, papel higiênico, restos de alimentos e roupas e calçados, mostrando que há volume muito alto de lixo ainda jogado nos rios. A eficácia do gradeamento depende da qualidade e do tipo de gradeamento e do comportamento dos usuários em relação ao descarte adequado de resíduos. Entretanto, alguns materiais escapam do gradeamento, poluindo rios e corpos d’água. “Dados sobre os volumes de poluição do escape de resíduos sólidos no gradeamento variam de um local para outro e dependem das práticas de gestão de resíduos, infraestrutura de tratamento e conscientização da população” – explica Emílio Bellini, diretor da Alphenz.
“Infelizmente, o alto volume de poluição e de resíduos descartados de modo incorreto alcançam os corpos d’águas no Brasil e, ao final, desembocarão nos oceanos” – alerta Élida, da General Water.
Nas ETEs de municípios, o gradeamento retém uma série de resíduos sólidos grandes: 
• Papéis, plásticos, restos de alimentos, roupas, calçados, cigarros, fraldas, absorventes e todo tipo de lixo descartado incorretamente pela população nas pias, vasos e ralos ou carreado pelas chuvas até as estações. 
Dados da Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema) advertem: 
• O Brasil descarta 2 milhões de toneladas/ano de resíduos sólidos no mar:
• 10% dos 25 milhões de toneladas/ano da poluição que atinge os oceanos no mundo.
Fonte: General Water.
O gradeamento retém sólidos grosseiros na entrada do esgoto em uma ETE. “Estima-se que o volume de sólidos grosseiros retidos no tratamento preliminar nas ETEs seja de 0,025 L/m³ de esgoto afluente. Resíduos maiores, como móveis e roupas, descartados incorretos poluirão rios, cursos d’água e galerias de esgoto por onde escoam até as estações” – informa Bosse, da Ectas.
O acúmulo destes materiais nos corpos hídricos provocam assoreamento e obstruções no fluxo da água, prejudicando sistemas de coleta e aumentando enchentes e inundações. “Essa prática da população exige frequentes ações de limpeza e desobstrução de córregos e canais. Investimentos em Educação Ambiental são as únicas medidas capazes de reduzir esses descartes, mesmo que em médio a longo prazo” – indica Bosse.
Embora não haja números específicos, pode-se investir em ações que revertem ou reduzem lixo nos rios e corpos d’água: 
• Gradeamento avançado que capture maior quantidade de resíduos sólidos, inclusive de tamanhos menores;
• Conscientização Pública sobre descarte adequado de resíduos e uso de lixeiras apropriadas, desencorajando descarte de materiais impróprios nas redes de esgoto;
• Gestão de resíduos sólidos que impeça o descarte inadequado de itens, como fraldas e roupas, além de coleta seletiva, reciclagem e descarte adequado em aterros sanitários;
• Reforçar fiscalização e implementar regulamentações que proíbam o descarte inadequado nas redes de esgoto, com penalidades para quem não cumprir as normas e legislações;
• Tecnologias para recuperar resíduos sólidos do esgoto, como filtragem avançada.
Fonte: Alphenz.
É necessária a parceria entre governos, setor privado e sociedade para executar medidas eficazes e sustentáveis com o objetivo de preservar a saúde dos recursos hídricos. “Reverter a poluição nos rios causada pelos resíduos sólidos exige aprimoramento da infraestrutura, da educação ambiental e das mudanças comportamentais” – pontua Thalita, da Gmar.
A poluição dos rios obstrui as redes de coleta e reflete a falta de sistemas de tratamento de esgoto. “A remoção de resíduos grosseiros é básica em qualquer sistema de tratamento de esgoto e não requer tecnologias complexas. Além de conscientizar a população, será preciso implementar as políticas de universalização da coleta e tratamento do esgoto” – aponta Sibylle.
Educação e conscientização são essenciais para informar que não se deve jogar resíduos sólidos na água de córregos e rios. “Infraestrutura adequada para remover resíduos sólidos e fiscalização do setor público são importantes para desmotivar a população a usar as redes coletoras de esgotos como meio para descarte” – alerta Vallero, da Veolia. 
A rigor, para Vallero, a primeira etapa de uma ETE municipal é instalada em nossas próprias casas. “Uma simples peneira instalada em nossas pias de cozinha e áreas de serviço contribui sobremaneira para as plantas de tratamento na redução destes contaminantes” – ilustra. 
O gradeamento remove resíduos sólidos que causam problemas operacionais e ambientais. “Ainda há volume significativo de resíduos sólidos que escapam do gradeamento lançados nos rios. Além de orientar a população, é preciso investir em tecnologias mais eficientes de gradeamento” – adverte Melaragno, da Allonda.
A Abrema sugere soluções para frear o problema: 
• Investigação das fontes de poluição, suas origens e extensão;
• Iniciativas de baixo custo adaptadas que possam ser replicadas em todo o País;
• Consistência na investigação periódica das avaliações de uma mesma área.
Por último, reduzir o descarte irregular, aumentar a reciclagem dos materiais e reaproveitar os resíduos.
Fonte: General Water.

