A reflexão provocada pelo Dia Mundial da Água, celebrado neste mês, evidenciou o aumento da quantidade de poluentes que escapam ao monitoramento e às técnicas convencionais de tratamento. O problema vem sendo enfrentado pelo Instituto Nacional de Tecnologia (INT/MCTI) por meio de pesquisas tecnológicas, que se voltam a desenvolver soluções para evitar que esses contaminantes atinjam efluentes e o abastecimento de água.

Cinco bolsistas que realizam seus projetos em diferentes laboratórios do INT, em parceria com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), apresentam conclusões e propostas de trabalhos relacionados ao tema, nesta terça-feira (28/03), às 14h30, no evento on-line Terças Tecnológicas, no Canal do INT no Youtube (youtube.com/INTcomunica).

O bolsista Agape Mattos, da área de Química e Biotecnologia do INT, apresenta a proposta de uma nova etapa no processo das estações de tratamento de água para reter a contaminação por antivirais. Graduado em farmácia, ele desenvolve um processo oxidativo avançado, que usa raios ultravioleta e água oxigenada, para a remoção desses fármacos, especialmente a lamivudina, usada no tratamento do HIV, cuja presença foi constatada no Rio Guandu, que abastece a região metropolitana do Rio de Janeiro.

A oceanógrafa Alenne Junqueira fala sobre seu trabalho voltado a remover da água os chamados contaminantes emergentes: grupo que abrange medicamentos, produtos de cuidados pessoais, hormônios, pesticidas e outros produtos químicos

cada vez mais comuns em rios, lagos, oceanos e até mesmo na água potável. Tema de doutorado em Engenharia Ambiental, a pesquisa alia o cultivo de microalgas para fins de alto valor comercial, com o uso da biomassa residual para deter esses contaminantes.

A engenheira química Camila Ferreira apresenta uma tecnologia que associa carvão ativado a uma reação de fotocatálise para degradação de resíduos de corantes lançados em efluentes industriais. O trabalho se soma às pesquisas desenvolvidas no Laboratório de Catálise do INT, que aplicam luz junto com catalisador de grafeno misturado a ferro ou vanádio. O diferencial da investigação de Camila, que faz parte do seu doutorado em Engenharia Química, é o carvão ativado, que amplia a superfície de contato dos catalisadores com a água, aumentando a eficiência da reação.

A química Industrial Gislaine Costa, doutora em Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos, mostra seu trabalho voltado a retirar das águas os HPAs (hidrocarbonetos policíclicos aromáticos): contaminantes que vêm das emissões veiculares, fumaça de cigarro, incineração de lixo, gás natural e outras fontes de aquecimento industrial e residencial, com efeitos negativos ao meio ambiente e à saúde humana. Os métodos de monitoramento propostos são capazes de identificar 16 HPAs comumente presentes na água e os processos de tratamento para a remoção desses compostos usam tanto processo oxidativo avançado como biocarvões adsorventes feitos com resíduos agroindustriais.

O professor do IFRJ, Oswald Viana da Silva, apresenta seu voltado ao controle da geosmina, aquele composto orgânico que gera cheiro e gosto indesejáveis na água. Correspondendo à sua pesquisa de doutorado pelo Instituto de Química da UERJ, o trabalho utiliza catalisadores de vanádio, ferro e manganês, e a tecnologia tem se mostrado capaz não apenas de reter a geosmina, como de decompor inteiramente a sua molécula.

As Terças Tecnológicas são destinadas à divulgação científica para público universitário e para a sociedade em geral, não necessitando de inscrições prévias. A moderação será da engenheira química Andréa Farias, coordenadora de Tecnologias Químicas do INT, e ao final das apresentações, os palestrantes responderão a perguntas dos outros participantes e do público.

Serviço:

Terças Tecnológicas – evento online

Tema: Qualidade da água: novas tecnologias

Data: 28/03, terça-feira

Horário: 14h30

Canal: youtube.com/INTcomunica

Justo D'Avila <sistemas@mailingimprensa.com.br>