Como usar corretamente as redes coletoras de esgoto
Sabesp -
Nos últimos 12 meses, a Sabesp em Itapetininga realizou 2.290 serviços de desobstruções, consertos e trocas de redes e ramais
Apesar de terem outra função, a pia da cozinha e o vaso sanitário acabam sendo utilizados como lata de lixo em muitas residências. Restos de comida, gordura e muitos outros resíduos que deveriam ir para a coleta de lixo descem ralo abaixo, juntam-se com fio dental, embalagens, cabelos e entopem, causando danos à rede coletora de esgoto. Esses pequenos pecados cotidianos, que passam despercebidos na rotina de muitas casas, tem um custo elevado, causam incômodos excessivos a todos e prejuízo para toda a infraestrutura de coleta e tratamento.
Nos últimos 12 meses, a Sabesp em Itapetininga realizou 2.290 serviços de desobstruções, consertos e trocas de redes e ramais – uma média de 190 intervenções por mês. O maior número de casos, acontece nas redes e coletores tronco, que recebem o esgoto das residências e levam até as estações de tratamento. O problema ocorre em todo o município apontando para a necessidade de um alerta para a educação ambiental.
Para desobstruir a tubulação de esgoto, a Sabesp utiliza equipamentos especializados como caminhões de hidrojateamento ou a vácuo. Além da retirada feita nas manutenções preventivas para limpeza de peneiras, cestos e gradeamento em estações elevatórias (bombeamento) ou estação de tratamento de esgotos. O custo das intervenções é elevado e abrange gastos em equipamentos, deslocamento e manutenção de equipes.
Só na Estação de Tratamento de Esgotos de Itapetininga, que trata o efluente gerado do município, a Sabesp retira mais de 11 toneladas de dejetos por mês no sistema de gradeamento, chegando a um total de 130 toneladas por ano. Objetos como bitucas de cigarro, absorventes, vidros de shampoo, bolas de futebol, tijolos, pedaços de pano e de madeira, que deveriam ser encaminhados para lixo ou para a reciclagem, chegam pela tubulação.
Super cola
Outro grande vilão é o óleo de cozinha. Quando despejado nas tubulações, ele cola dentro dos canos, prendendo junto vários outros resíduos. O resultado é a volta do esgoto para dentro de casa ou para as ruas. Por isso, é importante que óleo de cozinha seja guardado e entregue em postos de coleta. Ele pode ser transformado em sabão ou massa de vidraceiro, por exemplo.
Água de chuva
A ligação indevida de água de chuva às redes de esgotos é outro motivo que sobrecarrega nas tubulações de esgoto. Estruturadas para receber somente efluentes pequenos e momentâneos, como descargas e descartes de pia e tanque, se o morador lança água de chuva na rede de esgoto, ocorrem danos como o retorno do esgoto para dentro do seu imóvel e dos vizinhos, além do carreamento de areia para as tubulações.
De acordo com o Estado de São Paulo, o Decreto n° 5.916/75, a tubulação de esgoto é construída para conduzir resíduos do vaso sanitário, chuveiro, pias e tanque. Já a saída pluvial, de responsabilidade da prefeitura, recebe a chuva e a água de lavagem que escoa por ralos e calhas. As saídas devem ser separadas para que o esgoto seja enviado para tratamento e as águas pluviais sejam encaminhadas para córregos e rios.
Dicas de bom uso da rede coletora de esgotos
- Ter a caixa de gordura instalada e limpá-la com frequência
- Antes de lavar a louça, limpar os restos de comida e jogar no lixo
- Não jogar bitucas de cigarro, fio dental, absorventes, preservativos e pedaços de pano no vaso sanitário ou no ralo da pia
- Limpar frequentemente os ralos dos banheiros e lavanderias
- Usar ralos, grelhas e sifões nas pias e tanques
- Recolher o resto de óleo de cozinha em recipientes descartáveis e entregue em locais de reciclagem. Nunca descartar óleo de cozinha na pia.
- Não ligar as calhas de água de chuva às redes de esgotos