Filtração no reúso de efluentes industriais considera dois pilares: a sustentabilidade e a economia circular
Assessoria de Imprensa -
Prof. Dr. Fábio Campos destaca requisitos para a prática de reúso, no programa “Abra Talks”
A água potável é um produto manufaturado já que não existe na natureza com os padrões de qualidade exigidos para consumo humano. Dos mananciais vão para as estações de tratamento, que alteram a composição química e biológica para que não ocasione danos à saúde. “É um recurso natural finito e caro, por isso devia ser utilizada apenas para fins nobres”, comentou o Prof. Dr. Fábio Campos, Coord. da Câmara Setorial de Filtros para Estações de Tratamento de Água Efluentes e Reúso – CSFETAER, no “Abra Talks”, evento mensal da Abrafiltros – Associação Brasileira das Empresas de Filtros e seus Sistemas – Automotivos e Industriais, realizado no dia 15 de outubro. Mas, não é o que acontece. A agricultura consome cerca de 70%, indústria, 22% e no uso doméstico, 8%, segundo a FAO – Food and Agriculture Organization of the United Nations. No entanto, segundo Campos, há soluções que podem fazer esta situação mudar, como a água de reúso de efluentes industriais.
Destacou alguns requisitos que devem ser considerados para a prática de reúso, entre eles, avaliação dos volumes de água consumida e de água residuária produzida; compatibilidade da qualidade, considerando efluente disponível e requisitos exigidos para o uso; e levar em conta a variação da concentração de contaminantes durante o reúso, ou seja, a capacidade de reutilização. “A filtração no reúso de efluentes industriais é extremamente bem-vinda, pois consideram dois pilares: a sustentabilidade e a economia circular”, comentou.
Explicou que para a prática de reúso utiliza-se processos de filtração por membranas, que atuam como meio seletivo na passagem de componentes. Já a força motriz que promove a separação é obtida por meio de bombas de pressurização. Assim, são produzidas duas correntes – concentrado ou rejeito e permeado ou purificado. Destacou também os principais processos de filtração por membranas, que se diferem pela capacidade de retenção de partículas – microfiltração, ultrafiltração, nanofiltração e osmose reversa, onde a água chega a ser ultrapura. “Considere a qualidade necessária da água”, ressaltou.
Durante a apresentação, citou o projeto Aquapolo, na Região Metropolitana de São Paulo, que produz água de reúso a partir de esgoto e comercializa para indústrias e prefeitura.
“O processo de água de reúso é viável e vantajoso nos âmbitos social, econômico e ambiental”, disse Campos. No entanto, apontou um entrave – o elevado investimento. “As pessoas não têm paciência para esperar o retorno”, explicou.
A final do evento, Campos ressaltou a importância da Câmara Setorial de Filtros para Estações de Tratamento de Água Efluentes e Reúso – CSFETAER, para disseminar cada vez mais conhecimento sobre o tema.
Para o presidente da Abrafiltros, João Moura, “a câmara permite a ampla discussão envolvendo todas as partes que integram o segmento. É nossa missão debater os caminhos e avanços do segmento de filtros”.
Outros dois assuntos foram apresentados no “Abra Talks”. O Eng. Alex Alencar, responsável pelo Dep. Técnico da Câmara Setorial para Filtros Industriais da associação, abordou “Orientações econômicas e técnicas para a troca do elemento filtrante” e Marco Antônio Simon, Gestor de Projetos e Coordenador do Programa Descarte Consciente Abrafiltros, falou sobre as “Obrigatoriedades da reciclagem de filtros automotivos”. Vale destacar que o conteúdo apresentado, será disponibilizado na integra somente para associados da Abrafiltros.
O próximo Abra Talks acontece no dia 12 de novembro das 09h às 11h. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas através do e-mail eventos@abrafiltros.org.br.