Em um evento repleto de inovação e reconhecimento global, a Bentley Systems, empresa líder em software de engenharia de infraestrutura, anunciou e premiou os vencedores do Going Digital Awards 2024. A cerimônia ocorreu durante o Year in Infrastructure, nos dias 8 e 9 de outubro de 2024, em Vancouver, Canadá. O prêmio anual celebra o trabalho de profissionais de infraestrutura e o uso inovador de softwares da Bentley para transformar a forma como a infraestrutura é projetada, construída e operada.
Um dos grandes destaques foi a vitória da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo - SABESP - na categoria Água e Esgoto, com o projeto Integra 4.0. Pioneiro, o projeto integra dados de abastecimento de água, esgoto e saneamento em um único ambiente digital, utilizando inteligência de negócios e Inteligência Artificial (IA) para monitoramento e manutenção proativos. 
Em apenas sete meses, a solução digital economizou aproximadamente R$ 3,1 milhões em manutenção corretiva e reduziu as perdas de água em 29%. Além disso, o projeto contribuiu significativamente para a sustentabilidade, reduzindo as emissões de carbono e economizando 2.800 horas de trabalho em campo.
A Bentley Systems reconheceu o projeto da SABESP como um exemplo de inovação e eficiência que pode servir de modelo para outras empresas de saneamento ao redor do mundo. “O projeto destaca-se como um marco na digitalização do saneamento, promovendo uma gestão mais eficiente e sustentável dos recursos hídricos”, afirmou Kristin Fallon, diretora de marketing da Bentley Systems.

Reconhecimento Global
Neste ano, a Bentley Systems recebeu 250 inscrições de projetos de 36 países. Dentre os 36 finalistas, 12 projetos foram premiados em diferentes categorias. “Recebemos uma variedade impressionante de inscrições para o Going Digital Awards, apresentando projetos que exemplificam o futuro da infraestrutura”, disse Fallon. “Celebramos as extraordinárias conquistas de nossos finalistas e vencedores, que demonstram a importância da digitalização de todo o ciclo de vida da infraestrutura.”

Sobre a Bentley Systems
A Bentley Systems (Nasdaq BSY) é uma empresa de software de engenharia de infraestrutura, que fornece soluções inovadoras para promover a infraestrutura mundial sustentando a economia global e o meio ambiente. Com mais de 5.200 funcionários, a organização gera receitas anuais de mais de 1 bilhão de dólares em 194 países, auxiliando profissionais e empresas de todos os tamanhos a projetar, construir e operar infraestrutura crítica.
Os eventos Year in Infrastructure 2024 e Going Digital Awards destacaram a importância da digitalização e da inovação contínua para enfrentar os desafios globais de infraestrutura, promovendo um futuro mais sustentável e resiliente para todos.

Bentley sob nova direção 
Nicholas Cumins assumiu o cargo de Chief Executive Officer (CEO) da Bentley Systems em 1º de julho de 2024, sucedendo Greg Bentley, o mais velho dos cinco irmãos que fundaram a empresa. Com sólida carreira na organização, na qual atuou como COO – Chief Operating Officer - Cumins é o primeiro CEO na história de 40 anos da companhia que não faz parte da família Bentley, um marco significativo no desenvolvimento da empresa.
Cumins destacou a importância da resiliência da infraestrutura, especialmente em um momento crítico para os setores de infraestrutura. Enfatizou que as soluções digitais gêmeas impulsionadas por IA estão transformando a maneira como as organizações monitoram a saúde de estradas, pontes, barragens, redes de água e torres de telecomunicações. 