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Membranas
As concessionárias começam a adotar as membranas pelo tratamento mais eficaz e enxuto que gera somente 5% de lodo. “É cada vez mais comum o uso de membranas no tratamento de esgoto pelos diversos benefícios comparadas aos métodos tradicionais” – afirma Emílio Bellini, da Alphenz.
Sua barreira física impede passar partículas e microrganismos e remove poluentes bem pequenos não retirados pelos métodos tradicionais. “As membranas para tratamento de esgoto produzem 5% de lodo comparadas aos 50% a 70% dos métodos tradicionais, o que reduz custos de disposição e impactos ambientais” – compara Melaragno, da Allonda.
As membranas são dimensionadas para atuar sob teores mais concentrados de lodo. “Há menor descarte de lodo excedente e não necessariamente a menor produção de lodo” – esclarece Bosse, da Ectas. 
O tratamento de esgoto passa por transformação com a adoção das membranas. “Essa tecnologia emergente demonstra eficácia notável e vantagens expressivas com potencial de revolucionar o processo tradicional” – destaca Thalita, da Gmar. A introdução de membranas no tratamento de esgoto é avanço eficaz. “Molda o futuro do tratamento de esgoto dentro da eficiência operacional e ambiental. À medida que mais concessionárias abraçam essa inovação, espera-se transição gradual para tratamentos mais modernos que preservam os recursos hídricos” – enfatiza Thalita.

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Nas áreas urbanas, o tratamento de esgoto com membranas é feito em espaço bem menor. “As membranas reduzem também os custos do tratamento de esgoto” – aponta Melaragno.
A área do MBR é duas até três vezes menor que a de um sistema convencional. “Os sistemas MBR são o Estado da Arte para tratamento de esgoto. Usados em larga escala no mundo, são mais eficientes, geram menos lodo e entregam esgoto tratado, atendendo aos mais restritivos padrões de lançamento” – pontua Élida, da General Water. Além disso, produzem água de reúso de alta qualidade, com baixa turbidez (<1 NTU) e segura. A abertura do poro da membrana impede passagem de vírus, bactérias e outros microrganismos.
Algumas razões das membranas serem consideradas mais eficazes:
• Altamente eficientes na remoção de partículas, sólidos suspensos e microrganismos, fazendo tratamento mais completo da água;
• Vantajosa redução de lodo para gestão de resíduos sólidos que facilita sua disposição final comparada aos métodos tradicionais;
• Qualidade de água tratada melhor e mais consistente devido à sua barreira física mais eficaz contra contaminantes;
• Sistemas compactos e modulares que ocupam menos espaço em instalação mais flexível em áreas urbanas densas;
• Utilizado como terciário, seu tratamento avançado remove adicional de poluentes, como nutrientes, patógenos e substâncias químicas específicas;
• Sua operação contínua e automatizada executa controle mais preciso do tratamento;
• Algumas tecnologias de membranas permitem recuperação de água de alta qualidade e a concentração de nutrientes valiosos, visando práticas mais sustentáveis.
Fonte: Alphenz.
Na opinião de Sibylle, da NeoAcqua, os sistemas que usam membranas para tratamento de esgoto são soluções confiáveis e adequadas quando os parâmetros de qualidade final mais exigentes do que os usuais, caso de reúso ou descarte do efluente em áreas de proteção ambiental. 
A escolha entre tecnologias depende das características e condições do local e dos requisitos regulatórios. “A escolha ideal dependerá das necessidades e circunstâncias de cada estação de tratamento de esgoto. O investimento inicial e os custos operacionais podem variar” – diz Bellini, da Alphenz. 
O tratamento de esgoto com MBR combina processos biológicos convencionais e separação por membranas. “Apesar de ser uma evolução dos métodos convencionais de tratamento, seu elevado custo inicial pode ser uma barreira para uso em larga escala no País” – analisa Bosse.
Para a realidade brasileira, segundo Sibylle, esbarram no custo de aquisição e manutenção, nos casos em que os convencionais, menos onerosos, atendem aos requisitos ambientais. “Outras tecnologias, antes muito caras, como o MBBR/IFAS, são, hoje, acessíveis no Brasil, devido ao barateamento das mídias plásticas e das vantagens operacionais, inferindo-se que o uso de membranas no tratamento de esgoto seja uma tendência” – avalia.
As concessionárias no País já utilizam as membranas no tratamento de esgotos há mais de dez anos. A primeira aplicação do Brasil foi na EPAR Capivari 2, da Sanasa, em Campinas. “Esta planta, em operação desde 2011, será ampliada para 540 L/s. Hoje, trata 360 L/s, protegendo o Rio Capivari. Entrega efluente tratado com DBO < 5 mg/L e ausência de coliformes termotolerantes e parasitas em 100% das amostras. O que comprova que a tecnologia de membranas é muito segura para oferecer água limpa e sem riscos sanitários” – enfatiza Vallero, da Veolia.
O peneiramento fino deixa estável a operação de MBR que trata esgoto doméstico. Na Sanasa Capivari 2, o efluente peneirado passa por caixas separadoras de areia antes de ir para os biorreatores. Esse pré-tratamento tem gerado efluente livre de detritos, cabelos, fiapos e areia, prejudiciais ao desempenho do sistema de membranas. Na última década, foram implantadas a Sabesp de Campos do Jordão e a de Mairiporã, a Sanasa EPAR Boa Vista, entre outras. “Tanto em Campos do Jordão quanto em Campinas, as membranas instaladas operam há mais de 10 anos com economia e contribuem na despoluição de rios” – afirma. As membranas tendem a ser ainda mais aplicadas. “Os recentes avanços permitem desenhos de reatores biológicos mais otimizados, com custos de implantação e operação mais baixos do que os sistemas que hoje operam no Brasil” – revela Vallero. 

Tratamento de esgoto dá salto quântico rumo à preservação da água e ambiental
 

Contato das empresas
Allonda:
www.allonda.com
Alphenz: www.alphenz.com.br 
Ectas Saneamento: www.ectas.com.br 
General Water: www.generalwater.com.br
Gmar Ambiental: www.gmarambiental.com.br
NeoAcqua: www.neoacqua.com.br 
Veolia Water: www.veolia.com 

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