Paraíba está no topo do ranking de gestão do desperdício de água
Aesbe -
O Estado figura como 4º lugar nacional e 1º da região Nordeste
Com informações de Cagepa
O trabalho desenvolvido pela Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa) leva a Paraíba ao topo do ranking de gestão do desperdício de água: o Estado figura como 4º lugar nacional e 1º da região Nordeste. O desempenho é destaque no levantamento divulgado nesta segunda-feira (5) pelo Instituto Trata Brasil. A Paraíba é um dos quatro estados que já atingiram o padrão de excelência em perdas volumétricas, previsto como meta para 2034 pela Portaria 490/2021 do Ministério do Desenvolvimento Regional.
No estudo do Trata Brasil, o indicador “perdas volumétricas” se refere ao desperdício produzido às perdas por ligação de água. O MDR fixou o prazo de até o ano de 2034 para que as companhias de saneamento baixassem o indicador para até 216 litros por ligação ao dia. A Paraíba apresentou 215 L/ligação/dia, bem abaixo do resultado nacional, que foi de 334 L/ligação/dia.
“Já éramos referência no Nordeste e agora somos também no País. Porque o que é meta para 2034, nós já batemos 23 anos antes. Esse resultado muito nos orgulha, mas também aponta para o caminho que estamos abrindo: o da excelência. E excelência só se alcança e se mantém com responsabilidade e estratégias sustentáveis”, comentou o presidente da Cagepa, Marcus Vinícius Neves.
Eficiência também na distribuição – No indicador “perdas na distribuição” – que se refere à diferença entre a água produzida e a efetivamente consumida, tanto medida quanto estimada – a Cagepa também se mantém no topo do ranking das empresas de saneamento do Nordeste que menos desperdiçam água. A Paraíba registrou 35,38% em perdas, sendo a primeira da região e sétima do País. “Esse é o tipo de desperdício que acontece quando o hidrômetro está quebrado, assim como o que se perde devido a vazamentos e ligações clandestinas. Nosso desempenho está melhor que a média nacional, resultado de um trabalho efetivo de automação de serviços e agilidade na retirada de vazamentos, aliado ao cuidado ambiental”, disse o presidente.
Projetos de combate às perdas – Mesmo com esse índice, a Cagepa não para. A Companhia coloca perdas como prioridade na política da empresa. Por estar inserida também no Semiárido e entender a importância da água, a empresa inseriu o tema dentro dos projetos financiados pelo Banco Mundial, proporcionando a criação do ‘Plano de Ação da Nova Política de Combate às Perdas no Faturamento e na Distribuição’.
A nova política da Cagepa é norteada pelo Road Map: uma mentoria desenhada utilizando conceitos de Business Intelligence em organizações de Saneamento Básico para melhorar os processos de redução e controle de perdas nos sistemas de distribuição.
“Estamos buscando diminuir ainda mais as perdas, colocar esse tema em definitivo na pauta da empresa, como prioridades nos programas e investimentos, para ofertar serviços com ainda mais qualidade para os clientes paraibanos”, resumiu o presidente Marcus Vinicius Neves.
Projeto de recuperação – O diretor Comercial da Cagepa, Isaac Veras, assegura que os resultados progressivos da Cagepa na gestão de desperdício de água não são aleatórios, mas sim o saldo de um projeto da Companhia. Há mais de um ano, a Cagepa firmou um contrato de performance para redução de perdas aparentes na região da Grande João Pessoa. Nos primeiros 12 meses de execução, cinco bilhões de litros de água foram recuperados.
“É um montante que até então eram desperdiçados em ligações domiciliares com os mais diversos problemas, como vazamentos internos, falta de medição correta, hidrômetros danificados, ligações clandestinas, desvios, entre outras irregularidades. O contrato de performance da Grande João Pessoa foi, inclusive, utilizado como case de sucesso no Manual de Contratos de Performance e Desempenho da Agência Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES), na sua edição de 2021. Isso valida a decisão da Cagepa, corrobora a deliberação da empresa por esse caminho”, destacou o diretor. O contrato foi iniciado em agosto de 2021 e terá vigência de 60 meses. A empresa atuará por esse período na Região Metropolitana de João Pessoa.
Dentro da contratação, estava prevista a execução do censo comercial em toda a área, além da instalação de medição com hidrômetros eletrônicos ultrassônicos em 1.100 unidades de consumo, que serão direcionadas aos grandes clientes da área de atuação do contrato. Isso possibilitará à Companhia e aos clientes um acompanhamento em tempo real de consumo instantâneo e médio, e monitoramento de possíveis vazamentos e eventuais fraudes.
O estudo – A nova edição do estudo “Perdas de água 2023: Desafios para disponibilidade hídrica e avanço da eficiência do Saneamento Básico no Brasil”, foi elaborado a partir de dados públicos do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS, ano base 2021).