Nicholas Cumins, Chief Executive Officer (CEO) da Bentley Systems
A Bentley Systems, conhecida pelas inovações em software de engenharia de infraestrutura, está na vanguarda da transformação digital com suas soluções de gêmeos digitais impulsionadas por IA. Cumins ressaltou que cada proprietário-operador no mundo está buscando uma maneira mais simples e eficaz de entender a condição de seus ativos, e as soluções da Bentley estão desbloqueando o valor dos dados ao longo do ciclo de vida da infraestrutura.
A transição para a liderança de Cumins ocorre em um momento crítico para os setores de infraestrutura, com um investimento massivo em projetos e empregos pós-pandemia. O executivo acredita que a capacidade de superar as limitações de talentos escassos será crucial para alcançar as metas globais de sustentabilidade e adaptar infraestruturas envelhecidas aos efeitos das mudanças climáticas.
A visão de Cumins sobre o futuro da infraestrutura é centrada na criação de ecossistemas de dados abertos e flexíveis, que permitam a integração e o compartilhamento seguro de informações entre sistemas e partes interessadas. Ele enfatiza que a infraestrutura do futuro deve ser colaborativa e baseada em dados, destacando a importância de desbloquear o valor dos dados disponíveis para enfrentar os desafios que se avizinham. 
Cumins também menciona que, embora haja uma demanda crescente por infraestrutura resiliente, existe uma escassez de engenheiros qualificados e uma falta de insights a partir dos dados coletados. O CEO acredita que a chave para avançar nos próximos 40 anos é garantir que os dados sejam utilizados de maneira eficaz, permitindo que as organizações mantenham o controle sobre suas informações. 
Além disso, destaca a importância da inteligência artificial (IA) como uma mudança de paradigma que pode melhorar os resultados na construção e operação de infraestruturas, promovendo designs mais sustentáveis e sistemas mais confiáveis. Cumins conclui que “as decisões tomadas hoje moldarão o futuro da infraestrutura, enfatizando a necessidade de um compromisso com a inovação e a sustentabilidade”. 

Principais pontos da apresentação de Nicholas Cumins no Prêmio Bentley 2024
• Inovação na Infraestrutura: Cumins destacou a importância da inovação contínua na infraestrutura, mencionando como a tecnologia evoluiu de 2D para 3D e agora para gêmeos digitais e IA;
• Impacto da IA: A inteligência artificial está transformando todos os setores, incluindo a infraestrutura. A Bentley Systems está investindo em IA para prever manutenção e melhorar a eficiência;
• Desafios Atuais: Há uma crescente demanda por infraestrutura resiliente, mas uma escassez de engenheiros qualificados. A solução está em otimizar a infraestrutura existente;
• Exemplos de Projetos: Além da SABESP, foram citados o programa Bridging Kentucky e a estação hidrelétrica de Ohio Falls, que usaram tecnologia da Bentley para acelerar processos e reduzir custos;
• Parcerias e Interoperabilidade: A Bentley Systems valoriza a abertura e a interoperabilidade, permitindo a integração de diferentes fontes de dados e ferramentas, como na parceria com o Google.
Essas diretrizes mostram como a Bentley Systems está na vanguarda da inovação em infraestrutura, utilizando tecnologia avançada para enfrentar os desafios do setor.

