Alga e efluentes do etanol

O Brasil é o lider mundial na produção de Etanol – uma fonte de energia “verde” e renovável. No entanto, as usinas de etanol não são inofensivas


Alga e efluentes do etanol

O Brasil é o lider mundial na produção de Etanol – uma fonte de energia "verde" e renovável. No entanto, as usinas de etanol não são inofensivas ao meio ambiente. Os efluentes despejados pelas usinas contém água altamente carregada de nutrientes que causam poluição dos rios e de gás carbônico, CO2, que contribui para agravar o problema do efeito estufa. É possível aproveitar esses efluentes para gerar novas fontes de energia e produzir ração animal, cosméticos e remédios?
A BioProcess Algae LLC en Shanadoah, Iowa, EUA, está localizada junto a uma usina de etanol derivado do milho. Lá eles aproveitam os nutrientes da água e o CO2 que vem dessa usina para cultivar algas e, ao mesmo tempo, limpar a água para reutilização. As algas são continuamente colhidas numa forma extremamente pura para serem usadas na produção de biocombustíveis, ração animal, cosméticos e remédios. Com a redução da poluição e a produção de um produto valioso, o ganho é duplo.
O segredo do sucesso dessa tecnologia de cultivo é simples: em vez de lutar contra a formação de limo ou de filmes biológicos que se acumulam em qualquer ambiente úmido, a BioProcess Algae os utiliza. No coração de cada biocultivadora há um material inédito baseado em biofilme com uma ampla área de superfície que acelera o crescimento seletivo de algas, de uma forma controlada, versátil e econômica.

Alga e efluentes do etanol
Alga e efluentes do etanol

A água quente da usina de etanol, carregada de nutrientes, flui pelas patenteadas biocultivadoras Grower HarvesterTM, da BioProcess Algae. São acrescentados o gás CO2 e muita energia solar para estimular o crescimento das algas. Com a ação centrífuga das bio-cultivadoras, as algas aproveitam o máximo de energia solar e CO2. A mesma ação centrífuga ajuda na colheita e na separação das algas. Parte da biomassa criada no processo e da água residual retornam para a usina de etanol e são reaproveitadas.

Alga e efluentes do etanol


As vantagens do processo BioProcess Algae são múltiplos:
• A produção de algas é a mais econômica maneira de cultivar biomassa e a que requer a menor quantidade de água.
• As biocultivadoras da BioProcess Algae usam apenas uma pequena fração da água necessária ao cultivo de milho, soja, trigo e arroz.
• O desenho é simples, sua construção é econômica e exige pouco tempo de parada da usina.
• A área necessária para a instalação do bioprocessador é pequena e pode estar localizada ao lado das usinas já existentes.
• A emissão de carbono é drasticamente reduzida.
• Nutrientes, principalmente o nitrato, são confinados nos bioreatores e não são liberados no meio ambiente, como adubos, de onde eles poderiam migrar para os rios.
• Além do biocombustível e do bioquímico, a bio-massa produzida tem o potencial para o uso na fabricação de ração animal, cosméticos e como suplemento nutricional para uso humano e animal.

Alga e efluentes do etanol
Alga e efluentes do etanol

BioProcess Algae é uma joint-venture criada em novembro de 2008 entre Green Plains Renewable Energy, BioProcess H2O, Clarcor e NTR. A planta piloto para testar o conceito na prática foi instalada em 2009. As operações dessa primeira fase se iniciaram quando os reatores do laboratório foram acoplados a uma usina de etanol. Os resíduos da usina, tais como excesso de calor, gás carbônico e água efluente, alimentam a alga que se reproduz além do planejado. A água é retirada da biomassa através de um sistema de centrífugas e filtros membranosos. Todos os sistemas foram interligados ao da usina de etanol e operam automaticamente.
Com o sucesso da "Phase I", reatores adicionais foram construídos e instalados em 2010. Os novos reatores da "Phase II" foram inoculados com as bactérias apropriadas em dezembro de 2010. Em abril de 2011, os reatores foram apresentados ao público, aos acionistas e ao governo federal e estadual, em pleno funcionamento.
BioProcess Algae está reduzindo o custo na produção do etanol, minimizando a poluição dos efluentes e produzindo biomassa pura com alto valor no mercado. Olhando para o futuro, essa tecnologia de tratamento de efluentes pode ser acoplada a outras indústrias que geram excesso de calor, gás CO2 e água efluente contaminada com excesso de nutrientes.

Alga e efluentes do etanol
Alga e efluentes do etanol


Fique atento às novidades e resultados da "Phase II" da Grower Harvestor Bioreactor do BioProcess Algae. Esta nova tecnologia pode ser o casamento perfeito com as usinas de etanol, convertendo os efluentes em novas fontes de renda.

 

Jeffrey J. Hanson
jeffreyHanson@revistaTAE.com.br
www.bioprocessalgae.com

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