Universalização dos serviços de água e esgoto até 2033 é possível mas difícil

Análise foi feita pelo presidente da ABES, Alceu Guérios Bittencourt


Por Murillo Campos

Alceu Guérios Bittencourt, presidente nacional da ABES – Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, foi entrevistado na sexta, 21 de agosto, no jornal Brasil Hoje, transmitido pela Rede Católica de Rádio. Bittencourt falou sobre as transformações com novo marco legal do saneamento e a meta de universalizar os serviços de água e esgoto até 2033.

“É uma meta bem ousada, mas não é fácil cumpri-la. Precisaria ter uma mobilização grande de investimentos e execução do que falta ser feito. É uma meta para criar um estímulo, pode ser alcançada em partes do País, mas em tudo, considero que será muito difícil”, analisou.

Bittencourt reiterou que para a ABES “as soluções no saneamento podem ser públicas ou privadas desde que sejam eficientes e atendam de modo mais equânime e justo as pessoas”. Entretanto, vê com ressalvas a perspectiva da ampla participação privada no segmento: “Há uma aparente intenção de desmontar empresas públicas para aumentar a privatização”, disse.

De acordo com o presidente, há regiões onde o setor público já opera com qualidade os serviços de água e esgoto sem necessidade de intervenção privada, que deveria centrar esforços para atender locais que ainda sofrem com a deficiência no acesso aos serviços de saneamento.

“Desmontar áreas bem operadas por empresas públicas para privatizar pode ser um risco, até porque existem várias questões jurídicas que podem levar à paralisia dos próprios investimentos que estão sendo feitos hoje”, considerou.

O especialista comentou ainda sobre a titularidade dos municípios, os vetos presidenciais na nova lei e a regulação do saneamento. Assista à entrevista completa aqui.

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