Desafios e soluções para a gestão da água 
Gregg Herrin, vice-presidente de infraestrutura hídrica da Bentley Systems, apresentou um panorama abrangente sobre o papel da água na criação de comunidades sustentáveis durante a sessão de Infraestrutura da premiação. Com uma carreira iniciada na Bentley em 2004, após a aquisição da Haestad Methods, destacou a importância de utilizar tecnologias modernas para enfrentar os desafios do setor de recursos hídricos.
Gregg sublinhou a necessidade urgente de melhorar o desempenho dos ativos de água e saneamento, considerando que muitas infraestruturas estão envelhecendo. “Precisamos descobrir como aumentar a eficiência e estender a vida útil desses ativos importantes,” afirmou. Ele ressaltou que, enquanto bilhões de pessoas ainda não têm acesso à água potável, é crucial entregar projetos que atendam a essas necessidades básicas, apoiando o crescimento de cidades e economias.
Os desafios familiares incluem pressões regulatórias crescentes, expectativas públicas e custos em ascensão. “Com as mudanças climáticas, fortalecer a resiliência dos sistemas de água se torna ainda mais desafiador,” disse Gregg, mencionando o aumento da frequência e duração das secas, bem como o risco de elevação do nível do mar e tempestades severas.
Para enfrentar esses desafios, argumentou que a modernização é a única opção viável. “Usar gêmeos digitais alimentados por IA facilita loops de tecnologia interconectados, onde cada parte do ciclo de vida do ativo influencia o próximo,” explicou. Isso garante que as decisões sejam tomadas de forma abalizada e que os investimentos sejam feitos com maior precisão, tanto acima quanto abaixo do solo.
Durante a sessão foram discutidos vários projetos hídricos, incluindo três finalistas de uma seleção de trinta. Entre eles, o projeto de Pequim, que integra o abastecimento de água municipal e industrial, chamou a atenção por sua capacidade de atender tanto às necessidades econômicas quanto às residenciais. “Uma boa combinação de serviço público e privado,” comentou Gregg.
Outro destaque foi o projeto LMT, que visa fornecer acesso à água para uma população significativa, melhorando a educação e o crescimento econômico. “É incrível ver a diferença que isso faz na vida das pessoas,” disse Gregg, ressaltando o impacto positivo quando as pessoas não precisam mais se preocupar em obter água.
O executivo também mencionou os desafios enfrentados pela SABESP no Brasil, onde a infraestrutura existente precisa de melhor integração de dados para aprimorar as operações e o atendimento ao cliente. “As cidades têm toda essa infraestrutura existente, mas precisam transformar esses silos de dados em algo que lhes permita usá-los melhor,” explicou. Ele destacou a importância de obter melhores informações e insights para melhorar a engenharia, as operações e a manutenção.
Encerrando a sessão, Gregg enfatizou a importância da inovação no setor de água. “Desde usinas de dessalinização até grandes cidades que tentam modernizar seus sistemas, a inovação pode ajudar em todas essas áreas diferentes,” concluiu. A diversidade de projetos discutidos mostrou como diferentes abordagens podem enfrentar os complexos desafios globais de acesso à água.
Gregg e os outros participantes da sessão deixaram claro que, apesar dos desafios significativos, a aplicação de tecnologias modernas e a inovação contínua são fundamentais para garantir um futuro sustentável e resiliente para todos.

A vitória da SABESP e o impacto no saneamento
O prêmio da SABESP foi fruto de uma inteligente soma de esforços congêneres que resultaram num projeto único, com maior alcance e escala. Douglas Couri Junior, representando os projetos de Pedro Kayo Duarte e Diego César Corte na final da competição, destacou a inovação e os desafios superados pela SABESP ao implementar o Integra 4.0 e outros projetos na área de saneamento.
Douglas explicou que a inscrição da SABESP foi baseada em quatro projetos principais, sendo um deles o Integra 4.0, que incorpora tecnologias da indústria 4.0, incluindo dados em nuvem e inteligência artificial. “Unificar os dados de diferentes áreas em uma plataforma única para a tomada de decisões em tempo real foi um dos maiores desafios,” comentou, salientando que essa integração permitiu melhorar a governança dos dados, crucial para o sucesso do projeto.

