As metas que integram o Marco Legal do Saneamento Básico

Lei nº 14.026/2020 traz novas perspectivas para as companhias do setor.


Em até dez anos, 99% da população brasileira deverá ser atendida com água potável e 90% com a coleta e o tratamento de esgoto. As metas integram o Marco Legal do Saneamento Básico, instituído pela Lei nº 14.026/2020. Além de impactos sociais significativos, o cumprimento dessas ações traz reflexos econômicos.

Para atingir as metas propostas, a lei abriu espaço para a iniciativa privada investir na área. Só em 2021, os leilões de concessão para prestação do serviço de saneamento básico atraíram R$ 37,7 bilhões, segundo informação divulgada pelo Governo federal.

A movimentação econômica tem chamado a atenção dos investidores. A expectativa é que os ativos das companhias do setor passem por um processo de valorização.

O frenesi começou em 2020, logo que o Senado aprovou o marco legal. De acordo com informações da Bolsa de Valores (B3), entre março e maio daquele ano, as ações da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) e da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) registraram valorizações, apesar da crise provocada pela pandemia da Covid-19.

As ações da Sabesp (SBSP3) mais do que dobraram de valor, registrando um aumento de 114%. Os ativos da Copasa (CSMG3) e da Sanepar (SAPR4) subiram 88% e 65%, respectivamente.

Vale a pena investir?

As perspectivas para as empresas de saneamento listadas na B3 seguem promissoras e, por isso, cada vez mais atrativas aos investimentos. A análise otimista considera não só a movimentação econômica em torno do setor, como também a característica essencial dos serviços, a forte regulamentação e o aumento da demanda nos próximos anos.

A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) explica que, ao adquirir ações de uma empresa, o investidor ganha status de acionista. Por isso, deve conhecer muito bem o histórico e as projeções do negócio.

De acordo com a instituição, antes de escolher em qual companhia e setor investir, é recomendável avaliar o histórico, o desempenho, a gestão e as perspectivas para o futuro.

No caso das empresas de saneamento básico, um aspecto positivo é que elas atuam com um serviço essencial para a população e que, nos próximos anos, atenderá um número maior de consumidores.

Em geral, são empresas longevas, que se mostram resilientes às variações econômicas do mercado. A Sanepar e a Copasa foram criadas há 60 anos. Já a Sabesp completa cinco décadas de existência em 2023.

Outro fator favorável às companhias é a regulamentação, que atinge um novo patamar através do Marco Legal do Saneamento Básico. A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico passará a editar normas de referência, o que deve estabelecer um padrão mais alto de qualidade dos serviços e da gestão.

Como investir

Para investir em ações, é necessário abrir uma conta em uma plataforma de investimento. Através dela é feita a conexão entre o investidor e o home broker da B3, um ambiente virtual e protegido. Os comandos de compra e venda são realizados on-line.

A Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) alerta que as ações são produtos financeiros de renda variável, categoria que pode oportunizar um retorno financeiro maior. Em contrapartida, também é mais arriscada. 

Por isso, esse tipo de investimento não é aconselhável para quem tem um perfil conservador, que prioriza a segurança do patrimônio financeiro em relação à rentabilidade.

A Anbima orienta que o futuro investidor informe-se sobre as características principais dos produtos financeiros – segurança, liquidez e rentabilidade – para compreender qual opção disponível no mercado financeiro está mais alinhada aos seus interesses.

Luiz Mehl
luiz.mehl@expertamedia.com.br

Publicidade