Telemetria se torna recurso fundamental na gestão de processos operacionais à distância
Máquina Cohn & Wolfe -
Digitalização do sistema de medição está presente em mais de 12 mil hidrômetros de cinco estados brasileiros
A tecnologia que ganhou destaque no Brasil há três décadas, sendo inicialmente projetada para o gerenciamento de frotas no segmento de transportes, hoje é uma importante aliada para o saneamento. A telemetria se tornou um recurso fundamental na gestão de processos operacionais à distância, sendo aplicada ao sistema de medição de água pela BRK - empresa privada de saneamento básico presente em mais de 100 municípios brasileiros - em 12 mil hidrômetros de cinco estados brasileiros. No último ano, 21,7 bilhões de litros de água foram medidos e monitorados por esse sistema remoto. Isso equivale a 11,5 mil piscinas olímpicas.
“Essa marca é fruto de um amplo projeto interno para inovação e desenvolvimento da leitura remota. A ação que hoje se aplica a municípios operados pela BRK em Alagoas, Pernambuco, São Paulo, Tocantins e, em recente aplicação, em Góias, pretende ser expandida nos próximos anos por meio da evolução da telemetria, que avança para a tecnologia IoT (Internet of Things), uma rede global de objetos habilitados para a internet que transferem dados e se comunicam entre si”, informa Rafaella Lange, gerente de Novo Mercado da BRK.
O uso da tecnologia IoT no sistema de leitura remota da companhia está sendo aplicado e estudado num Proof of Concept, descrição em inglês para a metodologia PoC, que são provas de conceito aplicadas desde novembro de 2021. No Tocantins, onde a BRK atua em 47 municípios, já são 625 hidrômetros instalados com essa solução, sendo 430 em Buritirana e 195 medidores na capital Palmas. No primeiro ano da ação, foram medidos de forma remotada, somente em Palmas, mais de 991 milhões de litros de água.
A nova tecnologia em uso permite acompanhar o consumo de água dos imóveis em tempo real e possibilita o monitoramento à distância de ocorrências de falta de água, de suspeitas de vazamentos e irregularidades nos medidores, leitura em locais de difícil acesso, entre outras possibilidades. Na prática, a medição do consumo e a transmissão dos dados ocorrem de forma remota.
“Essa solução tem ampliado a eficiência na gestão dos hidrômetros, otimizado a rotina das equipes comerciais, reduzido repasses de leitura e, principalmente, aumentado a taxa de assertividade no trabalho de identificação de irregularidades e vazamentos. Além disso, o uso da nova tecnologia tem aperfeiçoado nosso relacionamento com os clientes por oferecer mais transparência ao sistema de medição do consumo”, comenta Maycon Julião, coordenador de micromedição e tecnologia da BRK.
Por fim, o projeto para ampliar a leitura remota nos municípios operados pela companhia tem como principal foco a sustentabilidade, dentro da agenda ESG (sigla em inglês para Ambiental, Social e Governança). Com a possibilidade de monitorar à distância e de forma contínua as alterações no sistema de distribuição de água, a empresa tem atuado com mais rapidez na detecção e reparos de vazamentos, reduzindo a quantidade de perdas. Condição que está entre um dos compromissos da empresa assumidos para até 2030, que é o de reduzir para 25% as perdas de água, ficando bastante abaixo da média nacional. No Brasil, o índice de perdas de água potável durante a distribuição chega a 40,1%, segundo levantamento do Sistema Nacional de Informações sobre o Saneamento (SNIS).
Kadygia Ferreira <kadygia.ferreira@maquinacohnwolfe.com>