A combinação de inteligência de negócios com IA permitiu à SABESP monitorar proativamente o sistema de água e esgoto, detectando problemas antes que impactem os consumidores. “Com as ferramentas Bentley, podemos monitorar o sistema em tempo real e prever problemas”, disse Douglas. Acrescentou que essa abordagem tem sido fundamental para melhorar a eficiência operacional e a imagem da companhia como um todo.
Sobre o uso de software de modelagem e análise hidráulica, destacou a importância da fidelidade das informações. “Nosso departamento de engenharia se preocupa muito com a verificação rigorosa dos dados, o que garante a credibilidade dos estudos,” afirmou, mencionando que a precisão dos modelos é essencial para a tomada de decisões eficazes e para a implementação de melhorias no sistema de abastecimento.
Além disso, a redução das perdas de água foi um marco significativo. Douglas destacou que a modelagem e a utilização de software ajudaram a reduzir 29% das perdas aparentes, monitorando em tempo real o consumo e identificando áreas críticas para intervenção. “Isso nos permite tomar ações corretivas antes que a situação afete os consumidores,” explicou.
Para o futuro, a SABESP planeja expandir o Integra 4.0 para outras unidades de negócio e áreas como coleta de lixo e gestão energética. “O conceito de trabalho do Integra 4.0 pode ser aplicado em diversos setores,” afirmou. Douglas ressaltou que a aplicação de tecnologias da indústria 4.0 pode revolucionar a gestão operacional em várias áreas, trazendo benefícios significativos em termos de eficiência e sustentabilidade.
O uso de dados em tempo real mudou a dinâmica de tomada de decisão, tornando-a mais rápida e eficaz. “Antes, tínhamos reuniões mensais para discutir os dados; agora, nossos indicadores vêm em tempo real, permitindo decisões imediatas,” explicou. Essa mudança agilizou significativamente os processos e melhorou a resposta aos problemas do sistema.

Por dentro do Projeto Integra 4.0: Inovação digital, economia de milhões em manutenção e redução das emissões de carbono
Um dos grandes trunfos do Projeto Integra 4.0 é apresentar benefícios mensuráveis em diversas frentes de grande relevância para o saneamento e infraestrutura. Douglas elencou a redução das emissões de carbono como um ganho adicional do monitoramento e das ações de forma proativa. “Monitorar o sistema em tempo real permite tomar decisões mais eficientes, sem a necessidade de deslocamento de equipes, o que reduz as emissões de carbono. E reduzindo as perdas de água, também diminuímos as emissões em todas as etapas do tratamento e distribuição,” explicou. “Isso reflete o compromisso da SABESP com a sustentabilidade e a eficiência energética”.
A SABESP desenvolveu o projeto Integra 4.0 para garantir o acesso confiável à água potável em 375 municípios de São Paulo, criando um modelo de gerenciamento operacional que combina inteligência de negócios com IA, para monitoramento e manutenção da rede de forma proativa. Isso possibilita identificar e resolver rapidamente problemas no sistema de abastecimento de água, esgoto e saneamento, integrando todos os dados em um único ambiente digital.
Diante dos desafios de uso do solo, técnicos e de coordenação em curto prazo, a SABESP adotou os aplicativos OpenFlows para desenvolver uma abordagem sistêmica integrada. Com isso, conseguiu modelar o projeto hidráulico e monitorar vazamentos e desperdício de recursos, possibilitando um gerenciamento preciso e eficiente desses aspectos e a manutenção assertiva da infraestrutura da rede.
O estabelecimento de um ambiente de dados aberto e conectado, já resultou na redução de 29% nas perdas de água. E no período de sete meses, a solução digital economizou aproximadamente R$ 3,1 milhões em manutenção corretiva, alcançando redução de 30% nos serviços corretivos e economizando 2.800 horas de trabalho em campo. Além disso, a redução das emissões de carbono proporcionou uma gestão mais sustentável e eficiente dos recursos hídricos.

