O 1º Seminário sobre Saneamento Rural no Estado de São Paulo, com casos do Vale do Paraíba, reuniu especialistas e empresas do setor na última sexta-feira, 28 de abril. O evento foi promovido pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental Seção São Paulo (ABES-SP), por meio da Subseção Cone-Leste Paulista, com transmissão ao vivo pelo YouTube.

A realização contou com patrocínio da Bulbless Soluções Ambientais e da Aquastar Indústria e Comércio Ltda e apoio institucional do Sindicato Rural de São José dos Campos e Cruzeiro e do Sindicato Rural Cruzeiro e Lavrinhas.

A programação foi dividida em duas partes. No período da manhã, o moderador foi Breno Botelho Ferraz do Amaral Gurgel, vice-presidente da Subseção Cone-Leste Paulista. À tarde, a moderação ficou por conta de Maria Judith Marcondes Salgado Schimdt, representante do Conselho Consultivo da Subseção Cone-Leste Paulista.

Ao todo, foram oito palestras durante o dia, sendo cinco institucionais com a presença do poder público, da sociedade civil e da ABES-SP, além de três apresentações técnicas de empresas do setor, que possuem tecnologias para atender comunidades isoladas e rurais.

“Esse primeiro seminário é uma realização conjunta da ABES-SP e da ABES do Cone-Leste, que cobre a região do Vale do Paraíba, da Serra da Mantiqueira e do Litoral Norte”, reforçou Jorge Monteiro, presidente da Subseção Cone-Leste Paulista da ABES-SP, na abertura do evento.

“É uma imensa satisfação estar aqui e ter viabilizado esse evento, que foi uma construção e um esforço conjunto. Agradeço toda a equipe da ABES-SP e da subseção Cone-Leste, que se empenhou para estruturar o seminário, que é de máxima importância para o saneamento rural do estado. Porque nós sabemos que esse é um dos grandes desafios para o Brasil no que diz respeito a abastecimento de água, esgotamento sanitário e o destino correto dos destinos sólidos”, enfatizou Luis Eduardo Grisotto, diretor da ABES-SP e coordenador da Câmara Técnica de Recursos Hídricos da seção.

“Dos cerca de 30 milhões de brasileiros que vivem em zonas rurais, só 22% possuem saneamento básico adequado. Isso já é um número suficientemente assustador para que provoquemos eventos como estes e discussões como esta. Para que fomentemos esse debate em prol da melhoria do saneamento ambiental, que precisa resultar em políticas, soluções, tecnologias e inovação para que as atividades econômicas no meio rural superem esse desafio que é o saneamento, a saúde e a qualidade de vida”, complementou Grisotto.

Discussões do seminário

A primeira palestra foi trazida por Magali Neves Rodrigues, Secretária de Meio Ambiente e Bem-Estar Animal de Taubaté, e Gabriel de Miranda Alcântara, Gestor de Licenciamento Ambiental, em nome do prefeito da cidade, José Saud. Os convidados abordaram contratos, estudos e meios que o município está buscando para poder achar uma solução para levar o saneamento a áreas isoladas.

Em seguida, Ana Lúcia Brasil, coordenadora da Câmara Técnica de Saneamento em Comunidades Isoladas da ABES-SP, apresentou uma palestra técnica sobre as ações da ABES-SP na Temática do Saneamento Rural.

O terceiro tema do seminário foi “Um relato da FUNASA em São Paulo: Estudos e Planejamento de Ações em Saneamento Rural para os Municípios Paulistas, com ênfase nos Municípios do Vale do Paraíba”, ministrado por Adam Douglas Sebastião Pinto, coordenador de Engenharia Pública da SUEST-SP e Superintendente Estadual.

Na sequência, José Donizete, diretor-presidente da Aquastar Indústria e Comércio, fez uma apresentação sobre o Uso de Elevatórias Compactas na Ampliação de Redes de Coleta de Esgoto.

Os convidados realizaram um debate sobre os temas apresentados, discutindo as principais soluções e os desafios para garantir o saneamento a áreas rurais e isoladas.

A primeira palestra da tarde foi “ETE Compacta como alternativa eficiente para universalização do Saneamento”, trazida por Thaís Gonçalves, gerente de Sustentabilidade da Bulbless Soluções Ambientais.

Daniel Kuchida, cofounder da Envirotech e gestor de novos negócios na Pwtech, apresentou Cases de Sucesso e a Importância do Modelo de Gestão para a Segurança Hídrica.

Trazendo a visão do poder público para o debate, Diogo Sarmento de Azevedo Lessa, assessor técnico da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo, falou sobre o Plano Estadual de Saneamento Básico de São Paulo, abordando desafios e prioridades.

Por fim, Caroline Brisola, advogada da equipe de saneamento e sustentabilidade do Escritório Manesco, Ramires, Peres, Azevedo Marques Sociedade de Advogados, abordou aspectos jurídicos do setor de Saneamento Rural.

Saneamento rural em foco

O presidente da ABES-SP, Luiz Pladevall, falou no encerramento do evento. “O Brasil é um continente, nós temos muitas características regionais. Ou seja, o que ocorre no Sudeste é totalmente diferente do Norte e do Nordeste. É importante ter uma política pública. Infelizmente, no próprio saneamento urbano, os decretos estão atrasados e não contemplam vários itens importantes do saneamento”, avaliou. “O que estamos fazendo aqui é importante para o debate, para que olhemos para o saneamento rural. A visão da ABES é a de que juntos nós podemos melhorar o saneamento no Brasil”, reiterou Pladevall.

A Subseção Cone-Leste Paulista abrange as seguintes cidades:

Aparecida, Arapeí, Areias, Bananal, Caçapava, Cachoeira Paulista, Campos do Jordão, Canas, Caraguatatuba, Cruzeiro, Cunha, Guararema, Guaratinguetá, Igaratá, Ilhabela, Jacareí, Jambeiro, Lagoinha, Lavrinhas, Lorena, Monteiro Lobato, Natividade da serra, Paraibuna, Pindamonhangaba, Piqueta, Potim, Queluz, Redenção da serra, Roseira, Santa Branca, Santa Isabel, Santo Antônio do Pinhal, São Bento do Sapucaí, São José Barreiro, São José dos Campos, São Luíz do Paraitinga, São Sebastião, Silveiras, Taubaté, Tremembé, Ubatuba.