ANA faz parceria com a Universidade Federal do Tocantins (UFT) para implantação de monitoramento remoto de captação de água

Monitoramento será feito no rio Javaes e permitirá maior fiscalização


A Agência Nacional de Águas (ANA) firmou parceria com a Universidade Federal do Tocantins (UFT) para implementar o monitoramento remoto de captações de água no rio Javaes (TO), via telemetria de vazões medidas. A reunião inaugural dos trabalhos ocorreu nesta quarta-feira (6 de maio), por videoconferência. A parceria ocorre via Termo de Execução Descentralizada (TED), firmado no dia 4 de maio.
Com o monitoramento automático das vazões, a ANA e os usuários poderão melhor acompanhar o uso da água no rio Javaes, reforçando o cumprimento da regra operativa especial que já vigora na localidade desde 2013, acompanhando em tempo real, diretamente da sede da ANA em Brasília as captações de água de 10 usuários de água de grande porte da bacia, com 23 pontos de captação de água.

Os trabalhos incluem a realização de diagnósticos em campo das características dos usuários e orientações para instalação de equipamentos e uso de plataforma para recepção de dados. A UFT já detém experiência nesse tipo de medição, com o projeto já implantado na bacia vizinha do rio Formoso, de domínio estadual, com mais de 90 pontos de captação de água monitorados.
“Já temos uma atuação na localidade, com fiscalização em campo, mas isso não é totalmente eficiente. Precisamos de um sistema que nos permita um monitoramento em tempo real, junto com a telemetria das vazões, para termos informações online e podermos atuar sempre que o nível d'água do rio cair abaixo de níveis de referência. Além disso, com os usuários sabendo que estão sob monitoramento em tempo real, eles tendem a cumprir melhor a regra”, afirmou o superintendente de Fiscalização da ANA, Alan Vaz Lopes, na abertura da reunião desta quarta-feira.

O reitor da UFT, Luiz Eduardo Bovolato, agradeceu a parceria e oportunidade. “Tenho certeza que essa parceria trará frutos bastante positivos. Já tivemos outros projetos conjuntos com a ANA, mas imagino que agora estaremos mais próximos ainda”, disse.

A assinatura e início dos trabalhos sinaliza a continuidade da atividade da ANA, mesmo durante a pandemia do COVID-19, apontou Oscar Cordeiro Netto, diretor da ANA. “Estamos todos em trabalho remoto, mas isso não impediu que a ANA e a UFT sigam com seus projetos e processos. Temos trabalhado de forma intensa, mesmo nesse período de pandemia”, disse.

“Essa articulação que agora se concretiza com a UFT é muito importante. É um exemplo muito interessante de como trabalhar a regulação dos usos da água e o monitoramento de usos importantes e significativos da água, que a UFT já tem experiência e a ANA quer usar ainda mais em nossas ações, e também para ter um modelo de uso das águas que possa ser adaptado para outras partes do país”, afirmou Cordeiro Netto.

Projetos como este podem ajudar a ANA a aprimorar suas atividades de fiscalização, de forma remota e com mais informação e maior uso de tecnologia, destacou Ricardo Andrade, diretor da ANA. O diretor Joaquim Gondim expressou interesse em conhecer mais sobre o projeto, pensando em futuramente planejar a inclusão dessa tecnologia em outras áreas da Agência.

O diretor Marcelo Cruz destacou a importância da nova parceria, em linha com os objetivos da ANA e com os esforços envidados pelo corpo diretivo e técnico da Agência, de ampliar o uso de ferramentas tecnológicas em sua atuação.
“Esse TED está muito aderente ao que estamos pensando na ANA, em buscarmos avanço tecnológico, para melhorarmos e darmos mais eficiência a nossos processos. Em algum momento, haverá uma integração dos dados das águas no país, sejam em bacias da União ou estaduais, e buscar novas tecnologias é fundamental. O projeto de fiscalização da ANA adotando a tecnologia para trazer dados em tempo real é o caminho”, afirmou Cruz.

Bacia do rio Javaés

A ANA já atua com regras especiais na bacia do rio Javaes há dez anos. Em 2013, foi publicada a resolução nº 1483, que disciplina os usos da água em momentos de estiagem, quando há restrição para captação de água para os agricultores e produtores rurais na localidade. O monitoramento da bacia ocorre desde então, mas sem dados de captação de água em tempo real.
A pró-reitora de Extensão da UFT, Maria Santana, destacou que a parceria deve trazer resultados importantes para a população local, que é o objetivo mais importante dos trabalhos.

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