Qualidade da água em tanques de peixes

A TATILFish desenvolveu uma solução autoral e contou com a ajuda da Smart Value Investment para escalar e ganhar mercado dentro do agrobusiness brasileiro


Segundo dados da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), a piscicultura movimentou, em 2022, 860.355 toneladas, com cerca de R$ 9 bilhões, gerando perto de 3 milhões de empregos diretos e indiretos. O Brasil é o quarto maior produtor mundial de tilápia, espécie que representa 64% da produção do país, e nos últimos anos a produção de peixes saltou 48,6% no país: de 578.800 t (2014) para 860.355 t (2022).

Foi de olho nesse mercado que João Maximiliano Marcondes, tecnólogo, e Luiz Henrique Volso, engenheiro agrônomo, desenvolveram uma solução para sanar um dos grandes problemas de criadores de peixe: a oxigenação da água. Assim surgiu, em 2017, a TATILFish, na cidade de Rolândia/PR, uma das primeiras startups brasileiras voltadas a desenvolver um sistema automatizado para o controle de ambiente em tanques e criadores de peixe para venda.

“Quem tem aquário em casa sabe o trabalhão que isso dá. Manter a oxigenação da água, cuidar da limpeza, alimentar os animais. Agora imagine escalar esse cenário para um tanque com milhares de litros de água e, ainda mais, destinado ao manejo de peixes para a venda”, cita João Marcondes.

Ele explica que, antigamente, o controle da oxigenação da água era feito de maneira muito rudimentar, o que levava os criadores a ligar os aeradores (equipamentos que trazem oxigênio na água) de maneira manual e muitas vezes sem um controle do tempo de uso. A questão é que qualquer problema nessa cadeia certamente gera prejuízos, já que a falta de oxigênio na água pode desde retardar o crescimento dos peixes como até mesmo levá-los a óbito.

Assim, o primeiro produto desenvolvido pela TATILFish foi o Controle Automático de Aeração, a partir do monitoramento do oxigênio dissolvido e ativação automática do funcionamento dos aeradores, proporcionando economia de energia elétrica e maior ganho de peso dos peixes.

Junto disso vieram outras soluções, como o Controle Automático de Arraçoamento, a partir do cálculo da quantidade correta de ração com base na temperatura da água e na biometria, automatizando os tratadores e diminuindo o desperdício; e a Automação de equipamentos na aquicultura, com equipamentos que podem ser conectados à TATILFish e controlados à distância, com acionamento manual ou agendado, facilitando sua utilização e controle.

Porém, ter essas soluções em mãos não era o suficiente para escalar os negócios e se fortalecer no mercado de aquicultura. Era preciso contar com a ajuda de experts no agrobusiness, especialmente por ser um meio onde a inserção de tecnologia tem uma forma especial, e qualquer erro de percurso pode gerar enormes prejuízos.

Parceria com a Smart Value Investment

Foi em 2018 que a Smart Value Investment (SVI), primeiro fundo de investimento-anjo homologado no Paraná, surgiu na história da TATILFish.

Composta por uma equipe multidisciplinar, com investidores em diferentes nichos de mercado, a SVI foi criada justamente para ser um diferencial para startups que buscam muito mais do que um cheque, mas sim o precioso Smart Money (termo usado para definir o aporte de know-how, networking e mentoria que profissionais dão para startups).

Dessa maneira, a parceria entre as empresas foi fundamental para o crescimento da TATILFish. Com a mentoria proporcionada pela SVI, foi possível enxergar onde estavam os gaps no plano de negócio e onde era preciso direcionar esforços para ganhar espaço de mercado.

“No início, por exemplo, apostamos no modelo de locação de equipamentos, o que se mostrou como uma barreira de entrada, pois os piscicultores não tinham aderência a esse tipo de modelo. Com a ajuda da mentoria, conseguimos enxergar e readequar”, diz Marcondes.

Também foi preciso testar a solução, pois qualquer problema com os índices de aeração poderia matar os peixes; e chegar em um produto confiável também levou seu tempo, até porque os hardwares usados têm que lidar com situações extremas de meio ambiente, além de funcionarem perfeitamente dentro da água.

Em 2019, aconteceu o primeiro aporte financeiro da investidora na startup e, atualmente, com quase 5 anos de parceria, a TATILFish busca voos ainda mais altos.

“Com o networking que criamos, além de ter a marca forte da SVI junto da gente, é possível expandir nosso portfólio e ganhar território em todo o país, com uma solução nacional e bem mais barata que as importadas”, celebra o fundador da startup.

Engenharia de Comunicação <imprensa@engenhariadecomunicacao.com.br>


 

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