O Brasil está entre os cinco países maiores produtores de lixo do mundo, segundo dados da WWF. São mais 125 mil toneladas de material e restos de comida descartados por dia, na maioria das vezes sem qualquer cuidado ou tratamento. Apenas 2,1% acabam efetivamente sendo reciclados. Para tentar reverter essa situação trágica, muitos condomínios têm buscado parcerias com empresas especializadas em gestão de lixo. Segundo o gerente de Novos Negócios da Cipa, Bruno Queiroz, a iniciativa garante um descarte adequado dos resíduos e gera maior conscientização dos moradores.

- Estamos produzindo cada vez mais lixo, isso é fato.  As cidades discutem esse tema de forma muito secundária, infelizmente. Alguns condomínios começaram a entender que esse é um problema que afeta a todos nós. Eles têm contado com empresas e startups especializadas nesse tema, o que tem gerado um envolvimento do morador nessa questão – avalia Queiroz.

A Cipa, uma das maiores administradoras de condomínios do país, fechou parceria com startup Minha Coleta, que atualmente atua em mais de 130 condomínios no Rio de Janeiro. A empresa instala contêineres nos edifícios, separando o material orgânico e o reciclável, e o recolhe uma vez por semana com seus caminhões.

- Ela conecta todos os elos da cadeia de coleta seletiva. Ela encontra quem recolhe o lixo nos condomínios e dá o destino certo a todo o material. Além disso, a empresa leva educação ambiental aos moradores e funcionários.

O lixo é levado para os galpões parceiros da startup e, depois de separado e pesado, é prensado e vendido à indústria recicladora. Todo o processo é rastreável e mostra como todo este ecossistema é integrado dentro da lógica de sustentabilidade.

-Os ganhos são imensuráveis para os condomínios que aderem a esse tipo de serviço. O descarte inadequado do lixo, que acaba gerando conflitos na ponta, simplesmente deixa de existir. Os moradores, por sua vez, passam a adotar práticas mais responsáveis em relação ao lixo. Esse movimento ajuda a dar uma noção maior de pertencimento à cidade, saindo um pouco da bolha do condomínio – explica Queiroz.

Clarimundo Flôres <clarimundo.flores@donacomunicacao.com.br>