Evento de lançamento da primeira molécula de hidrogênio verde em grande escala na América Latina

O hidrogênio tem grande potencial na transição energética e na busca pela neutralidade de carbono até 2050 no Brasil, alinhado ao compromisso climático


Do Complexo Pecém, no Ceará, e reforça compromisso com a transição energética no país. Segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a transição energética terá prioridade no MME, pela importância do tema para o desenvolvimento social, econômico e industrial do país.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, participou, no dia 19 de janeiro (quinta-feira), do evento de lançamento da primeira molécula de hidrogênio verde em grande escala na América Latina, produzida pela empresa EDP Brasil. A planta de hidrogênio tem investimento de R$ 42 milhões e faz parte do Complexo do Pecém, no Ceará.

O hidrogênio tem grande potencial na transição energética e na busca pela neutralidade de carbono até 2050 no Brasil, alinhado ao compromisso climático do Brasil no Acordo de Paris. A tecnologia permite acelerar a oferta de energia limpa nas estruturas em que hoje os combustíveis fósseis ainda são necessários. Diversos países têm fomentado investimentos no hidrogênio de baixo carbono e o Brasil tem um dos maiores potenciais de negócios nesta área.

No discurso, Alexandre Silveira destacou que sua presença no evento – sua primeira viagem oficial à frente da pasta – reforça o compromisso não só do MME, mas do Governo Federal, com a transição energética no país.

— A agenda de transição energética terá absoluta prioridade na minha gestão à frente do ministério, pela importância deste tema para o desenvolvimento social, econômico e industrial do nosso país, e para a nossa contribuição internacional na redução das emissões de gases de efeito estufa no âmbito do acordo de Paris 0151 afirmou o ministro.

De acordo com Alexandre Silveira, o MME irá desenvolver uma política energética ambiciosa para o desenvolvimento da economia do hidrogênio no Brasil. O foco será o aprimoramento dos marcos legais e regulatórios, a redução de barreiras aos investimentos voltados tanto para o mercado doméstico como para o potencial de exportação, a aceleração do desenvolvimento tecnológico, a redução de custos e a criação de empregos.

— Vamos unir o excepcional perfil renovável da nossa matriz elétrica e nosso invejável sistema interligado com a nossa pujante indústria da bioenergia e com a nossa indústria de óleo e gás e sua gigantesca capacidade de inovação e investimento, para fazer do Brasil um dos países mais competitivos na economia do hidrogênio. Não perderemos essa janela de oportunidade —reforçou.

Silveira afirmou que o evento da EDP é um marco e também um exemplo para o país. Ele lembrou que o hidrogênio é uma das áreas prioritárias definidas pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) para a alocação de recursos para pesquisa e desenvolvimento e que o MME contará com o apoio da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), e demais ministérios, como o da Ciência, Tecnologia e Inovação, o da Educação, e da Indústria. O ministro também destacou que trabalhará alinhado com o Congresso Nacional nas pautas do setor.

— Me entusiasma também ver o apetite para investimento em energias limpas de empresas aqui no Brasil. No MME, quero trabalhar em parceria com as empresas, o setor produtivo e os movimentos sociais para garantir o protagonismo do Brasil no desenvolvimento de mercados para tecnologias de baixo carbono— finalizou.

O ministro ainda lembrou que o MME irá utilizar contribuições da sociedade recebidas por meio de consulta pública aberta sobre a política de governo para o hidrogênio e iniciar um amplo diálogo para fortalecer a indústria nacional e a economia verde no Brasil.

O governador do Ceará, Elmano de Freitas, destacou a presença do ministro e reforçou a importância do projeto. “A presença aqui do ministro Alexandre Silveira significa um apoio irrestrito do governo do presidente Lula a fazermos uma atuação junto ao setor privado para o desenvolvimento de energia renovável no Brasil, no Nordeste e no Ceará”, afirmou o governador.

A planta — A EDP Brasil possui seis unidades de geração hidrelétrica e uma termoelétrica, e atende cerca de 3,7 milhões de clientes pelas suas distribuidoras em São Paulo e no Espírito Santo. A empresa produziu sua primeira molécula de Hidrogênio Verde (H2V) na unidade de geração localizada em São Gonçalo do Amarante, no Ceará. O desenvolvimento da planta é importante para a geração de energia limpa no Brasil e faz parte dos compromissos com a transição energética do Grupo EDP.

—Esse é um projeto de pesquisa e desenvolvimento, que capacitou as pessoas para saberem fazer e é isso que queremos realçar. O hidrogênio verde é o futuro. É o futuro em muitos países, mas seguramente é o futuro aqui no Brasil, no Nordeste e no Ceará. E nós provamos que esse futuro é possível — afirmou o CEO da EDP, João Marques da Cruz. A produção da molécula é a primeira etapa estratégica do desenvolvimento do Projeto Piloto de H2V no Complexo Termelétrico do Pecém (UTE Pecém).

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