Projeto Integra 4.0 da SABESP, vencedor do Going Digital Awards 2024 na categoria Água e Esgoto
Líder do projeto intitulado “Análise do Sistema de Interceptação Parque Novo Mundo para Receber Obras do Integra Tietê”, um dos quatro módulos que contribuíram para a vitória da SABESP, o Tecnólogo em Hidráulica Pedro Kayo Duarte Arashiro foi um dos destaques nas divulgações dos finalistas. 
No cerne do projeto, Arashiro revelou como a combinação de inteligência de negócios com IA está revolucionando o monitoramento da rede de água e esgoto. “Com a predição de eventos críticos, podemos indicar chuvas que geram afogamento nas linhas coletoras e resultam na perda de esgoto,” explica.
O software utilizado, SewerGEMS da Bentley, é descrito como amigável e adequado para simulações complexas, desde instalações de conduto livre, até condições de afogamento e estações elevatórias de esgoto com condutos forçados.
Arashiro destaca que a SABESP pretende ampliar a área modelada e otimizar as instalações, além de intensificar o monitoramento de parâmetros nas redes de saneamento. “Isso aprimora o modelo hidráulico, detecta ocorrências operacionais com maior agilidade e facilita a tomada de decisões,” acrescenta.
A democratização do acesso aos modelos hidráulicos e dados de campo através de gêmeos digitais é outro objetivo chave, visando melhorar a compreensão do sistema operacional e prevenir problemas. “O uso de modelos hidráulicos permite resoluções mais inteligentes, econômicas e seguras,” afirma.
O Integra 4.0 pode ser expandido para outras regiões do Brasil e outros serviços públicos, além da água. “Integrar dados e simular o comportamento operacional é essencial em qualquer local. Isso melhora a qualidade dos serviços e garante a satisfação dos clientes,” ressalta Arashiro. A iniciativa está alinhada com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 11 da ONU, que visa cidades e comunidades sustentáveis. “Este projeto não apenas reflete a inovação tecnológica, mas também o compromisso com a eficiência e a sustentabilidade na gestão de recursos hídricos”, finaliza.

O engenheiro Diego César Corte desenvolveu outro módulo que contribuiu para a vitória na premiação, o projeto “Implantação e Operação de Sistema de Gestão Operacional no Município de Guarujá”. O sistema foi implementado no distrito de Vicente de Carvalho e utiliza o WaterSight, uma ferramenta que integra dados de sensores remotos (pressão, vazão e nível), GIS e dados operacionais e comerciais.
Corte explica: “O objetivo foi monitorar em tempo real o sistema de abastecimento de água, identificando rapidamente problemas como vazamentos e falhas nos equipamentos, e, assim, melhorar a eficiência e a operação do sistema.” Essa abordagem proativa permite uma gestão mais eficaz dos recursos hídricos, garantindo a entrega de água de qualidade aos residentes.
O projeto tem sido fundamental para melhorar a operação do sistema de abastecimento de água no Guarujá, destacando-se pelo uso de tecnologia avançada e integração de dados para otimizar a gestão operacional.

Desafios Técnicos na Implementação do Integra 4.0
Maycon Rogério de Abreu, titular da Superintendência Centro da SABESP, foi representado na premiação por José Hermínio da Silva Filho, gerente de departamento da Operação Centro, e trouxe uma abordagem detalhada sobre as dificuldades e soluções do projeto Integra 4.0.
Os principais desafios técnicos enfrentados pela SABESP ao implementar o projeto Integra 4.0 envolveram a confiabilidade dos dados, infraestrutura e capacitação de mão de obra. Segundo José Hermínio, “O Integra 4.0 foi idealizado para agilizar o acesso a dados confiáveis e centralizar informações estratégicas.” Um dos primeiros problemas enfrentados foi a consolidação de dados de diversos sistemas em um único ambiente, processo que exigiu a colaboração de mais de 40 líderes para examinar mais de 80 sistemas.

