Cada vez mais países têm se preocupado com a contaminação e impactos ambientais causados pela falta de tratamento de chorume de seus aterros sanitários. A escolha de uma tecnologia para resolver este problema deve levar em consideração a quantidade e qualidade requeridas após o tratamento, assim como as características do concentrado ou lodo retornado ao aterro. Estas informações nortearam a seleção dos processos a serem utilizados. Algumas tecnologias têm sido utilizadas – de maneira precária e/ou errônea – para tratar chorume, dentre elas a oxidação química, floculação, evaporação e até mesmo tratamentos tradicionais de esgoto. Neste artigo focaremos na tecnologia de Biorreator de Membranas (MBR), de comprovada eficácia.
Atualmente, com requisitos de tratamento mais rigorosos, como remoção de nitrogênio e DQO (amônia<10mg/l, redução de TN e DQO > 90%), o MBR surge como uma boa alternativa. Este processo emprega um reator com lodo ativado de alta eficiência (SS = 15 g/L), seguido de membranas de Ultrafiltração (UF) para separação dos contaminantes do efluente tratado. Quando a necessidade é simplesmente eliminação da DBO, o MBR é o processo ideal. Além de eliminação completa deste, ainda atinge altos níveis de redução para DQO, com o efluente tratado livre de sólidos suspensos e nenhum efluente retornando ao aterro. Em combinação com uma etapa de Nanofiltração pode atingir altas qualidades, possibilitando o reúso da agua tratada.
Em casos mais complicados, com grandes quantidades de DQO recalcitrante remanescente, uma etapa físico/química como carvão ativado, oxidação química, floculação ou osmose inversa pode ser usada para complementar o tratamento. Ademais, dentre as alternativas nem sempre acreditáveis presentes no mercado para tratamento de chorume, o MBR desponta como um processo efetivo, confiável e comprovado, com plantas com décadas de operação ativa em diversos aterros na Europa, Ásia e África.