Hidrogênio vem sendo considerado insumo chave para a transformação energética devido a sua atuação multissetorial
Assessoria de imprensa -
Luiz Mello, da Thyssenkrupp, reiterou que o país tem uma vantagem primordial, que é possuir uma matriz energética formada por fontes renováveis
Os esforços para diminuir o aquecimento global e reduzir o impacto ao meio ambiente movimentam políticas públicas e fomentam investimentos industriais e governamentais direcionados para a descarbonização da economia mundial. O hidrogênio vem sendo considerado insumo chave para a transformação energética devido a sua atuação multissetorial.
No Brasil, já existem iniciativas públicas e privadas que buscam mapear e demonstrar o potencial do país para a produção do hidrogênio verde, ou seja, aquele produzido através de fontes renováveis de energia como solar, eólica, hidroelétrica e biomassa. A matrix energética renovável em abundância no país já começa a atrair empresas líderes mundiais no setor de hidrogênio como a Thyssenkrupp.
A Thyssenkrupp do Brasil está trazendo a tecnologia de eletrolizadores de grande porte para a implementação de unidades industriais para a produção de hidrogênio verde em grande escala no país. “Nosso posicionamento é estar no início da cadeia do hidrogênio. Ou seja, em oferecer a tecnologia ideal para as empresas interessadas em produzir o hidrogênio verde para disponibilizá-lo ao mercado e/ou em utilizá-lo em sua própria planta industrial”, disse o engenheiro químico Luiz Mello, gerente de desenvolvimento de negócios na unidade Plant Technology da Thyssenkrupp no Brasil, durante a BW Live, promovida no dia 24 de junho, pelo perfil @bwexpo no Instagram.
A empresa, aliás, colocou em seu plano estratégico o desenvolvimento dessa tecnologia em todo o mundo. “A economia do hidrogênio vai decolar e queremos ser um player importante e fornecedor de tecnologia para a produção desse insumo”, acrescentou.
De acordo com Mello, a Thyssenkrupp possui 90 anos de tradição em uso de hidrogênio convencional (obtido a partir de combustíveis fósseis) para a produção de fertilizantes e de derivados de petróleo de maior valor agregado, além de dominar o processo de eletrólise, que é necessário para a produção do hidrogênio verde. “Temos a expertise e tradição em produzir hidrogênio, e nossa proposta é produzi-lo de forma sustentável”.
Durante o papo online promovido pela BW Expo, Summit e Digital 2020, o executivo comentou sobre a diferença de investimento para a instalação de uma planta de hidrogênio convencional e de uma de hidrogênio verde. Segundo ele, a ordem de grandeza é 100 vezes menor para uma de hidrogênio verde por ser, justamente, sustentável, isto é, não depender de combustíveis fósseis.
O gás natural, por exemplo, precisa vencer longas distâncias até chegar à planta industrial de produção de hidrogênio convencional, exigindo altos investimentos de transporte, logística e infraestrutura. Enquanto a planta de hidrogênio verde não precisa estar inserida em um polo industrial e pode estar pulverizada em diversas regiões, já que precisa apenas de água e energia elétrica. “O grid elétrico brasileiro está muito bem estabelecido, assim não há limites geográficos para a instalação de plantas para geração de hidrogênio verde”, complementou Mello.
Nesse sentido, o Brasil também tem uma grande vantagem que é a matriz energética formada por fontes renováveis, que podem estar integradas nessa planta industrial de hidrogênio verde. Isso porque, de acordo com o gerente da Thyssenkrupp, o hidrogênio pode ser a solução em momentos de intermitência das fontes renováveis, armazenando a energia. Assim, não há desperdício e a empresa pode criar um produto de alto valor agregado para uso posterior ou até para a comercialização.
Mello também lembrou que o hidrogênio pode ser utilizado para a mobilidade, mas também como viabilizador de outros biocombustíveis. “O Brasil está consolidado na questão do biodiesel, mas o hidrogênio possibilita a criação de um diesel verde, por meio da hidrogenação das gorduras vegetais. Esse diesel verde não tem a limitação do biodiesel, que impede que o caminhão seja abastecido 100% com ele”.
No final da BW Live, o engenheiro químico ainda comentou que, além do Brasil, outro país que tem potencial para a produção de hidrogênio verde é o Chile, em especial pelo seu potencial de energia solar fotovoltaica.
A apresentação da BW Live foi de Vagner Barbosa, responsável pelo marketing da BW Expo, Summit e Digital 2020. A íntegra do papo está no Canal da Sobratema no Youtube.
BW 2020
A BW Expo, Summit e Digital 2020 – 3ª Biosphere World, a ser promovida entre os dias 6 e 8 de outubro, no São Paulo Expo, proporcionará uma experiência para todos os seus participantes, por ser o único evento multidisciplinar do mercado direcionado exclusivamente às tecnologias voltadas à sustentabilidade do meio ambiente.
Uma das propostas da BW 2020 é trazer os assuntos prioritários da sustentabilidade do meio ambiente para o mercado. Dessa forma, para abordar com profundidade esses temas, o evento conta com os Núcleos Temáticos, que irão conectar redes específicas, compartilhar conhecimento e ampliar as conexões das empresas e profissionais, gerando sinergias e oportunidades de negócio para todos. São eles: Agronegócio Sustentável, Conservação de Recursos Hídricos, Construção Sustentável, Economia Circular, Reciclagem de Resíduos na Construção, Transformação Energética – Hidrogênio, Valorização de Áreas Degradadas e Waste-to-Energy.