A gestão de resíduos contribui com a natureza

Além do impacto ambiental positivo, a cleantech gaúcha já gerou mais de R$1,2 milhões em renda para famílias que vivem da reciclagem.


Segundo relatório do Banco Mundial, cerca de dois bilhões de toneladas de resíduos sólidos em áreas urbanas são produzidas a cada ano no mundo, tornando cada dia mais urgente uma maior conscientização sobre a importância de preservar o meio ambiente. 

Executando função fundamental nesse cenário, a gestão de resíduos contribui com a natureza, colabora com a inclusão social, desenvolvimento econômico e gera oportunidades de impacto positivo na sociedade. 

Por outro lado, temos a questão da logística reversa que cada vez mais ganha atenção nas indústrias do mundo inteiro. Com números animadores para o âmbito sustentável e econômico, o relatório Mercado de Logística Reversa: Tendências Globais do Setor 2023 estima que até 2028, o mercado de logística reversa alcançará aproximadamente US$859 bilhões no mundo.

Logística reversa e gestão de resíduos, quando trabalhadas conjuntamente, fazem surgir ideias de negócios e inovações que transformam o modo como essas temáticas são tratadas no Brasil. Um exemplo é a cleantech Trashin, startup gaúcha que promove a economia circular por meio de gestão de resíduos 360° e de programas de logística reversa. 

Com sede em Porto Alegre (RS) e atuação em empresas nas cinco regiões do Brasil, a Trashin tem como core business desenvolver ações de gestão de resíduos. Por meio de parcerias com cooperativas, os trabalhos de coleta, transporte, armazenamento, reaproveitamento e descarte correto dos resíduos de uma empresa são realizados de forma que sejam menos prejudiciais ao meio ambiente. 

Gestão de resíduos

Durante a trajetória da Trashin, houve a necessidade de criar um lugar próprio para fazer experimentações e implementar inovações no setor, algo que não é costumeiro neste mercado. Foi assim que foi criado o Espaço Trashin, localizado em Porto Alegre, no bairro Humaitá. Além da separação dos materiais, o Espaço Trashin também é usado como um laboratório de gestão de resíduos. É neste local que a equipe se reúne para estudar, projetar, testar e implantar novos projetos de gestão de recicláveis, além de aprimorar as soluções de logística reversa. 

"Além desse espaço de reciclagem ter um papel importante na preservação do meio ambiente e promover um impacto social positivo, o espaço é um hub de inovação e criatividade, onde se realizam experiências e protótipos com o objetivo de encontrar novas soluções para a gestão de resíduos e promover a economia circular. Isso só é possível graças aos cerca de 50 colaboradores que nos ajudam diariamente em todos os processos, desde os mais operacionais aos técnicos”, destaca o cofundador da startup, Rafael Dutra. 

Recentemente ganhou destaque ao ser o destino de todos os resíduos gerados pelo público do South Summit Brazil, uma das maiores conferências de inovação do mundo que foi realizada na capital gaúcha. 

Dutra também explica que foi neste ambiente que a empresa testou formas de reciclar o plástico EPS/XPS (isopor), que era difícil de ser reaproveitado devido ao baixo peso. “Hoje temos parceiros que podem processar esse resíduo. Através da máquina peletizadora, é possível derreter o material, diminuir o volume e o transformar em massa plástica com peso relevante novamente. Isso ajuda na venda e transporte do isopor”, explica. 

O espaço já foi responsável por diversos cases de sucesso envolvendo marcas gigantes como Havaianas e iFood. Por meio de programas de logística reversa, produtos que seriam descartados são coletados, separados, passam por um processo de triagem e recebem uma nova utilidade. "Isso possibilita não apenas reduzir a quantidade de resíduos enviados para aterros, mas também, cria-se novas oportunidades e práticas de negócios sustentáveis", reitera Dutra.  

Transformação social 

O Espaço Trashin promove um impacto social positivo para diversos colaboradores que atuam em processos de reciclagem e administrativos. Entre eles, o venezuelano, José Romero, 39 anos. Professor de Pedagogia com Mestrado em Gerência de Educação em seu país de origem, enfrentou diversos problemas burocráticos para conseguir emprego no Brasil devido à invalidações em seu diploma ao chegar no país.

Em outubro de 2020, começou no Espaço Trashin como coletor de materiais e resíduos. Devido a sua dedicação e comprometimento com o trabalho, foi ganhando reconhecimento e assumindo novos desafios no lugar. Até que em fevereiro deste ano recebeu uma promoção e tornou-se Analista de Informação de Negócios. "É uma honra ter acompanhado desde o início o crescimento e evolução da Trashin. O que me deixa mais orgulhoso é ter tido a oportunidade de crescer junto a ela”, explica. 

Dutra reitera a importância do trabalho dos funcionários, entre eles, os venezuelanos, que são responsáveis por boa parte do processo. “Aqui eles são contratados com todos os direitos trabalhistas e podem crescer profissionalmente de forma legalizada”, finaliza. 

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