Estado do Rio quer gerar riqueza sustentável com negócios que têm a água como protagonista
Revista Fator Brasil -
“BlueRio” é focado na geração de riqueza através da água, e conta com a participação da Águas do Rio e startups globais.
O Estado do Rio quer gerar riqueza sustentável com negócios que têm a água como protagonista. Para isso, o Governo lançou, no dia 17 de abril (segunda-feira), o projeto “BlueRio”, que através de um “hub” de startups terá como objetivo buscar soluções inovadoras e as potencialidades do Rio de Janeiro nas áreas do saneamento, portos e logística, navegação, sustentabilidade e energia. A concessionária Águas do Rio foi uma das empresas que já se associaram ao programa, que será coordenado pela consultoria de inovação aberta Beta-i Brasil e terá como sede a Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro).
—O saneamento é um grande indutor da economia, com melhorias na saúde, educação e na qualidade de vida, além de valorização imobiliária e estímulo ao turismo, por exemplo. O Instituto Trata Brasil realizou um estudo de impacto econômico de nossa entrada em 27 cidades do estado e apurou um ganho líquido para a população de R$ 37 bilhões durante os 35 anos de execução de nosso contrato —afirmou o presidente da Águas do Rio, Alexandre Bianchini.
Segundo o governador em exercício e secretário estadual de Ambiente e Sustentabilidade, Thiago Pampolha, a concessão dos serviços de saneamento foi o primeiro passo na criação de um projeto mais amplo, como o “BlueRio. —Sem saneamento não podemos falar de segurança hídrica ou de economia azul. O Governo do Rio teve a coragem de ser pioneiro neste cenário, com vistas à recuperação da Baía da Guanabara e dos nossos complexos lagunares. Mais uma vez, saímos na frente e mostramos nosso valor, quebrando paradigmas e investindo no que precisa ser investido —frisou Pampolha.
Serão trabalhadas soluções em cinco áreas estratégicas: saneamento, portos e logística, navegação, sustentabilidade e energia. Sete empresas se comprometeram em apoiar o programa: GALP, Oceanpact, Vibra Energia, Águas do Rio, Porto do Açu, Wilson Sons e Cedae. —Nós vamos fazer o levantamento dos nossos desafios. Então o primeiro passo é as empresas envolvidas, o poder público e a academia apresentarem os seus desafios — explicou Pampolha.
— Por exemplo, o governo do Rio de Janeiro quer ativar o nosso polo pesqueiro. Já arrematamos o antigo Estaleiro Caneco que é um terreno de 135 mil metros quadrados. Se a gente identifica um gargalo para a sustentabilidade ali, então a gente coloca um projeto nesse hub de inovação. A aceleradora vai fazer uma pesquisa em startups do mundo inteiro e identificar uma solução que sirva para nós. Então não vamos começar cadastrando startups. Vamos cadastrar os nossos problemas e colocar esses problemas como um cardápio de interesse das startups mundiais — acrescentou.
Para desenvolver o hub, foi firmada parceria com a consultoria Beta-i que já atua como aceleradora de startups em iniciativas semelhantes na Europa e na Ásia. Esse trabalho deverá durar um ano. Além do hub, o Blue Rio engloba outras medidas. Está previsto um aporte de R$ 12 milhões para iniciativas que serão desenvolvidas ao longo de três anos em parceria com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Cofounder e CEO da Beta-i, Renata Ramalhosa disse que a iniciativa tem cinco pilares, sendo um deles o saneamento. —Estamos agora na fase de diagnóstico com cada empresa, mas queremos buscar mais eficiência, mais segurança portuária, criação de valor sobre os corpos hídricos entre a população periférica, o uso consciente da água. A sustentabilidade é transversal a todo o programa —explicou.
Dentro do projeto, a Águas do Rio trabalhará, com diversos parceiros públicos e privados que atuam na área da economia azul, na co-criação de um futuro mais sustentável, com o uso consciente dos recursos hídricos. Além disso, há a expectativa de uma importante troca de experiência, com a realização de workshops, treinamentos e o desenvolvimento de projetos com startups internacionais, entre outras ações.
Atuação da Águas do Rio — Em um ano e cinco meses de atuação, a Águas do Rio impactou positivamente a vida de milhões de fluminenses. A empresa levou água encanada de qualidade, pela primeira vez, para mais de 250 mil famílias. Foram realizadas diversas obras de alto impacto. Trocas de equipamentos, fim de vazamentos históricos, desentupimentos e a instalação de 234 km de novas redes, por exemplo, que beneficiaram 4,8 milhões de pessoas com melhorias no fornecimento de água e 5,3 milhões com avanços na coleta e tratamento de esgoto.
No projeto de recuperação da Baía de Guanabara, através da revitalização das estruturas de esgoto e fiscalizações, as ações da concessionária já evitam o despejo de, aproximadamente, 35 milhões de litros de esgoto por dia nas águas da baía. O resultado desse esforço já se comprova em repetidos laudos de balneabilidade em praias historicamente poluídas como Paquetá, Ilha do Governador, Flamengo e Botafogo. A previsão é que a qualidade da água melhore a cada ano, tornando a baía um ecossistema saudável.