32º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental (CBESA) – o Congresso da ABES
ABES -
Dois painéis que integram a programação das Câmaras Temáticas do evento vão debater a importância do controle e gestão das perdas de água
Nas ações relacionadas à perda de água e eficiência energética estão sendo considerados alguns dos elementos fundamentais para ajudar os players do setor de saneamento a cumprir as metas do Novo Marco Legal do Saneamento Básico e estão contemplados na programação do 32º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental (CBESA) – o Congresso da ABES, que acontecerá entre 21 e 24 de maio, em Belo Horizonte, Minas Gerais. O cenário de desenvolvimento tecnológico e profissional que o Brasil vem apresentando, impulsionado pela nova regulação, também faz com que esses assuntos estejam diretamente ligados ao tema central do evento: “Saneamento ambiental: desafios para a universalização e a sustentabilidade”.
Em sua realização totalmente no formato presencial, o mais importante encontro sobre saneamento ambiental do país, promovido pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental -ABES, vai proporcionar oportunidades para debates e trocas de experiências com profissionais reconhecidos em nível nacional e internacional.
Segundo Ricardo Röver, coordenador da Câmara Temática de Gestão de Perdas e Eficiência Energética da ABES, a partir do momento que saiu o novo Marco Regulatório e, posteriormente, a Portaria 490, do Ministério do Desenvolvimento Regional, algumas preocupações ficaram mais evidentes para os profissionais do setor de saneamento. A primeira delas, conforme o especialista, está ligada à universalização do saneamento, uma vez que muitos estados brasileiros ainda não têm nem distribuição correta de água, muito menos esgotamento sanitário. Alguns outros municípios têm o seu sistema universalizado para distribuição de água, mas existe uma carência muito grande para o esgotamento sanitário. “Sendo assim, nesse país tão diverso e desigual, o novo marco regulatório veio para buscar a universalização do abastecimento e esgotamento sanitário para garantir a normalidade de vida para a população a partir de melhorias ambientais e sanitárias e, nesse contexto, a redução de perdas hídricas e a eficiência energética, duas áreas que andam juntas, são elementos fundamentais para ajudar no atingimento das metas até 2033”, explica Röver. O coordenador chama a atenção para o fato de que o índice de perdas de água brasileiro está na faixa dos 40%. “O que só aumenta a urgência de controlarmos e fazermos a gestão das perdas hídricas no país”, salienta.
Profissionais experientes
Para Röver, quando falamos em desafios para atender ao novo marco legal temos que considerar, entre eles, os desafios materiais, tecnológicos e de capacitação. Com base nisso, os painéis do 32º Congresso vão contar com profissionais que possuem conhecimento e experiências relevantes para debater esses assuntos. Para o painel “Desafios e oportunidades que o novo Marco trouxe para a redução de perdas e eficiência energética” já estão confirmados até o momento Luana Pretto, presidente-executiva do Instituto Trata Brasil; Gustavo Mendez, do BID; Karla Bertocco, Independent Boarder Member. E no painel “PPPs como alternativas às empresas públicas para atingimento das metas de perdas de água” estarão os especialistas Maycon Rogério Abreu, da Sabesp; Bruno Pereira, especialista em concessões e PPPs, cofundador da Radar PPP; e Mauricio Portugal Ribeiro, do escritório Portugal Ribeiro Advogados.
Ricardo Röver salienta que esses painéis vão ao encontro dos objetivos da Câmara Temática de Gestão de Perdas e Eficiência Energética da ABES, que está sempre preocupada em trazer para os seus participantes assuntos atuais e relevantes para o incremento de ações efetivas no setor. “O momento atual está muito voltado à aplicação do novo marco regulatório do saneamento o que levou os integrantes da Câmara a entenderam que deveríamos trazer para esta edição do Congresso elementos relacionados aos desafios que implicam para a redução de perdas e proporcionando a discussão das possibilidades que temos para o atingimento das metas por meio das PPPs. São assuntos que certamente vão trazer aos participantes do congresso informações relevantes para a implantação de novas ferramentas e boas práticas nos sistemas de abastecimentos ou nas suas empresas de saneamento e consultoria, visando, sobretudo, a melhoria das condições de vida da população brasileira”, ressalta Ricardo Röver.
