Curitiba continuará com estiagem e necessidade de economia de água

Modelos do International Research Institute for Climate and Society da Universidade de Columbia indicam que primavera será de poucas chuvas


A primavera na Região Metropolitana de Curitiba será marcada por poucas chuvas, o que confirma a necessidade do uso da água de forma cada vez mais econômica. Modelos climáticos do International Research Institute for Climate and Society da Universidade de Columbia (https://iri.columbia.edu/) indicam que nesta estação as chuvas estarão abaixo da média histórica para o período. Esse cenário deve se somar ao déficit hídrico de 618 milímetros, já registrado de junho de 2019 a agosto de 2020.

O coordenador da Operação Meteorológica do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), Marco Antônio Jusevicius, explica que nos últimos meses grandes bloqueios atmosféricos impediram a passagem de frentes frias que são responsáveis pelas chuvas. “O verão já foi seco, com pancadas de chuva, sem regularidade.”

Ele afirma ainda que as anomalias negativas de chuva devem predominar em toda a primavera e no início do verão. Além da irregularidade das chuvas, os dias quentes elevam a evaporação agravando o cenário. A partir de janeiro, as previsões são de mudanças mais significativas para a Região Metropolitana de Curitiba, quando são esperadas chuvas acima da média.

“Se for confirmado este cenário, isso pode levar a um princípio de recuperação sustentada do déficit de precipitação que verificamos nos últimos 18 meses no Estado do Paraná”, afirma o meteorologista. Isso ocorre, segundo ele, no mesmo período em que o episódio de La Niña começa a enfraquecer. “Esse cenário deve ser acompanhado com cautela, pois corresponde à época do ano em que a precipitação média é esperada aumentar naturalmente.”

Marco Jusevicius ressalta ainda que, para a recuperação dos níveis de reservação das barragens, as chuvas devem ser regulares e ocorrer ao redor dos reservatórios. “Como a estiagem perdura há meses, as chuvas, primeiro, vão encharcar o solo para depois a água escoar para as superfícies de córregos e rios que irão abastecer os reservatórios”, explica.

“Infelizmente, os piores cenários de estiagem vêm se confirmando. A normalização no abastecimento passa necessariamente pela recuperação dos níveis das barragens, o que só vai ocorrer com chuvas significativas e regulares”, afirma o diretor de Meio Ambiente e Ação Social da Sanepar, Julio Gonchorosky.

 

Publicidade