Projeto de inovação que utiliza: tecnologias, sensores de ultrassom e hidrômetros

Projeto de saneamento, em Belém, instala hidrômetros com transmissão via 4G para monitoramento de consumo em tempo real


Um projeto de inovação que utiliza, entre as tecnologias, sensores de ultrassom e hidrômetros, com transmissão via 3G e 4G, está sendo implantado na região metropolitana da cidade de Belém, no Pará. O “Águas do Guamá” promete consolidar sistemas centralizados de monitoramento da distribuição de água em cidades, com o objetivo de promover a redução de perdas, foi o que explicou o professor Caio Fontana, do Instituto de Ciência Tecnologia e Inovação (ICT), da Fundação Vanzolini.

Segundo Fontana, o projeto foi viabilizado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), empresa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, e é desenvolvido pela Fundação Vanzolini. Ele afirmou que em uma cidade como Belém, de quase 1,5 milhão de habitantes, a perda de água tratada por causa de vazamentos na rede municipal chega, na região Sul da cidade, a 72%, e, na região Norte, a 74%.

“Ou seja, um litro de água tratada sai da estação de tratamento e chega na outra ponta como um pouco mais do que uma xícara de chá”, exemplifica Fontana. Por isso, a proposta de inovação da Fundação Vanzolini foi desenvolver um sistema para ser aplicado em toda cadeia produtiva de saneamento básico, como forma de reduzir custos operacionais, melhorar a qualidade da água e reduzir o impacto ambiental com o desperdício.

Fontana lembra que, por meio de análise de medidas indiretas, com o controle das perdas aparentes e perdas reais de água, é possível detectar vazamentos na tubulação e a chamada submedição − aquilo que, às vezes, é consumido mas não é medido. “O desafio desse projeto está sendo monitorar uma rede de abastecimento de água e saber como localizar o vazamento. Para isso, a proposta foi fazer a automação da localização de vazamentos, tanto da tubulação das vias públicas, quanto da tubulação interna das unidades de consumo”, ressalta.

Para a execução do projeto, ainda em fase de experimentação, foi escolhida uma área especifica da cidade e algumas residências, onde os hidrômetros foram substituídos por outros com tecnologia wireless. Nas vias, foram instalados sensores de ultrassom, com o objetivo de “ouvir” a tubulação e criar uma rede de comunicação e monitoramento. Para a coleta de informações são utilizados veículos equipados com rádios que percorrem os locais para leitura dos sensores ou por meio do método fixo, que usa repetidores para transmitir a informação por meio de uma rede de comunicação para uma central.

Essas medidas poderão gerar, entre outras facilidades, a disponibilidade de informação para as equipes operacionais e consumidores, a transmissão em tempo real do consumo de água das unidades, além de alertas em caso de alto consumo. “Na escala urbana, com a implantação de um Sistema Centralizado de Monitoramento e Controles Lógicos Programáveis, é possível fazer o monitoramento em tempo real da rede, com redução de custo operacional, assertividade e obter um bom histórico das operações”, finaliza Fontana.

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