Sobre as temáticas dos painéis, Röver considera que no cenário atual, do novo marco regulatório do saneamento, que está exigindo metas bastantes ousadas de redução de perdas de água e de melhorias da eficiência energética, a Câmara Temática traz neste painel perspectivas de como o setor de saneamento vai conseguir resolver os problemas, atuando para alcançar as metas e efetivamente reduzir as perdas. “Existem diversas formas que são analisadas pelas empresas de saneamento em seus cotidianos. Hoje, existem vários investimentos relacionados a perdas de água realizados com recursos próprios e muitos que estão sendo desenvolvidos pelos contratos de performance, por isso vamos apresentar a possibilidade de celebração de parcerias público-privadas para atingimento das metas”, destaca.
Perspectivas positivas
O executivo explica que quando se fala em PPPs, por exemplo, imediatamente elas são associadas aos grandes investimentos que devem ser realizados nos projetos, mas é possível fazer também por meio do compartilhamento de tarefas e serviços. “É uma parceria entre o ente público e o ente privado. No caso da redução de perdas, hoje, no Brasil, nós precisamos de grandes investimentos porque os nossos sistemas ao longo dos anos foram concebidos e ampliados e existem grandes deficiências de infraestrutura e precisamos de investimentos nesses projetos para redução de pressão, para setorização, recursos para gestão inteligente dos sistemas, colocando inteligência artificial, machine learning, entre outras ferramentas disponíveis no mercado”, aponta.
Em suma, o especialista avalia que precisamos dar um salto de qualidade nos nossos sistemas de abastecimento. “Para isso, vamos realizar uma mesa redonda para escutar profissionais que possuem competência e experiência para tratar desse assunto, e discutir efetivamente se esta é realmente uma alternativa, mostrando de que modo as PPPs podem ser aplicadas, quais as vantagens, desvantagens e desafios que efetivamente temos nesse campo”, avalia. Ao mesmo tempo, Röver informa que já temos vários exemplos bem-sucedidos no Brasil, como o da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), com a empresa Metrosul, no Rio Grande do Sul, para a universalização do esgotamento sanitário na região metropolitana do estado.
Para ele, as questões relacionadas às PPPs vão acrescentar muito conhecimento aos profissionais participantes porque é um debate novo na sociedade. “Nós sabemos que em todas as empresas de saneamento, sejam privadas ou públicas, existe uma grande preocupação com a redução de perdas e com a eficiência operacional. As empresas públicas e privadas estão investindo bastante em tecnologias, em conhecimento, capacitação das suas equipes e tenho certeza que o congresso vai ser uma grande oportunidade para apresentar e elucidar essas questões”, observa.
Os dois painéis compõem a grade de programações das Câmaras Temáticas da ABES e contarão com a participação de profissionais reconhecidos nacional e internacionalmente para compartilhar conhecimentos e experiências. “Nosso propósito é apresentar e identificar os desafios do Novo Marco do Saneamento, bem como reconhecer as oportunidades que este novo momento apresenta para o Brasil”, diz. Diante disso, as expectativas com o 32º Congresso da ABES são as melhores. “Nós sabemos do profissionalismo que é conduzido o congresso, a qualidade dos painéis, isso é algo que se consolidou já há muitos anos. Realmente, é um grande evento para o saneamento do Brasil e, certamente, vai contribuir muito positivamente para a carreira e o conhecimento dos profissionais. Participe!”, convida Ricardo Röver.
Assista aqui ao vídeo de Ricardo Röver sobre os painéis.
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