Outro desafio significativo foi a definição de uma infraestrutura robusta para armazenar e gerenciar os dados em tempo real. “Organizamos uma estrutura de servidores capaz de suportar o acesso simultâneo de várias áreas, garantindo rapidez e segurança,” explicou Hermínio. Além das questões técnicas, a adaptação cultural e o treinamento da equipe foram essenciais. “Investimos em treinamento e incentivamos uma cultura de inovação e adaptação,” ressaltou.
A combinação de inteligência de negócios com IA no Integra 4.0 proporciona à SABESP um monitoramento preciso e proativo das redes de água e esgoto. “Soluções avançadas como Hidrometria 4.0 e Esgoto 4.0, além de tecnologias de monitoramento inteligente, fornecem uma visão abrangente das operações,” disse Hermínio. O sistema WaterSight permite modelar a hidráulica em tempo real, identificando potenciais vazamentos e atuando preventivamente.
A SABESP utiliza os softwares SewerGEMS e o WaterGEMS da Bentley, para modelagem das redes de esgoto e abastecimento de água, respectivamente. “Esses softwares oferecem recursos robustos para análise hidráulica e hidrológica, permitindo simular condições de operação em diferentes cenários,” explicou Hermínio. Além disso, ferramentas como WaterSight e SewerSight agregam dados captados por sensores e IoT, oferecendo uma visão abrangente e atualizada das condições operacionais.
A redução de 29% nas perdas aparentes de água foi alcançada, principalmente, por meio da escolha estratégica para a troca de hidrômetros. “Com a implementação de hidrômetros mais precisos e modernos, melhoramos a acuracidade das medições de consumo, eliminando submedições e detectando possíveis fraudes,” disse Hermínio. Essa troca gerou uma economia significativa e promoveu uma cultura de consumo consciente e sustentável.
Hermínio destacou que a junção de dados com sites de clima permite à SABESP prever possíveis pontos de afogamentos de esgoto, visando a execução de ações preventivas. “Trabalhamos junto com a Bentley para verificar possíveis pontos de afogamentos de esgoto, a depender do nível da chuva,” afirmou, enfatizando a importância de se adiantar a possíveis problemas.
Durante a apresentação, revelou que a Superintendência Centro, onde trabalha, venceu o PNQS - deste ano e tem oito projetos indicados para concorrer aos prêmios IGS e PEOS. “Isso demonstra nosso compromisso contínuo com a inovação e o avanço tecnológico,” disse. Acrescentou que a mudança cultural promovida pelo Integra 4.0 possibilitou a criação de diversas soluções para o avanço tecnológico da empresa.

O uso de um ambiente de dados abertos e conectados melhorou significativamente a eficiência operacional da SABESP. “Essa integração permitiu uma maior visibilidade das informações em tempo real, e facilitou a tomada de decisões rápidas e embasadas,” explicou Hermínio. A centralização dos dados de sensores e Internet das Coisas (IoT) - em um único sistema, possibilitou uma análise mais precisa e imediata, otimizando recursos e reduzindo o tempo de resposta a eventos críticos.
O conceito de Integra 4.0 pode ser expandido para diversas áreas além do saneamento, como energia elétrica, indústrias e até mesmo editoras. “Se todos os dados estão em um lugar só e são confiáveis, podemos agilizar qualquer setor,” afirmou Hermínio, destacando o potencial de aplicação do Integra 4.0 em diferentes campos.
A solução digital do Integra 4.0 também contribuiu para a redução das emissões de carbono. “Com informações mais precisas, sabemos onde atuar, o que torna nossas ações mais assertivas e reduz a necessidade de deslocamento,” explicou. “Isso resultou em menos veículos nas ruas e menores distâncias percorridas, diminuindo a emissão de CO₂ e promovendo a sustentabilidade”.
A implementação do Integra 4.0 pela SABESP representa um avanço significativo na gestão de recursos hídricos e saneamento, integrando tecnologias avançadas e promovendo uma cultura de inovação e eficiência. 
“Com essa abordagem digital e integrada, reforçamos nosso compromisso com a excelência operacional e a sustentabilidade. Este projeto exemplifica como a modernização e a integração de tecnologias podem transformar a eficiência operacional e a sustentabilidade no setor de saneamento, beneficiando tanto a companhia, quanto os clientes”, concluiu Hermínio.
* A equipe da Revista TAE viajou a Vancouver a convite da Bentley Systems.