O período mais esperado pelo cearense, a quadra chuvosa, é também uma ocasião de alerta. Se por um lado há esperança em reduzir a escassez hídrica no estado, por outro, os meses de fevereiro a maio requerem um cuidado especial com as redes de esgoto e de drenagem. É nesse momento que há aumento de alagamentos nas vias, causados por obstrução e mau uso dos sistemas.

Na Cagece o trabalho de conscientização da população é constante. A Gerência de Responsabilidade Social (Geris) atua com visitas porta a porta e atividades lúdicas como o teatro de fantoches e dos bonecões Pingo e Gota. Em 2020, mesmo com as medidas de isolamento social em detrimento da pandemia de COVID-19, 26.037 visitas foram feitas com essa finalidade.

A equipe de educação ambiental da empresa “leva a informação de que rede de esgoto e drenagem possuem naturezas diferentes e presta esclarecimentos sobre o uso correto da rede coletora e os impactos que os resíduos lançados no esgoto geram, tais como: extravasamentos e danos ambientais, além da entrega de material educativo”, afirma Robervânia Barbosa, gerente de Responsabilidade e Interação Social.

A Gerência de Comunicação (Gerco) também toma para si essa responsabilidade, produzindo textos e materiais de orientação para a imprensa e redes sociais, além de também levar informação aos colaboradores da companhia. A Cagece entende que esse tipo de trabalho é fundamental na atuação de uma empresa de saneamento e, para isso, todos precisam se manter informados acerca do funcionamento correto dos sistemas.

Dentre as principais orientações, não destinar água das chuvas para o sistema de coleta de esgoto. Essa prática evita extravasamentos nas ruas, residências e obstruções que impedem o bom funcionamento das redes. De acordo com Robervânia, “é fundamental que a população compreenda que esgotamento sanitário e drenagem de água pluvial são sistemas distintos e que não podem se conectar”.

A água das chuvas deve ser direcionada ao sistema de drenagem (os bueiros ou bocas de lobo), sob responsabilidade das prefeituras municipais. Enquanto o sistema de esgoto é responsável unicamente pela coleta do esgoto das residências para o direcionamento ao tratamento. Em nenhuma situação a tampa dos poços de visita (PV’s) deve ser levantada pela população.

A ação de destinar água da chuva para rede coletora resulta em infração passível de multa no valor de R$ 190,40, para residência social, até R$ 4.075,20, para industrial, de acordo com o artigo 115 da resolução n° 02/2006 da Autarquia de Regulação, Fiscalização e Controle dos Serviços Públicos de Saneamento Ambiental (Acfor).

Outra causa do extravasamento é a obstrução com materiais sólidos. O lixo jogado na rua e nos ralos das residências entope a rede de coleta de esgoto, resultando nos alagamentos. Por isso, a Cagece realiza constantemente limpezas preventivas na rede, ocasiões em que são retiradas os mais diversos tipos de resíduos da rede como sacos e garrafas plásticas, gordura, areia e até mesmo grandes objetos descartados indevidamente. Para se ter uma ideia da dimensão do problema, nos últimos anos, a companhia tem retirado uma média de 6 mil toneladas de lixo por ano das redes de esgoto.

Dicas importantes:

-Não levantar a tampa dos poços de visita
-Não direcionar areia para a tubulação de esgoto
-Não direcionar água de chuva no sistema de esgotamento sanitário
-Verificar se a destinação do esgoto e das águas pluviais dentro dos imóveis está sendo realizada de forma correta;
-Não jogar lixo na rua e nem na rede de esgoto
-Realizar coleta seletiva
-Não jogar restos de comida e óleo na pia