Poluição das águas: causas, riscos e consequências

A poluição da água ocorre quando substâncias nocivas, como compostos orgânicos sintéticos, micróbios patogênicos ou macronutrientes excessivos (nitrogênio, fósforo), são introduzidas nos ecossistemas aquáticos. Esses poluentes degradam sua qualidade


Poluição das águas: causas, riscos e consequências

A poluição da água ocorre quando substâncias nocivas, como compostos orgânicos sintéticos, micróbios patogênicos ou macronutrientes excessivos (nitrogênio, fósforo), são introduzidas nos ecossistemas aquáticos. Esses poluentes degradam sua qualidade, perturbam o equilíbrio ecológico e representam riscos à saúde humana e à biodiversidade.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a água contaminada é aquela que sofre alterações em sua composição até ficar inutilizável.  Em outras palavras, trata-se da contaminação de corpos d’água, como rios, lagos, oceanos e aquíferos, por substâncias nocivas, ou seja, é água tóxica que não pode ser consumida e nem usada em atividades essenciais como a agricultura.
“Uma água poluída pode apresentar alterações visíveis, como cor escura, mau cheiro e presença de espuma ou resíduos sólidos. Além disso, pode conter substâncias invisíveis, como bactérias, metais pesados e produtos químicos tóxicos, que afetam sua qualidade e segurança” - explica Thalita Flávio da Silva, representante da Gmar Ambiental. 
Essa poluição pode ocorrer de forma natural, mas geralmente é causada por atividades humanas, como desperdício de resíduos industriais, esgoto doméstico sem tratamento, uso excessivo de fertilizantes e pesticidas na agricultura, e descarte inadequado de lixo em corpos hídricos. 
Resíduos orgânicos: Compostos de carbono facilmente degradáveis aumentam a demanda bioquímica de oxigênio (DBO), levando ao esgotamento do oxigênio por meio da respiração microbiana, criando condições anóxicas que são letais para os organismos aeróbicos.
Nutrientes (N/P): O excesso de nitratos e fosfatos provenientes do escoamento agrícola estimula excessivamente a produtividade primária, desencadeando a eutrofização. Esse processo não só promove o crescimento excessivo de algas, mas também leva ao esgotamento do oxigênio quando a biomassa de algas se decompõe.
Produtos químicos sintéticos: Poluentes persistentes, como bifenilos policlorados (PCBs), metais pesados e pesticidas, são bioacumulados em organismos aquáticos, contaminando as cadeias alimentares. Esses poluentes geralmente excedem os limites permitidos pela Resolução CONAMA 357/2005, representando riscos de longo prazo para os ecossistemas e para a saúde humana.
Patógenos: As bactérias coliformes e os vírus entéricos da contaminação fecal excedem os padrões de segurança microbiológica e aumentam o risco de doenças. Águas contaminadas podem carregar esses patógenos para o abastecimento de água potável, levando a surtos de doenças gastrointestinais e outras doenças infecciosas.
Poluentes biológicos: São microrganismos que podem causar doenças e se originam, principalmente, de bactérias patogênicas, vírus, protozoários, fungos e algas tóxicas.
Poluentes físicos: São materiais sólidos que alteram a transparência, temperatura e outras propriedades da água, entre eles temos os sedimentos e partículas, resíduos plásticos, óleo e graxas 
Poluentes térmicos: Ocorre por meio da queda e/ou do aumento brusco da temperatura da água. É derivado do despejo inadequado de rejeitos, principalmente oriundos de plantas industriais que alteram o equilíbrio térmico. Ademais, desmatamento e assoreamento reduzem a somb ra da vegetação sobre corpos d’água, aumentando a temperatura.

Principais características da água poluída 
Uma água poluída é facilmente identificada, pois apresenta alterações em suas propriedades físicas, químicas e biológicas, tornando-se prejudiciais para o consumo humano, a vida aquática e outros usos. As Alterações físicas englobam cor anormal, odor desagradável, sabor estranho e turbidez elevada.  
Já as alterações químicas se caracterizam pelo pH fora do normal, baixo teor de oxigênio dissolvido, presença de metais pesados e o excesso de nutrientes. No caso das alterações biológicas, citamos a presença de microrganismos patogênicos, como bactérias, e a proliferação excessiva de algas. 
“Altas concentrações de fósforo inorgânico dissolvido e nitratos indicam eutrofização, um processo que promove o crescimento excessivo de algas, esgota o oxigênio e prejudica os ecossistemas aquáticos. Em casos graves, a eutrofização pode levar à formação de zonas hipóxicas, conhecidas como “zonas mortas”, onde a maior parte da vida aquática não sobrevive” - destaca Lucas Cordeiro, account manager da LG Sonic.

Poluição das águas: causas, riscos e consequências

É importante sempre enfatizar que essa água poluída pode trazer riscos graves. De acordo com  David O. Faria, representante da Quimiwater, a poluição compromete não apenas o consumo humano, mas também a vida aquática e diversas atividades econômicas. Nesse sentido, o cuidado e o tratamento adequado são essenciais para garantir a qualidade dos recursos hídricos.
Vale lembrar que é possível saber se a água está poluída de forma simples e eficaz. Como já mencionado, a observação direta da água (cor, cheiro e resíduos visíveis) é o primeiro passo. Além disso, é possível realizar o monitoramento ambiental em rios, lagos e reservatórios, e testes laboratoriais, que podem identificar contaminações químicas e biológicas.

