País ainda apresenta gargalos no controle de perdas da água

Entre 2017 e 2021, a região sudeste foi de 34,35% para 37,97% no indicador de perdas na distribuição, apresentando uma piora em 3,62 pontos percentuais


Em meio a mais de 33 milhões de habitantes que sofrem com a ausência de água potável, o país ainda apresenta gargalos no controle de perdas da água, no qual, 40,3% do recurso hídrico é desperdiçado antes mesmo de chegar nas residências dos brasileiros. A partir desses desafios, o Instituto Trata Brasil, em parceria com a GO Associados, divulgou no início do mês de junho a nova edição do estudo de Perdas de Água 2023. O relatório apresenta o diagnóstico nacional dos indicadores de perdas, como também das cinco macrorregiões e das 100 maiores cidades do país.

Com mais de 7,5 milhões de habitantes sem acesso à água potável, a região Sudeste desperdiça 37,97% do recurso nos sistemas de distribuição. Apesar de estar abaixo da média nacional (40,3%), entre 2017 e 2021, o Sudeste foi a região que mais apresentou piora, com aumento de 3,62 pontos percentuais no indicador. A eficiência no controle de perdas resultaria em ganhos para os estados que compõem a região.

Entre os estados da região mais populosa do país, o Rio de Janeiro apresenta o maior índice de perdas, em que 44,99% da água potável é desperdiçada na localidade - volume que supera a média nacional. Por outro lado, os estados do Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo perdem menos do que 40% do recurso. Entretanto, nenhum dos estados está próximo da meta estabelecida para 2034 pela Portaria 490/2021 do MDR de se alcançar 25% em perdas na distribuição (IN049).

A eficiência no controle de perdas resultaria em benefícios sociais para a população que teria mais acesso ao recurso hídrico. No estudo é demonstrado que, caso o país reduza o volume de perdas de água não faturada de 40,9% para os 25% previstos pela Portaria 490/2021, sucederia no potencial de abastecimento de água potável para mais de 25,7 milhões de brasileiros.

Para o Rio de Janeiro, a redução no desperdício de água poderia atender quase 5 milhões de habitantes, sendo esse o maior ganho observado entre as 27 unidades federativas. No estado de Minas Gerais, seriam quase 2 milhões de habitantes abastecidos com o recurso hídrico. Em São Paulo, o potencial da população atendida seria de aproximadamente 1,3 milhão de cidadãos. Enquanto, cerca de 137 mil habitantes teriam acesso à água potável no Espírito Santo com a redução de perdas - confira mais informações no estudo completo: Link.


Instituto Trata Brasil <comunicacao@tratabrasil.org.br>

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