Esforço global de monitoramento de Poluentes Orgânicos Persistentes

Na abertura, o diretor de Engenharia e Qualidade Ambiental, Carlos Roberto dos Santos, representando o presidente da Companhia Ambiental do Estado de SP


O seminário “Apoio ao Plano de Monitoramento Global (GMP) de Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs) da Convenção de Estocolmo – Fase 2, realizado em 27 e 28/2, teve como objetivo apresentar os resultados obtidos em relação ao monitoramento de POPs no Brasil, com ênfase aos novos POPs: PFAS e PBDEs/PBBs, incluídos na fase 2.

Na abertura, o diretor de Engenharia e Qualidade Ambiental, Carlos Roberto dos Santos, representando o presidente da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – CETESB, Thomaz Toledo, agradeceu a possibilidade de a Companhia participar do trabalho de monitoramento dos POPs. “São compostos perigosos e só conseguiremos adotar ações eficientes se tivermos medições confiáveis.”

Professora e pesquisadora da Universidade de Örebro, na Suécia, Heidelore Fiedler agradeceu aos organizadores do seminário. “Temos percorrido um longo caminho em 42 países para estabelecermos estações de monitoramento conectadas com nossos laboratórios, que operam como referência para esses estudos. O passo final será interpretar os dados e entender o que teremos de fazer para eliminar os POPs do meio ambiente e de nossas vidas. Temos mais de 30 mil dados analíticos para serem avaliados.”

Thaianne Resende Henriques Fábio, do MMA, disse que o compartilhamento de conhecimento tem sido muito importante para o andamento da fase 2. “É um trabalho importante para o Brasil e para o mundo.”

Técnica do setor de Química Orgânica da CETESB, Camila Rodrigues da Silva destacou em sua apresentação que foram atingidos os objetivos de construção de capacidade analítica para os novos POPs dessa fase do projeto. “Estamos sempre implementando melhorias, mas a quantidade de amostras ainda é um desafio.”

O evento sob as coordenações do Ministério do Meio Ambiente e da Cetesb, contou com a participação de pesquisadores nacionais, que apresentaram estudos realizados no Brasil, e da pesquisadora Heidelore Fiedler, que apresentou os dados de monitoramento mundiais realizados através do mesmo projeto de apoio ao monitoramento global de POPs em andamento em diversas regiões no mundo.

Gerente da divisão de Análises Físico-Químicas da CETESB, Maria Yumiko Tominaga disse que apesar dos avanços alcançados e da geração de inúmeros resultados apresentados no seminário, como a redução da concentração do pesticida endosulfan no ar em São Paulo, confirmando a real eficácia de medidas tomadas nos planos de ação do governo federal, ainda existem grandes desafios.

Dentre eles, aponta a inclusão periódica de novos POPs na lista da Convenção de Estocolmo e a necessidade de manutenção do monitoramento de forma que possibilite a avaliação de tendências temporais das concentrações destes poluentes. “O maior desafio para o monitoramento de POPs é a necessidade de equipamentos de ponta, infraestrutura laboratorial e pessoal especializado para a detecção destas substâncias”, afirma a gerente.

A representante do MMA, Cayssa Marcondes, destacou durante o encerramento do evento que muitos dados já foram gerados, mas os técnicos ainda têm grandes desafios. “Não podemos nos furtar a nos mantermos atualizados para cumprirmos a Convenção de Estocolmo. Ao Trabalho!

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