Poluição das águas: causas, riscos e consequências

Fatores de risco
A água é essencial para a sobrevivência e desempenha um papel vital em diversas atividades humanas, como consumo, agricultura, indústria e recreação. No entanto, diversos fatores podem influenciar a qualidade da água, tornando-a inadequada para o consumo. Faria explica que a poluição da água tem origem em várias fontes.
A primeira delas é a poluição em si, que pode ocorrer de diversas formas, como a introdução de substâncias químicas tóxicas, resíduos industriais, esgoto doméstico não tratado, pesticidas agrícolas e fertilizantes. Depois temos a erosão do solo, quando ocorre o desmatamento ou a remoção da vegetação natural, o solo fica exposto à ação da chuva e do vento, o que pode levar à sua erosão.
O descarte incorreto de lixo, tanto sólido quanto líquido, pode contaminar os corpos d’água e comprometer a sua qualidade. O uso excessivo de fertilizantes e pesticidas nas lavouras pode levar à contaminação dos corpos d’água. Ainda podemos mencionar o despejo de resíduos industriais, como produtos químicos, metais pesados e substâncias tóxicas, pode contaminar os corpos d’água e comprometer a sua qualidade. 
“A ingestão de água contaminada pode causar alguns sintomas, como febre e calafrios, dor abdominal, perda do apetite, dor de barriga, vômitos, dentre outros. Nesses casos, é importante que vá ao posto de saúde ou hospital para que seja identificado o que está acontecendo e, assim, iniciar o tratamento adequado. É importante evitar a automedicação.” - ressalta o especialista da Quimiwater.
Além disso, a água contaminada por esgoto, fezes ou resíduos hospitalares pode conter bactérias, vírus e protozoários causadores de diversos problemas, como Diarréia infecciosa; Cólera, Hepatite A, Giardíase, Criptosporidíase e Leptospirose. A desidratação também é um risco, então é importante sempre estar hidratado.
E não podemos esquecer a intoxicação por substâncias químicas, uma vez que a presença desses elementos pode ter efeitos tóxicos no organismo, especialmente em exposições prolongadas. Entre eles temos os Metais pesados (chumbo, mercúrio, cádmio e arsênio), Pesticidas e herbicidas, Nitratos e nitritose Substâncias químicas industriais (solventes, detergentes, derivados do petróleo).

Alternativas para minimizar o problema
Se a poluição da água continuar aumentando, os impactos podem se tornar irreversíveis. Segundo Thalita, se não controlada, pode levar à escassez de água potável, perda da biodiversidade, aumento de doenças e impactos econômicos, dificultando o abastecimento e elevando os custos de tratamento da água. 
Uma das alternativas é criar uma estratégia abrangente para tratar a poluição da água de forma eficaz e criar medidas para mitigar o problema. Para Cordeiro o primeiro passo é reforçar a aplicação da lei (por exemplo, CONAMA 430/2011) para regular a descarga de efluentes industriais e municipais, impedir o lançamento direto de esgoto não tratado em corpos d’água, implementar zonas de amortecimento obrigatórias e práticas agroecológicas para minimizar o escoamento de nutrientes das atividades agrícolas.
Além disso, é necessário aprimorar a legislação, como a revisão da Lei 9.433/97 do Brasil, para impor controles mais rígidos sobre a poluição de fontes não pontuais, melhorar a eficiência do tratamento de águas residuais, e investir em sistemas avançados de biorremediação, como o tratamento de lodo ativado com processos de nitrificação-desnitrificação. 
“A poluição da água impacta tanto o meio ambiente quanto a qualidade de vida da população, por isso, priorizar o tratamento adequado de esgoto e efluentes industriais e a proteção de nascentes e áreas de preservação ambiental são fundamentais. Além disso, deve-se investir no saneamento básico e reduzir o uso de plásticos e produtos químicos poluentes” - complementa Thalita.

Poluição das águas: causas, riscos e consequências

Tecnologias emergentes, como o MPC-Buoy da LG Sonic, também aparecem como alternativas promissoras. Esse equipamento realiza o monitoramento da água permitindo o controle, em tempo real,  da dinâmica da proliferação de algas sem perturbação ecológica. Seu uso possibilita o monitoramento contínuo dos principais parâmetros de qualidade da água a cada 10 minutos, incluindo: Clorofila-a (indicativo de algas verdes); Ficocianina (específica para cianobactérias); e pH, turbidez, oxigênio dissolvido e temperatura.

Poluição das águas: causas, riscos e consequências

Por outro lado, Faria destaca ainda alternativas simples, como o incentivo para caminhadas, uso de bicicletas e de transporte público para chegar ao trabalho, a restauração de ecossistemas urbanos, a revitalização de espaços públicos, a coleta e descarte de resíduos com segurança, incentivando a redução de substâncias maléficas ao meio ambiente e a reciclagem por cidadãos e empresas.  
Para ele, na busca por garantir um futuro sustentável para as próximas gerações, é necessário que governos, empresas, pesquisadores e cidadãos atuem em conjunto na adoção de medidas concretas de combate à poluição. 
“As ações de combate à contaminação ambiental devem ser uma ação coletiva da sociedade, por isso, deve-se iniciar nas escolas por meio da educação ambiental junto às crianças. Quanto maior o conhecimento desde pequeno as causas serão menores no futuro. É como plantar árvores. Devemos primeiro semear o solo para depois colher os frutos” - finaliza o representante da Quimiwater. 


Contatos das empresas
Gmar Ambiental:
www.gmarambiental.com
LG Sonic: www.lgsonic.com 
Quimiwater: www.quimiwater.com.br


 

Publicidade