Copasa realiza força-tarefa para combater ligações irregulares de água em Ribeirão das Neves
Copasa -
Região foi escolhida devido as constantes reclamações de falta de água e análises técnicas constaram que o bairro possui 80% de perda de água
Para combater as fraudes e furtos de água e energia no Estado, a Copasa, a Cemig, a Polícia Militar, Polícia Civil e o Ministério Público de Minas Gerais fizeram na terça-feira (02/02), a primeira e maior força tarefa de fiscalização no bairro Vale das Acácias, na cidade de Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A ação conjunta, denominada Operação Impacto, começou às 7 horas e se estendeu durante todo o dia. A Copasa vistoriou 42 endereços e a Cemig, 50.
Cerca de 100 pessoas, entre técnicos das companhias e militares do 40º Batalhão da Polícia Militar de Minas Gerais participaram da Operação Impacto, que foi acompanhada pelo promotor de Saúde e do Consumidor da 12ª Promotoria de Justiça de Ribeirão das Neves, Henrique Nogueira Macedo. A região foi escolhida a partir das constantes reclamações da população sobre falta de água.
Como o sistema comporta o número de consumidores cadastrados, o departamento de inteligência da companhia iniciou análises técnicas que concluíram que o bairro apresenta 80% de perda de água, impedindo o abastecimento normal para os moradores que pagam mensalmente suas tarifas. A partir dessa conclusão, a Copasa iniciou o levantamento dos endereços que apontavam inconsistência entre o pagamento da fatura de água e o consumo.
Atualmente, as fraudes e ligações clandestinas, popularmente conhecidas por gatos, representam no Estado um prejuízo mensal de R$ 13 milhões para a Copasa, apenas na região de Ribeirão das Neves. De acordo com estimativas da Companhia, existem cerca 300 mil ligações irregulares em Minas Gerais.
Para a Cemig, os prejuízos anuais com ligações clandestinas chegam a R$ 450 milhões anuais.
O promotor Henrique Nogueira Macedo, o Ministério Público vai continuar apoiando as ações da Copasa e da Cemig para evitar que a população que cumpre com seus deveres seja prejudicada com a falta de água e luz. Segundo ele, o desabastecimento de água é uma das maiores relações da Promotoria e a Copasa conseguiu provar que é causada pelo desvia de água.
Balanço
O comboio de carros da Operação Impacto com técnicos da Copasa e da Cemig saiu da sede do 40º BPM, em Ribeirão das Neves. Na entrada do Vales das Acácias, a Cemig constatou duas ligações irregulares, que foram desligadas. Em seguida, os técnicos receberam as ordens de serviços com os endereços para serem vistoriados.
No balanço da operação, a diretora de Relacionamento e Mercado da Copasa, Cristiane Schwanka, ressaltou a importância da ação conjunta que está sendo desenvolvida com a Cemig, PM, Polícia Civil e o Ministério Público no Estado. A diretora da companhia de sanemento destacou que com um trabalho técnico e minucioso a Copasa e a Cemig podem melhorar cada vez mais a qualidade de serviços oferecidos à população.
A diretora Cristiane Schwanka salientou que a Operação Impacto confirmou o que a “boa técnica de engenharia havia demonstrado nos relatórios preliminares. Segundo ela, dos 57 endereços vistoriados, foram confirmadas fraudes em cerca de 50%. A Copasa constatou também o fornecimento de água bruta para a população através de sistema paralelo de distribuição. Uma indústria está sob análise de lançamento de esgoto irregular na rede da Companhia. Está em programação de curto prazo outras 35 inspeções e até 15 de março está planejado visitas em mais 280 imóveis no Vale das Acácias.
Cristiane Schwanka destacou a importância da população tomar conhecimento que fraude em ligações de água é crime, previsto no Código Penal. “É uma atitude criminosa que não afeta somente a Copasa. Não tira apenas dinheiro da Copasa.Esse crime tira a regularidade de abastecimento de outras pessoas”, destaca.
O engenheiro de Medição e Perdas da Cemig, Armando Fernandes Rocha, explicou que foi utilizado o sistema de inteligência para a definição dos 50 endereços. Desse total, foram constatadas fraudes em mais de 60% dos imóveis vistoriados. Armando Rocha lembrou os perigos de se fazer uma ligação clandestina na rede da Cemig. Ele recomendou à população que faça a denúncia na empresa para que a qualidade de energia seja mantida. No ano passado, a Cemig realizou 700 mil vistorias. Este ano, estão previstas 800 mil.
O comandante do 40ª BPM, tenente-coronel Junio Alvarenga Spínola, destacou a importância da parceria para evitar que a população seja prejudicada. Durante a operação, a PM militar prendeu duas pessoas com mandatos de prisão abertos e, em duas residências, não permitiram a entrada dos técnicos. Já a delegada Regional da Polícia Civil, Renata Lima, que a delegacia fara o recebimento das ocorrências. Ela disse que as investigações continuaram para que sejam identificados os autores dos crimes autuados.
Autodenúncia
Em busca de diminuir os conhecidos gatos, a Copasa lançou ontem um programa de autodenúncia do cliente por meio do site da empresa. O anúncio foi feito pela diretora de Relacionamento e Mercado da Copasa, Cristiane Schwanka.
A partir desta quarta-feira (03/02) os clientes poderão fazer a autodenúncia de irregularidades, sem sofrer as penalidades aplicáveis, por meio do site da Copasa. Esse benefício vai durar 90 dias. A Copasa espera que a adesão promova melhoria no serviço oferecido à população mineira.